Departamento de Fisioterapia
ID: 8859
Resumo
Introdução: A prescrição de exercícios físicos para dor crônica no joelho está cada vez mais presente como forma de tratamento[1], porém, o acesso a serviços de fisioterapia ainda é limitado para muitos[2]. A telerreabilitação, utilização de serviços de telecomunicações para fornecer reabilitação, é uma estratégia eficaz e econômica para este grupo de pacientes em países desenvolvidos[3], porém, seu uso permanece pouco explorado no país. Portanto, ao investigar novos modelos de prestação de serviço, é importante considerar as atitudes e experiências dos usuários, principalmente relacionadas a aceitabilidade do serviço.[4]
Objetivo: Comparar a aceitabilidade do protocolo de exercícios à distância e autopercepção de melhora, com associação ou não da telerreabilitação, em pacientes com dor crônica no joelho no Brasil.
Metodologia: O presente estudo apresenta um desenho de ensaio clínico randomizado controlado. Foram selecionados 15 participantes com dor crônica no joelho, com idade ≥45 anos, divididos aleatoriamente em dois grupos: grupo telerreabilitação (GT, n=8) e grupo controle (GC, n=7). Todos os participantes (GT e GC) foram submetidos a um protocolo de exercício de força de 12-semanas, realizados a distância de maneira assíncrona por, no mínimo, 3 vezes por semana. O GT recebeu o protocolo de exercícios por meio de DVD e/ou cartilha e foi acompanhado por ligações telefônicas periódicas, a fim de motivar e informar aspectos sobre dor crônica no joelho. Já o GC recebeu o protocolo de exercícios apenas por cartilha e não foi acompanhado via telefonemas. Após os 3 meses de intervenção, todos os participantes responderam um questionário de Aderência ao Tratamento e Autopercepção de melhora elaborado pelo nosso grupo de pesquisa. A Aderência foi avaliada considerando o número de chamadas recebidas e o número de sessões por semana que o paciente disse ter realizado os exercícios. Esse subitem também continha a seguinte pergunta “você realizou o programa de exercícios?”. A resposta era dada em uma escala numérica de 10 cm, em que 0 equivale a “não” e 10 a “completamente como foi instruído” e o voluntário foi instruído a fazer uma marcação próxima ao número que mais correspondia a sua resposta. Já para analisar autopercepção, os voluntários responderam quais foram as mudanças percebidas em relação a dor após a realização do protocolo de exercícios. Para esse subitem foi utilizada uma escala numérica de 7 pontos, onde 0 referia-se a “muito pior” e 7 a “muito melhor”. Para a comparação entre os grupos, foi utilizado o teste t independente e para todas as análises foi adotado um nível de significância de 5% (p≤0,05).
Resultados: Não houve diferença entre os grupos para as variáveis demográficas e de interesse. Foi possível observar que ambos os grupos apresentaram boa aderência ao protocolo de exercícios (GT=7,9±2,7; GC=7±2,3), bem como um elevado grau de autopercepção de melhora na dor (GT=6,2±1,1; GT=5±1,3) após a realização do protocolo de exercícios.
Conclusão: A realização de exercícios a distância, associada ou não à telerreabilitação apresentou um alto grau de aceitabilidade, já que todos os participantes apresentaram uma boa aderência e uma boa autopercepção de melhora da dor.
Apresentação
ID: 9536
Resumo
Introdução: O declínio da mobilidade, da cognição e da funcionalidade pode ser observado desde o início de um quadro demencial e até mesmo em estados pré-demencial, como no Comprometimento Cognitivo Leve (CCL). No entanto, parece que o declínio da mobilidade e o declínio funcional não evoluem de maneira linear simultaneamente ao declínio cognitivo. Até o momento, não foram encontrados na literatura estudos de natureza longitudinal para investigar essa temática. Avaliar a ocorrência destes declínios, ao longo do tempo, e a associação entre os mesmos é de suma importância, pois se descoberta a associação, medidas de intervenção na mobilidade poderiam ser úteis para melhora funcional e vice-versa. Objetivo: Verificar, ao longo de 32 meses, a associação entre o declínio funcional e o declínio da mobilidade em idosos com CCL. Metodologia: Baseado em um estudo analítico longitudinal, o desempenho da funcionalidade e da mobilidade dos idosos com comprometimento cognitivo foi examinado em dois momentos (inicial= realizado em 2015 e final= após 32 meses). Foram contatados 40 idosos com diagnóstico médico de CCL. Para avaliação da mobilidade foi aplicado o teste e suas subtarefas levantar-se, marcha ida, marcha volta, retornar e virar-se para sentar foram avaliadas através do sistema de análise de movimento Qualysis motion system. Para avaliação funcional dos idosos foi aplicada a Escala Funcional de Pfeffer. Uma análise descritiva dos dados e uma estimação pontual e intervalar dos parâmetros de interesse foram realizadas. Para execução dos testes estatísticos foi utilizado o software SPSS (22.0). Em todas as variáveis foi aplicado o teste de normalidade Shapiro Wilk, objetivando verificar a distribuição de dados. Como houve distribuição normal dos dados foi utilizado o teste de correlação de Pearson para verificar a associação entre declínio funcional (Pontuação da Pfeffer final após 32 meses – Pontuação da Pfeffer inicial) e declínio da mobilidade, utilizando dados temporais do TUG e de suas subtarefas (variável final – variável inicial). Resultados: A funcionalidade teve correlação moderada com a subtarefa de marcha volta, especificamente a volta máxima de apoio do joelho (r=-0,491; p=0,046) e volta média de apoio de joelho (r=-0,609; p=0,010). Tais resultados mostram que quanto pior o desempenho do indivíduo com CCL na funcionalidade ao longo do tempo, pior é o desempenho da subtarefa marcha volta no Timed Up and Go. Conclusão: Houve associação entre declínio funcional e o declínio de mobilidade ao longo do tempo, especialmente na subtarefa marcha volta de idosos com Comprometimento Cognitivo Leve.
Apresentação
ID: 9181
Resumo
Introdução: A tendinopatia patelar (TP) é uma importante lesão por overuse em atletas que realizam atividades que envolvem aterrissagens de saltos. Alterações biomecânicas durante a fase de aterrissagem do salto podem estar relacionadas à TP devido às altas cargas no tendão. A diminuição da amplitude de dorsiflexão do tornozelo durante a aterrissagem de um salto tem sido associada à TP. No entanto, é desconhecido se a diminuição da amplitude de dorsiflexão do tornozelo está associada ao aumento das forças no membro inferior, incluindo a força no tendão patelar.
Objetivo: Verificar se há associação entre o pico e a amplitude de dorsiflexão do tornozelo com o pico da força de reação do solo vertical, a taxa de carga da força de reação do solo vertical, o pico da força no tendão patelar, a taxa de carga no tendão patelar e o pico do momento interno flexor plantar durante a fase de aterrissagem do salto vertical unipodal.
Metodologia: Participaram do estudo 26 atletas recreacionais sadios (21 homens e 5 mulheres) com idade entre 18 e 35 anos. Os dados cinemáticos e cinéticos foram avaliados durante a aterrissagem do salto vertical unipodal. A associação entre o pico e a amplitude de dorsiflexão do tornozelo com o pico da força de reação do solo vertical, a taxa de carga da força de reação do solo vertical, o pico da força no tendão patelar, a taxa de carga no tendão patelar e o pico do momento interno flexor plantar foi avaliada por meio do teste de correlação de Pearson (nível de significância = 0,05).
Resultados: A amplitude de dorsiflexão do tornozelo correlacionou-se negativamente com a taxa de carga da força de reação do solo vertical (r = -0,489, p = 0,011) e positivamente com o pico do momento interno flexor plantar do tornozelo (r = 0,523, p = 0,006). O pico de dorsiflexão do tornozelo correlacionou-se positivamente com o pico da força de reação do solo vertical (r = 0,389, p = 0,049). Não houve correlação significativa entre o pico e a amplitude de dorsiflexão do tornozelo e as outras variáveis cinéticas.
Conclusões: O aumento da amplitude de dorsiflexão do tornozelo pode ser uma estratégia para reduzir as forças no membro inferior durante aterrissagens de saltos, mas não no tendão patelar.
Apresentação
ID: 9199
Resumo
Introdução: Os aspectos psicossociais do ambiente do trabalho associados à dor multirregional podem interferir na saúde física e mental dos trabalhadores e levar ao absenteísmo, a redução da capacidade de trabalho e a diminuição da qualidade de vida. Os trabalhadores que realizam atividades administrativas muitas vezes estão expostos a aspectos psicossociais desfavoráveis no local de trabalho. Assim, estudos que buscam o entendimento da influência desses fatores de risco na dor multirregional são essenciais para o aprimoramento das intervenções na área de saúde do trabalhador.
Objetivo: Identificar a associação entre os aspectos psicossociais do trabalho e a dor multirregional em trabalhadores de escritório.
Metodologia: Trata-se de um estudo transversal com 39 trabalhadores (CAAE: 64255917.7.0000.5504). Os aspectos psicossociais foram avaliados por meio do Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ II-Br). A presença de dor multirregional foi identificada por meio do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO). A análise dos dados foi realizada de forma descritiva e por meio da análise de regressão logística binomial para obter a razão de chances (odds ratio – OR) e os intervalos de confiança (IC 95%). As variáveis de sexo e idade foram inseridas como fatores confundidores no modelo de regressão. Todas as análises estatísticas foram realizadas no programa IBM SPSS Statistics 21 (IBM Corp,Armonk, NY, EUA).
Resultados: Cerca de 69% (IC 95%=53,5-81,4) dos trabalhadores apresentaram dor multirregional. Os domínios burnout (OR=2,21; IC 1,06-4,59), estresse (OR=1,83; IC 1,01-3,35), ritmo de trabalho (OR=3,10; IC 1,17-8,24) e as demandas emocionais (OR=1,71; IC 1,02-2,87) apresentaram associação com a dor multirregional.
Conclusão: Diversos domínios relacionados aos aspectos psicossociais estão associados com a dor multirregional nos trabalhadores avaliados. Portanto, é importante avaliar e identificar as causas da dor multirregional, assim como propor ações ocupacionais de controle dos riscos psicossociais.
Apresentação
ID: 9477
Resumo
Introdução
A Dismenorreia Primária (DP) é uma condição ginecológica comum entre mulheres na idade reprodutiva, caracterizada por cólicas na região inferior do abdômen antes ou durante o período menstrual na ausência de patologia pélvica1. A explicação mais aceita para sua ocorrência é a produção excessiva de prostaglandinas, considerando sua liberação responsável pelo aumento da contratilidade uterina, reduzindo o fluxo sanguíneo do útero, gerando dor2.
Sua prevalência é de difícil determinação devido às suas diferentes definições e a falta de métodos padrão para avaliar sua gravidade. Assim, as estimativas de prevalência variam entre 45-95% das mulheres menstruadas1,3,4 com DP muito grave, representando 10-25% das mulheres em idade reprodutiva2,5,6,7. Apesar de sua ocorrência ser considerada comum, a DP é altamente subestimada. Poucas mulheres acometidas por esta desordem ginecológica procuram tratamento, pois consideram os sinais e sintomas condições normais do ciclo menstrual8.
Os anti-inflamatórios não esteroides9 e os contraceptivos hormonais10 são os métodos farmacológicos mais utilizados para seu tratamento, porém, sua utilização pode gerar efeitos adversos, como úlceras gástricas e risco de tromboembolismo venoso11. Assim, alternativas não farmacológicas também são propostas, como TENS, massagem, laser, ultrassom terapêutico, atividade física, alongamento, exercícios aeróbicos, termoterapia, ondas curtas e acupuntura.
Objetivos
O principal objetivo é verificar opções de tratamento não farmacológico com embasamento científico na literatura, e o papel do fisioterapeuta no manejo dos sinais e sintomas da DP.
Metodologia
Trata-se de uma revisão bibliográfica, cuja busca ocorreu nas bases de dados eletrônicos Scielo e Pubmed. Os descritores empregados foram: primary dysmenorrhea, physiotherapy, transcutaneous electric nerve stimulation, motor activity, ultrasonic therapy, muscle stretching exercises, massage, short-wave therapy, acupuncture therapy, laser therapy, diathermy e pain management.
Foram incluídos artigos escritos em português ou inglês, com texto completo, publicados a partir de 2015 e que abordassem o papel do fisioterapeuta no tratamento da DP e/ou o uso de tratamento não farmacológico. Foram excluídos artigos cujo objetivo fosse o tratamento farmacológico da DP, estudos abordando Dismenorreia Secundária e estudos com animais.
Ao final do processo de seleção dos artigos, 11 foram escolhidos e analisados entre os meses de junho/agosto de 2020.
Resultados
Foi possível identificar inúmeros estudos relacionados a DP, mostrando ser um assunto de grande importância. Suas consequências são um alto índice de absenteísmo na vida profissional, acadêmica e social, sendo recorrente a busca por alternativas farmacológicas buscando o alívio da dor.
Entretanto, atualmente existem diversos estudos mostrando que o uso de medicamentos é contra indicado em muitos casos12, podendo gerar efeitos adversos13,14, com sérias consequências para a saúde.
Portanto, é essencial a continuidade dos estudos para que a eficácia de alternativas não farmacológicas continue sendo comprovada com melhores evidências e passem a ser mais utilizadas, pois mostram bons efeitos com poucos eventos adversos, caracterizando recursos seguros para a utilização.
Conclusões
São necessários novos estudos, pois a maioria dos artigos apresentou resultados limitados, falhas metodológicas e baixa qualidade, comprometendo a comprovação da eficácia de métodos não farmacológicos. Portanto, são necessárias pesquisas com melhor qualidade, a fim de comprovar a eficácia de alternativas não farmacológicas no tratamento da DP.
Apresentação
ID: 8946
Resumo
Introdução: O período pós-parto pode ser muito conturbado na vida da mulher, visto que todas as alterações hormonais e anatômicas sofridas durante a gestação são retomadas nesse período. Queixas relacionadas à diminuição do desejo, lubrificação e dificuldades em atingir o orgasmo podem estar relacionadas ao status hormonal da puérpera. A literatura aponta índices de 30% a 60% de mulheres que possuem dispareunia nos primeiros três meses após o parto. Diante do impacto que a função sexual tem na vida da mulher neste período, foi planejado inicialmente um estudo que tinha como objetivo investigar a função sexual em mulheres que receberiam tratamento não farmacológico para alívio da dor perineal. Esta Iniciação Científica está inserida em um projeto maior, que se trata de um ensaio clínico randomizado e controlado sobre a eficácia do laser de baixa intensidade no alívio da dor perineal. Seria realizada a aplicação da fotobiomodulação em mulheres no puerpério remoto em laboratório na Universidade, porém, devido ao aumento de casos de Sarampo na cidade, o estudo foi reformulado. Na nova proposta, a aplicação aconteceria durante o puerpério imediato, dentro da Maternidade da cidade. O questionário Female Sexual Function Index (FSFI) seria utilizado para avaliar a função sexual da mulher em dois momentos: imediatamente após a aplicação e após 40 dias (através de ligação telefônica). Entretanto, diante da pandemia de COVID-19 o presente estudo foi adaptado. Objetivo: Produzir material educativo sobre função sexual no puerpério. Metodologia: Após consultar a Coordenadoria dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica (CoPICT) sobre a possibilidade de alteração da proposta inicial, buscou-se produzir um material educativo em saúde para mulheres no pós parto como forma de despertar reflexões sobre uma questão tão delicada quanto o retorno à atividade sexual no período puerperal. Inicialmente foi realizada uma busca na literatura sobre os principais aspectos relacionados à dor perineal no período pós-parto. Diante desse material, foi idealizado um roteiro de informações que deveriam constar no material educativo que pudesse esclarecer dúvidas de puérperas a respeito desse tema. Resultados: Foi produzida uma história em quadrinhos a respeito do retorno à atividade sexual no pós-parto. O material foi elaborado em formato PDF, contendo 5 páginas abordando um diálogo entre Márcia e Ana sobre dúvidas e preocupações do período puerperal relacionados à sexualidade. Percebe-se na prática clínica que os profissionais de saúde pouco se atentam a este aspecto durante suas consultas; ainda, as mulheres muitas vezes se sentem pressionadas socialmente para poder ter relações sexuais com seus parceiros e parceiras, mesmo que a fisiologia do puerpério muitas vezes se sobreponha ao desejo sexual nessa fase. Conclusão: Foi produzido um material educativo que visa auxiliar as mulheres em período pós-parto a compreender melhor os diversos aspectos relacionados ao retorno da atividade sexual após o parto. Pretende-se submeter um novo projeto de pesquisa ao Comitê de Ética com o objetivo validar o conteúdo da cartilha para disponibilizá-la à população, colaborando com a educação em saúde e autocuidado das mulheres que passam pela fase do puerpério.
Apresentação
ID: 9329
Resumo
Introdução: Durante um exercício físico máximo, em indivíduos saudáveis, o trabalho muscular respiratório gera um alto consumo de oxigênio pelos músculos respiratórios. A manobra de pressão inspiratória estática máxima (PIMÁX) também é um teste máximo e apesar de ser amplamente utilizada na prática clínica, não existem estudos que avaliam a oxigenação muscular durante sua realização. Objetivo: Avaliar o comportamento das respostas de oxigenação dos músculos intercostal externo (IE) e esternocleidomastoideo (ECM), por meio da espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS) em resposta à manobra de PIMÁX. Metodologia: Vinte e quatro homens (idade 28±5 anos), aparentemente saudáveis, foram submetidos à manobra de PIMÁX por dois dias não consecutivos, com intervalo mínimo de 48 horas e máximo 1 semana, realizadas sempre pelo mesmo pesquisador. A realização da manobra seguiu as orientações dos guias de avaliação das pressões estáticas máximas brasileiras; e um intervalo entre as manobras de 1 minuto. As variáveis de oxigenação dos músculos inspiratórios IE e ECM foram coletadas por meio da NIRS. Foram estudadas as variáveis: oxihemoglobina (O2Hb), deoxihemoglobina (HHb), hemoglobina total (tHb), e diferença de hemoglobina (HbDiff). Para analisar o comportamento de oxigenação dos músculos respiratórios foi utilizada uma análise qualitativa visual. Resultados: Os resultados obtidos mostraram que durante a expiração lenta até atingir o volume residual (ponto de partida da manobra de PIMÁX), houve um aumento de todas as variáveis estudadas, exceto da HHb que se manteve praticamente constante, nesse período. Após iniciar a inspiração forçada, todas as variáveis de oxigenação muscular sofreram uma queda de concentração, diferenciando seu comportamento durante o esforço inspiratório. Durante esse período a tHb, se estabilizou e formou um platô; a variável O2Hb e HbDiff se mantiveram em queda, até o fim da manobra; e a HHb pós breve queda, apresentou um aumento linear. Todas essas respostas podem estar associadas ao aumento do trabalho da musculatura inspiratória, e consequente aumento do consumo de oxigênio pelos músculos respiratórios, gerada pelo esforço respiratório máximo. Não houve diferença de resposta entre os músculos estudados. Conclusão: Foi possível determinar o padrão de comportamento das variáveis de oxigenação muscular respiratória, em indivíduos saudáveis. No entanto, estudos futuros em doentes, devem ser realizados, a fim de verificar se essa avaliação pode auxiliar na identificação de alterações da oxigenação dos músculos respiratórios, em pacientes com doenças cardiorrespiratórias.
Apresentação
ID: 9053
Resumo
Introdução
O tempo gasto em comportamento sedentário (CS) mostrou ser uma variável importante para promoção de saúde, visto que o sedentarismo está associado à morte precoce e ao surgimento de doenças crônicas não-transmissíveis (SCHMID et al, 2015; BISWAS et al, 2015). Um dos trabalhos com maior perfil sedentário é o trabalho administrativo (SMITH et al, 2016). A fim de obter dados de comportamento sedentário (tempo sentado), medida subjetiva como os questionários é largamente utilizada, por ser de baixo custo e de fácil aplicação, porém pode apresentar algumas limitações. Por outro lado, o uso de medida direta como os acelerômetros pode ser mais precisa, mas com algumas restrições como alto custo e necessidade de treinamento. Assim, avaliar as medidas é importante para embasar futuros estudos em maior escala com trabalhadores administrativos no Brasil.
Objetivo
O objetivo do estudo foi comparar a medida subjetiva e objetiva utilizadas para medir o comportamento sedentário em servidores administrativos.
Metodologia
A amostra foi composta por 19 servidores administrativos de uma universidade brasileira (idade 38,68 ± 8,78 anos; IMC 28,56 ± 4,67 Kg/m²; 8 homens, 11 mulheres), com ao menos 5 anos de experiência nesse perfil ocupacional e trabalhando ao menos 6h/dia no computador. A autoaplicação da versão reduzida do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) pelos trabalhadores nos forneceu a medida subjetiva. A medida objetiva do registro de tempo gasto em comportamento sedentário foi realizada por meio da utilização de 2 sensores fixados na região central anterior da coxa direita e na região posterior do tórax (lateral a vértebra cervical C7), utilizados por cinco dias, sendo três dias de trabalho e dois dias de fim de semana. Os dados foram extraídos através do software Acti4 e processados com a Análise Composicional dos Dados (CoDA) para fornecer a média geométrica. Os dados são apresentados de forma descritiva.
Resultados
A medida subjetiva trouxe uma média de tempo em CS (sentado) de 9,11 ± 2,96 h/dia (38%) durante dias de semana e 6,79 ± 2,76 h/dia (28%) aos fins de semana. Os resultados obtidos por meio da medida objetiva, mostraram uma média de 11,95 h/dia gastas em CS durante os dias de semana, correspondendo a 50% do dia nesse tipo de comportamento. Aos fins de semana, a média foi de 10,18 h/dia (42%). O resultado da medida subjetiva nos permite inferir uma tendência dos trabalhadores em subestimar o tempo gasto em CS em cerca de 2 a 3 h/dia para os dias de semana quando comparado a medida objetiva, essa tendência é intensificada nos dados do fim de semana, com cerca de 3 a 4 h/dia de diferença.
Conclusões
Os resultados preliminares apontam diferença no tempo gasto em comportamento sedentário quando comparadas as medidas subjetiva e objetiva da amostra de servidores administrativos. A medida objetiva é mais acurada para medir comportamentos físicos em pesquisa, mas a subjetiva se mantém como uma opção mais viável na prática clínica e no contexto ocupacional. Então, sugerimos que os resultados sejam corrigidos usando algoritmos específicos com dados de medida objetiva da mesma população.
Apresentação
ID: 9305
Resumo
Introdução: A mobilidade constitui-se da capacidade de locomoção em um determinado ambiente, considerando uso de dispositivos de auxílio. No âmbito da fisioterapia, a avaliação da mobilidade é importante, pois muitas intervenções têm como objetivo promover a melhora da mesma. Assim, quando relacionada a população idosa, ganha uma importância maior, pois envolve aspectos físicos, sociais e ambientais. Portanto, torna-se fundamental a avalição do espaço de vida para auxiliar no delineamento de intervenções para a população idosa. Objetivo: Avaliar o espaço de vida de idosos atendidos em um ambulatório de Fisioterapia e comparar com idosos que não fazem uso deste serviço de saúde. Métodos: Foram avaliados 46 idosos, divididos em dois grupos: Grupo ambulatório (GA, n= 25), que foram atendidos na Unidade Saúde Escola – USE da UFSCar e Grupo Controle (GC, n= 21), com idosos que não faziam uso deste serviço. Todos os indivíduos foram submetidos a uma entrevista para coleta de dados demográficos (idade, sexo, peso, altura e índice de massa corpórea). O espaço de vida foi avaliado utilizando o questionário Life Space Assessment (LSA), que avalia a mobilidade baseada no mês anterior à data de avalição, em cinco níveis (desde sua residência até fora da cidade), Foram avaliados o espaço máximo de vida (LSA-M): maior nível alcançado independente de uso de auxilio de equipamento ou ajuda pessoal; o espaço de vida independente (LSA-I): maior nível alcançado sem auxílio de equipamento ou ajuda pessoal; e assistido (LSA-A): maior nível atingido sem ajuda pessoal, mas considerando auxilio de equipamento. O teste t independente ou Mann-Whitney foi utilizado para comparar os dados de espaço de vida entre os grupos. Resultados: O espaço de vida máximo, independente e assistido apresentaram diferenças significativas entre os grupos. Para o grupo ambulatório (GA), as pontuações de cada score foram de 4,32±0,48 (LSA-M); 2,08±1,78 (LSA-I); e 2,48±1,56 (LSA-A) pontos. Já para o grupo controle (GC), as pontuações de cada score do LSA foram de 4,62±0,59 (LSA-M); 4,57±0,75 (LSA-I); 4,57±0,75 (LSA-A) pontos. Conclusão: O GA apresentou menor mobilidade no espaço de vida máximo, e foi possível observar maior restrição ainda se o GA não contar com auxílio de equipamentos ou ajuda pessoal. Os achados reforçam que pacientes atendidos pela Fisioterapia tem restrições em sua mobilidade, e esta deve ser avaliada de modo amplo, como o permitido no LSA
Apresentação
ID: 9496
Resumo
Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) representa atualmente a 4ª principal causa de morte no mundo e as principais manifestações sintomáticas incluem tosse, dispneia, sibilância e expectoração crônicas. A Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) foi lançada no final da década de 90, e é um documento que é atualizado ao longo dos anos. A GOLD desenvolveu alguns métodos que auxiliam o profissional da saúde a se comunicar com o paciente em relação aos sintomas da doença e sua gravidade. Um deles é o CAT (COPD Assessment Test), que avalia 8 itens: tosse, catarro, aperto no peito, falta de ar, limitações nas atividades domiciliares, confiança em sair de casa, sono e energia. Outra ferramenta é o mMRC (Modified Medical Research Council), responsável por mensurar a dispneia. A combinação das duas classificações, permite ao profissional propor um tratamento mais adequado dependendo da gravidade da doença. Objetivo: Avaliar os pacientes com DPOC frequentadores da Unidade Saúde Escola (USE) e do Laboratório de Espirometria e Fisioterapia Respiratória (LEFiR) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) com base na avaliação proposta pela GOLD (2018). Com base nesse modelo de avaliação, pretende-se classificar os pacientes para que seja possível estabelecer a melhor forma de tratamento e também apontar as classificações mais frequentes da DPOC. Metodologia: Participaram do estudo 70 pacientes portadores de DPOC, 43 homens e 27 mulheres, com idade média de 68,3 e 63,7 anos, respectivamente. Foram coletados alguns dados básicos dos pacientes, e em seguida eles responderam aos questionários CAT (escala de zero a cinco) e mMRC. A classificação da mMRC ocorre em graus de 0 a 4, conforme a gravidade e manifestação da falta de ar. Na GOLD 2018, a combinação entre a pontuação dos questionários CAT e mMRC, e o histórico de exacerbação, classifica os pacientes em grupos A, B, C e D, e o valor em porcentagem do volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1) classifica em GOLD 1, 2, 3 ou 4, do menos para o mais grave. Resultados: No geral, os pacientes do grupo B (baixo risco e mais sintomas) são os mais prevalentes, contando com 69,9% dos pacientes. Foi verificado também que a maioria dos pacientes (60%), se enquadra na classificação 2 da GOLD, um grau moderado da doença. A prevalência de pacientes no grupo 2 pode ser justificada devido a falha no diagnóstico precoce. Portanto, quando a DPOC é diagnosticada, o paciente já apresenta um grau mais avançado da doença. Foi observado também que 22,8% dos pacientes apresentaram um quadro grave de exacerbação, e dentre esses pacientes, mais da metade eram mulheres, totalizando 62,5% desses casos. Conclusões: Cumpriu-se o objetivo de avaliar os pacientes do LEFiR e da USE, com base na nova classificação da GOLD, os quais apresentam prevalência do grupo B, com dominância da GOLD 2. O mais recomendado aos pacientes deste estudo é a reabilitação pulmonar, uma vez que essa intervenção apresenta efeitos benéficos sobre a qualidade de vida e sintomas relacionados a DPOC.
Apresentação
ID: 9238
Resumo
Introdução: Retalho cutâneo randômico consiste em uma das técnicas mais frequentemente utilizada na cirurgia plástica, no intuito de reconstruir defeitos cutâneos causados por úlceras, feridas, excisões tumorais, doenças congênitas e traumas. O primeiro modelo experimental foi descrito em 1965, na intenção de se estudar a prevenção da necrose tecidual, uma significante complicação que pode resultar na falha do procedimento cirúrgico. Desde então, diversos autores vêm se dedicando ao estudo da viabilidade do retalho cutâneo, dado que a literatura expõe uma ampla variedade de modelos experimentais: dimensões diversas, uso ou não de barreira plástica interposta entre o leito vascular e o retalho, tipo de pedículo e suas bases distal e/ou proximal. Mediante essas características do modelo experimental de retalho cutâneo randômico, nota-se que ainda não está estabelecido um modelo que seja mais adequado para investigar os aspectos e tratamentos relacionados à necrose tecidual, e consequentemente à viabilidade dos retalhos. Objetivo: Abordar e expor sistematicamente os parâmetros cirúrgicos de retalho cutâneo randômico dorsal, no intuito de destacar um modelo de retalho mais propício para melhor investigar fatores e tratamentos relacionados à necrose. Metodologia: A seleção dos estudos foi realizada por meio do Medical Subject Headings (MeSH): skin flap AND necrosis AND rats. Foram consultadas as principais bases de dados (Pubmed, Biblioteca Cochrane e LILACS), sem um período inicial fixo até outubro de 2020, sendo incluídos estudos que utilizaram o modelo experimental de retalho cutâneo randômico dorsal realizado em ratos e que possuíam grupo controle com avaliação quantitativa da necrose tecidual. Foram excluídos estudos que utilizaram retalho cutâneo axial ou que mantiveram qualquer tipo de conexão vascular, como também estudos que executaram retalhos em outras partes do corpo do rato, retalhos não cutâneos, e que utilizaram outros tipos de animais. Ainda, foram excluídos estudos clínicos e aqueles que não apresentavam informações necessárias para contribuírem com o modelo experimental investigado e referentes à necrose. Resultados: A busca identificou 714 registros, sendo incluídos 303 artigos; desses, 52 foram mantidos devido suas contribuições na descrição do modelo experimental e 251 entraram na análise da necrose tecidual. Em relação ao tipo de pedículo, 299 estudos realizaram o monopediculado e apenas 4 o bipediculado. No que se refere a dimensão do retalho, a mais explorada da relação comprimento versus largura foi a de 9x3 centímetros (77 registros). Já sobre a base utilizada, tem-se maior uso de base caudal (184 registros). Quanto a colocação de barreira plástica, foram observados 241 artigos que não a colocaram. Todavia, 8 artigos se destacaram por apresentarem necrose superior a 70% com as seguintes características: retalhos monopediculados, com predominância de base cranial (6 registros), sem colocação de barreira plástica (6 registros) e comprimentos maiores com larguras reduzidas apresentando valores elevados de necrose. Conclusão: Constatou-se que o uso da barreira plástica não se faz necessário, como também que o retalho de base cranial, monopediculado e que comprimento maior com largura reduzida parece ser o modelo mais propício para estudos que visam investigar fatores e tratamentos relacionados à necrose.
Apresentação
ID: 9161
Resumo
Introdução: Os indivíduos pós-acidente vascular cerebral (AVC) apresentam baixa eficiência cardiorrespiratória e está associado ao aumento do comportamento sedentário e redução da atividade física. Sabe-se que esses indivíduos apresentam alta demanda energética e não alcançam um volume semanal adequado de atividade física. Objetivo: Determinar se há relação entre o padrão de cadência da marcha ao longo do dia e o tempo de resposta do consumo de oxigênio durante a fase on (início do exercício) e fase off (recuperação) de indivíduos pós-AVC crônicos e inativos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal. Vinte e quatro participantes pós-AVC crônico foram analisados. No primeiro dia, o pico de consumo de oxigênio (V̇ O2 pico) foi coletado por meio de um ergoespirômetro portátil (Oxycon Mobile®) durante o teste de caminhada de seis minutos (TC6min). Então, um monitor de atividade física [StepWatch® Activity Monitor (SAM)] foi colocado no tornozelo não parético dos participantes. Os indivíduos utilizaram o SAM durante 9 dias, porém 7 dias foram utilizados para as análises (o primeiro e o último dia foram excluídos).Foram utilizados os índices de esforço a partir dos dados coletados do SAM: índice de esforço pico [média dos 30 minutos com maior intensidade (passos/min) do dia monitorado, mas não necessariamente consecutivos] e os índices de esforço sustentado [médias dos 60 (Max60), 30 (Max30), 20 (Max20), 5 (Max5) e 1 (Max1) minutos consecutivos com maior intensidade (passos/min)]. O CEcaminhada foi calculado dividindo a média do V̇ O2 pico dos últimos três minutos do TC6min pela velocidade alcançada no TC6min. O coeficiente de correlação de Spearman (rs) foi utilizado em todas as análises e a magnitude da correlação foi baseada na 20 classificação de Munro. O intervalo de confiança (IC) em torno do rs foi baseado na transformação Fisher de r em z. Foi considerado um nível de significância de 5% e utilizado o software SPSS versão 20.0. Resultados: O wTMRon não se correlacionou com nenhuma das variáveis do monitor de atividade, e o wTMRoff apresentou correlação negativa moderada com porcentagem de tempo em cadência média (rs= -0.051, p=0,011); correlação positiva moderada com a porcentagem de tempo em baixa cadência (rs= 0.52, p=0.01); correlação positiva com a porcentagem de passos dados em média cadência (rs=-0.3, p=0.152). Conclusão: A cinética mais lenta durante a recuperação está associada a cadências mais baixas na vida cotidiana de indivíduos pós-AVC e fisicamente. Indivíduos pós-AVC crônico que demoram mais para se recuperar de um curto período de caminhada são mais limitados em atividades da vida diárias relacionadas à caminhada.
Apresentação
ID: 9412
Resumo
Introdução: O tronco é um dos principais componentes do controle postural,esse é uma estrutura segmentada que utiliza da combinação entre os sistemascorporais e articulares para a manutenção de posturas. Este se desenvolveprogressivamente no sentido céfalo-caudal, diante disso, a coordenaçãoneuromuscular adequada entre a musculatura cervical, torácica, lombar esacral possibilita a manutenção de posturas mais desafiadoras como o sentarindependente. Objetivo: Verificar o desempenho motor, o nível segmentar docontrole de tronco e a relação entre estes, além da influência dos affordancesnestas variáveis em lactentes que se encontram na emergência da habilidadedo sentar. Métodos: Participaram 3 lactentes saudáveis, de ambos os sexosque se encontravam na emergência da habilidade do sentar, verificados pelaAlberta Infant Motor Scale (AIMS). Foram avaliados os affordances aos quaisos lactentes foram expostos pelo questionário Affordances in the HomeEnvironment for Motor Development-Infant Scale (AHEMD-IS), o qual avalia oespaço físico da residência (interno e externo), variabilidade de estimulação,brinquedos de motricidade grossa e fina, assim como a pontuação total. Odesempenho motor foi mensurado pelo Infant Motor Profile (IMP) que avalia osdomínios de variação, adaptabilidade, simetria corporal, fluência do movimento,performance motora e escore total. O controle de tronco estático, ativo e reativofoi avaliado pela Segmental Assessment of Trunk Control (SATCo).Resultados: Os lactentes obtiveram em média 20 pontos na pontuação totaldo questionário AHEMD-IS, sendo os lactentes 1 e 3 classificados como menosque o adequado e o lactente 2 como moderadamente adequado. Na dimensãoespaço físico o lactente 1 pontuou como adequado, e os lactentes 2 e 3 comomenos que o adequado. Com relação a variedade de estimulação, os lactentes1 e 3 pontuaram como moderadamente adequado e o lactente 2 como menosque o adequado. Em brinquedos de motricidade grossa, os lactentes 1 e 3pontuaram como menos que o adequado, e o lactente 2 como adequado. Jáem brinquedos de motricidade fina, o lactente 1 pontuou como menos que oadequado e os lactentes 2 e 3 pontuaram como adequado. Os escores peloIMP foram em torno de 80. Em variação a pontuação dos lactentes 1, 2 e 3 foi80, 100 e 94, respectivamente. A pontuação de simetria dos lactentes 1 e 2 foi100, enquanto a do lactente 3 foi 94. No domínio de fluência os três lactentespontuaram 75, e para performance os lactentes pontuaram 60, 62, e 51respectivamente. Com relação ao escore total, os lactentes pontuaram 81, 84 e79. Os três lactentes apresentaram controle de tronco estático em níveltorácica baixa, ativo em torácica média e o reativo em torácica alta constatadospela SATCo. Conclusão: Sugere-se que há influência do ambiente nodesempenho motor e controle postural dos lactentes, portanto há importânciade estimulação e intervenção precoce nos primeiros meses de idade.
Apresentação
ID: 9266
Resumo
Introdução: A aptidão aeróbia, diretamente ligada a dinâmica do consumo de oxigênio alveolar (VO2), refere-se a capacidade de ajuste do organismo frente a uma nova demanda metabólica (WASSERMAN, 2005). Ao iniciar um exercício físico, uma rápida dinâmica do sistema aeróbico, caracterizada por ajustes mais rápidos do VO2, está associada a uma melhor capacidade funcional (HARBER et al., 2017; VENDRUSCULO et al., 2019). Ainda, respostas aeróbicas anormais durante o exercício podem ocorrer antes mesmo da detecção clínica de doenças crônicas (GUAZZI et al., 2012), por isso é importante entender como a nível de aptidão aeróbia influencia as respostas do nosso organismo. Um dos principais fatores que parece explicar as diferenças entre os níveis de aptidão aeróbia é o nível de atividade física (NAF). Diante das diversas formas de quantificar os diferentes NAF, a utilização de sensores de movimento parece pertinente, pois estes conseguem acompanhar as atividades desenvolvidas sem interferir na rotina dos indivíduos. Objetivo: investigar a relação entre os diferentes níveis de atividade física e aptidão aeróbia. Assim a hipótese central é que o NAF mensurado por um sensor vestível se relaciona com o nível de aptidão aeróbia em indivíduos saudáveis. Metodologia: Este é um estudo observacional e longitudinal realizado no Laboratório de Fisioterapia Cardiovascular (LFCV) do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O protocolo experimental teve duração de trezes dias (para cada participante) e foi realizado em quatro etapas, sendo composto de: Anamnese, avaliação clínica e familiarização; Teste de Exercício Cardiopulmonar (TECP); Coleta de dados ambulatoriais (uso da camiseta inteligente Hexoskin durante sete dias por pelo menos oito horas diárias); Protocolo Pseudorrandômico Binário (PRBS). Resultados: Foram incluídos 18 voluntários neste estudo, onde 61% destes eram do sexo masculino. Uma pequena parcela destes apresentou potência aeróbia de nível muito fraca (n=5,56%) ou excelente (n=5,56%), sendo que a maioria (n=38,9%) apresentou aptidão de nível razoável. Os voluntários permaneceram 3% do tempo de uso total da camiseta em atividades de intensidade baixa, 2% em atividades de intensidade moderada e apenas 1% do tempo em atividades vigorosas. Resultados mostraram que, valores da cadencia e aceleração do quadril são superiores em atividades vigorosas de vida diária quando comparados a outros momentos de exercício. Ademais, encontramos correlação positiva moderada entre (VO2pico) do TECP e cadencia pico do quadril e correlação positiva de fraca a moderada entre aceleração e cadencia media do quadril com o (VO2pico) do TECP. Conclusão: o NAF mensurado pela camiseta inteligente durante atividade de intensidade vigorosa impactou a potência aeróbia de indivíduos aparentemente saudáveis. No entanto, não houve correlação entre o NAF e a aptidão aeróbia da amostra estudada.
Apresentação
ID: 9472
Resumo
Introdução: O sistema somatossensorial passa por processos maturacionais no decorrer do desenvolvimento que aprimoram a integração de informações das modalidades sensoriais para execução de tarefas motoras. Indivíduos com Paralisia Cerebral (PC), apresentam déficits somato-sensoriais que podem afetar o desempenho motor. No entanto, as mudanças no sistema somatossensorial ao longo do desenvolvimento não são bem conhecidas. Objetivos: Comparar o desempenho sensorial (tátil e proprioceptivo) dos membros inferiores de crianças (5-12 anos) e adolescentes (13-19 anos) com PC uni e bilateral, e comparar o desempenho dos membros inferiores entre hemicorpo dominante e não-dominante. Método: Foram analisados os dados de 16 participantes com PC, todos deambuladores (nível de Classificação da Função Motora Grossa de I a III), divididos entre crianças (média 8,7 e desvio padrão (DP) 2,5 anos de idade, n=7) e adolescentes (média 15,5 e DP 2,3 anos de idade, n=9). Estes foram avaliados quanto à discriminação tátil (registro tátil: monofilamentos de Semmes-Weinstein; percepção tátil: teste de discriminação de dois pontos) e propriocepção para senso de posição estática (Angles-Video Goniometer©). Para comparar as variáveis quanto à faixa etária (5-12; 13-19 anos), foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis. O teste exato de Fisher foi utilizado para comparar a classificação do registro tátil entre grupos etários. A comparação entre os hemicorpos (dominante; não-dominante), independente da faixa etária, foi realizada com o testes de Wilcoxon. Foi considerado nível de significância de 5%. Resultados: Considerando a propriocepção para senso de posição estática, foi verificada diferença apenas na comparação entre os hemicorpos, havendo maior erro angular no lado não dominante dos participantes (p=0,041). Quanto à percepção tátil, não foi observada diferença significativa entre grupos etários e hemicorpos. Com relação ao registro tátil, quando analisada a distribuição das categorias de registro tátil (normal ou diminuído), foi observado um maior número de classificações normais no grupo de adolescentes em relação ao grupo de crianças, em ambos os lados (dominante, p=0,023 e não dominante, p=0,034). Conclusão: A observação de que adolescentes mostraram maior proporção de classificação normal quanto ao registro tátil do grupo de crianças, pode indicar que há mudanças maturacionais da infância para adolescência nos sistemas envolvidos. O pior desempenho quanto à propriocepção no lado não dominante reflete que dificuldades sensório-motoras desse grupo são possivelmente mais acentuadas nesse hemicorpo. Ressalta-se a necessidade de estudar indivíduos com desenvolvimento típico para parâmetro de comparação, o que não foi possível neste estudo devido à pandemia de Covid-19.
Apresentação
ID: 9002
Resumo
Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença progressiva relacionada à inflamação crônica das vias aéreas associada à limitação ao fluxo aéreo persistente e que leva frequentemente o paciente à períodos de exacerbação. Há atualmente grande interesse em diferenciar estes pacientes de acordo com fenótipos identificados, utilizando achado simples ou combinação de características comuns. Adicionalmente, na DPOC há concomitância de alterações sistêmicas que influenciam negativamente no prejuízo na função autonômica cardíaca. Entretanto ainda não há conhecimento se diferentes fenótipos da DPOC podem influenciar o controle autonômico cardíaco de pacientes com DPOC exacerbados. Objetivo: Verificar a influência de diferentes fenótipos da DPOC no controle autonômico cardíaco. Métodos: Foram avaliados os seguintes fenótipos: de acordo com sintomatologia e contagem de eosinófilos: 1) Escala Modificada do Medical Research Council (mMRC), sendo os grupos divididos mMRC ≤2 (GMRC1) e mMRC > 2 (GMRC2); 2) valores de eosinófilos, sendo os grupos divididos em: eosinófilos ≤300 céls/μL (GEOS1) e e eosinófilos >300 céls/μL (GEOS2). Para avaliação do controle autonômico, os intervalos R-R (iRR) foram obtidos em repouso, e a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) foi analisada no domínio do tempo (média da frequência cardíaca - FC e dos iRR, STD RR e RMSSD), e por índices não lineares (SD1, SD2 e SD1/SD2 do plot de Poincaré, entropia amostral e aproximada). Resultados: GMRC1 apresentou maiores valores de STD RR, RMSSD, RRtri, TINN, e SD1, bem como menor valor da razão SD1/SD2 em relação ao GMRC2 (p<0,05) (STD RR: 27,1 ± 14,6 ms vs 13,6 ± 9,6 ms; RMSSD: 32,8 ± 17,9 ms vs 12,4 ± 5,9 ms; RRtri: 6,7 ± 3,5 vs 3,6 ± 1,6; TINN: 131,3 ± 65,9 ms vs 67,2 ± 37,6 ms; SD1: 23,3 ± 12,7 ms vs 8,8 ± 4,2 ms; SD1/SD2: 1,3 ± 0,4 vs 1,8 ± 0,6). Para a comparação entre GEOS1 e GEOS2, não houve diferenças significativas para VFC no domínio do tempo, frequência e índices não lineares. Conclusão: O fenótipo de menor sintomatologia apresentou maior modulação total e parassimpática em relação aos mais sintomáticos que apresentam dispneia aos moderados e leves esforços. Adicionalmente, o fenótipo de acordo com eosinófilos, não influenciou na modulação autonômica cardíaca.
Apresentação
ID: 9135
Resumo
Introdução: A ventosaterapia consiste na aplicação de pressão negativa sobre a pele por meio de ventosas. Casos de dor crônica, como a dor lombar, já apresentam resultados promissores na aplicação da ventosaterapia. Porém, seu uso clínico ainda requer evidências científicas de maior qualidade metodológica e de avaliação dos benefícios quando utilizado de forma complementar a fisioterapia tradicional. O projeto inicial previa um estudo clínico randomizado controlado para avaliação do efeito da ventosaterapia pacientes em tratamento fisioterapêutico para dor lombar por meio de grupos operativos na Atenção Básica à Saúde (ABS). Em virtude da pandemia de COVID-19 os atendimentos fisioterapêuticos dos grupos operativos foram cancelados, não tornando possível completar a amostra pretendida. Neste sentido, o projeto foi alterado para realização de uma revisão integrativa sobre os métodos de utilização da ventosa seca estática nos estudos primários. Objetivo: 1) Avaliar os efeitos da ventosaterapia em participantes de grupos operativos na ABS no município de São Carlos e 2) Realizar revisão integrativa dos métodos utilizados em estudos primários na aplicação de ventosaterapia seca e estática para dor lombar inespecífica em adultos. Metodologia: Participaram do estudo de intervenção, sete pacientes no grupo controle (GC) e três pacientes no grupo ventosaterapia (GV). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CAAE 15012619.3.0000.5504). Os pacientes do grupo intervenção foram submetidos a oito sessões de ventosaterapia, sendo a sessão semanal com aplicação por 10 minutos e pressão leve a moderada. Os pacientes foram comparadas quanto a intensidade de dor, funcionalidade avaliada pelo Questionário Rolland-Morris e risco de mau prognóstico pelo Questionário Start Back. A revisão integrativa, que seguiu as fases: elaboração da pergunta de pesquisa, seleção das bases de dados a serem pesquisadas, definição dos critérios de inclusão e exclusão, definição da estratégia de busca, busca na literatura, seleção dos artigos, análise dos dados e apresentação dos resultados. O gerenciamento das referências e as fases da revisão foram realizadas de acordo com o Programa Start. Resultados: A análise descritiva demonstrou redução dos níveis de dor (GV: -4±8; GC: 1±3), aumento da funcionalidade (GV:-7±12; GC: -3±3) e melhora do prognóstico (GV: -2±4; GC:0±1) do grupo ventosaterapia em relação ao grupo controle. Quanto a revisão, foram identificados 1.224 artigos, sendo cinco inseridos para extração dos resultados. Conclusões: Por meio dos resultados parciais da intervenção pretendida, verificamos resultados promissores da ventosaterapia em pacientes em atendimento grupal fisioterapêutico na ABS. A revisão integrativa demonstrou escassez de estudos nesta temática e variação nos métodos de aplicação da ventosaterapia seca, quanto a utilização de ventosas, as regiões corporais de aplicação, diâmetro da ventosa e duração da aplicação da pressão negativa entre os estudos. Portanto, o presente projeto identifica a necessidade da realização de mais estudos primários para avaliação dos efeitos da ventosaterapia seca e estática para tratamento da dor lombar inespecífica em adultos.
Apresentação
ID: 9261
Resumo
Introdução: A dor cervical crônica está entre as condições musculoesqueléticas que mais causam incapacidade e diminuição da qualidade de vida. Além da dor, esses indivíduos apresentam alteração no padrão de movimento cervical e sintomas psicossociais (cinesiofobia, catastrofização, ansiedade e depressão). Sabe-se que o exercício físico é eficaz no tratamento da dor cervical crônica, porém, os fisioterapeutas enfrentam barreiras para o sucesso da terapia, como a falta de aderência dos pacientes. Também, devido a custos, distância e ausência de informações adequadas, muitos pacientes não tem acesso ao tratamento. Por essa razão, a telereabilitação é uma ferramenta em ascensão para suprir essas necessidades. Contudo, é necessário investigar qual a sua eficácia quando comparada ao tratamento presencial. Objetivo: Investigar o efeito de um protocolo de exercícios aplicado via telereabilitação em pacientes com dor cervical crônica. Metodologia: O estudo tem caráter de ensaio clínico randomizado controlado. Serão recrutados 98 indivíduos entre 18 e 65 anos, de ambos os sexos, que apresentarem dor na cervical com duração maior que 3 meses. Eles serão randomizados e alocados em dois grupos (telereabili tação e presencial). O grupo telereabilitação realizará o protocolo de intervenção em casa, através de vídeos enviados anteriormente. Uma ligação semanal será feita para acompanhamento dos voluntários. O grupo presencial realizará o protocolo junto com o terapeuta. A dor e incapacidade e os aspectos psicossociais (cinesiofobia, catastrofização, crenças medo e evitação, sintomas de ansiedade e depressão, auto eficácia para a dor) serão avaliados pré e pós a aplicação do protocolo de intervenção de 6 semanas. Ambos os grupos realizaram o mesmo protocolo de intervenção pré-estabelecido, com 12 sessões, durante 6 semanas. Para comparação dos efeitos do tratamento, serão utilizados modelos mistos de análise da variância (ANOVA), com interação entre grupos de tratamento e tempo. Resultados: Por causa da pandemia do COVID-19, a UFSCar suspendeu suas atividades presenciais e com isso não foi possível prosseguir com o projeto que estava em andamento, visto que além das avaliações iniciais e finais serem presenciais, um dos grupos do estudo também era presencial. Porém, esperamos que ambos os grupos (telereabilitação e presencial) apresentem redução da dor e incapacidade e melhora nos aspectos psicossociais após o protocolo de intervenção e após um acompanhamento de 3 meses e que o grupo telereabilitação apresente resultados semelhantes ao grupo presencial. Conclusão: Embora a interrupção do projeto foi necessária devido a pandemia do COVID-19, acreditamos que esse estudo apresente grande potencial para ajudar os pacientes com dor cervical crônica quanto a redução da dor e incapacidade e melhora dos aspectos psicossociais.
Apresentação
ID: 9538
Resumo
Introdução: A aquisição do controle de tronco de lactentes é importante para o aprimoramento de habilidades motoras. Sabe-se que lactentes pré-termo apresentam menor nível de controle de tronco. Assim, se faz relevante verificar os efeitos de intervenções com ênfase no controle de tronco para prevenir e minimizar os atrasos no desenvolvimento motor global e de tronco que podem apresentar os lactentes pré-termo nos primeiros anos de vida. Objetivo: Verificar o efeito dos treinos direcionados ao nível de controle de tronco em lactentes pré-termo moderados a tardios no período de aquisição da habilidade de alcance. Metodologia: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFSCar. Participaram 13 lactentes pré-termo moderados a tardios, alocados em: grupo controle (GC) – 7 lactentes receberam o treino social; grupo experimental (GE) – 6 lactentes receberam o treino de tronco e alcance. Os lactentes foram submetidos a 4 avaliações: pré-treino (Pré), antes da 1ª sessão de treino; pós-treino 1 (Pós1), após a 5ª sessão; pós-treino 2 (Pós2), após a 12ª sessão; retenção, após 7 dias do Pós2. O nível de controle de tronco foi identificado por meio da Segmental Assessment of Trunk Control (SATCo) e o desenvolvimento motor grosso pela Alberta Infant Motor Scale (AIMS). Os lactentes foram submetidos a 12 sessões consecutivas de treino. O treino do GE foi composto por atividades funcionais nas posturas supina, prona, sentada e em pé, realizadas no chão e na bola. O treino do GC consistiu no posicionamento nas mesmas posturas do GE, recebendo somente interação visual e verbal. Foi aplicado o teste de Friedman para o controle de tronco e ANOVA de medidas repetidas para a pontuação da AIMS. Foi adotado p<0,05 e realizado o tamanho de efeito. Resultados: O GE apresentou maior nível de controle de tronco (mediana:3) na retenção comparado ao Pré (mediana:2; Z=-2,000; p=0,04; r=0,67), e maior pontuação da AIMS no Pós1 (média:16,83; p=0,00; d=0,84), Pós2 (média:19,83; p=0,00; d=-2,48) e retenção (média:23,16; p=0,00; d=-4,55) comparado ao Pré (média:14,50). O GC apresentou maior pontuação da AIMS no Pós1 (média:15,57; p=0,01; d=-1,22), Pós2 (média:17,57; p=0,00; d=-2,35) e retenção (média:19; p=0,00; d=-2,40) comparado ao Pré (média:14). O GE apresentou maior pontuação da AIMS (média:23,16) comparado ao GC (média:19) (p=0,00; d=1,83) na retenção. Conclusão: Os lactentes do GE apresentaram maior nível de controle de tronco e ambos os grupos apresentaram melhor desenvolvimento motor após o treino. O GE apresentou melhor desenvolvimento motor comparado ao GC na retenção. Portanto, ambos os treinos foram benéficos para o desenvolvimento motor infantil, podendo ser divulgados para a comunidade científica e aplicados em clínicas de reabilitação.
Apresentação
ID: 9160
Resumo
Introdução: Programas de fortalecimento dos músculos do tronco, quadril e joelho, considerados padrão-ouro para tratamento da osteoartrite do joelho (OAJ), reduziram a dor, melhoraram a função, porém não alteraram a sobrecarga interna da articulação do joelho desses pacientes. Por outro lado, o fortalecimento da musculatura intrínseca do pé foi eficaz na redistribuição de forças na fase de apoio da marcha em diabéticos neuropatas e na redução da dor em pacientes com dor patelofemoral. Entretanto, não se sabe se um programa de fortalecimento dos músculos do tornozelo e pé é capaz de reduzir a dor e a sobrecarga articular e melhorar a função de indivíduos com OAJ. Objetivo: Avaliar o efeito de um programa de fortalecimento dos músculos do tornozelo e do pé na dor do joelho, função e sobrecarga do joelho de indivíduos com OAJ. Metodologia: O estudo seguiu as recomendações metodológicas de ensaios clínicos do Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT) e da Osteoarthritis Research Society International (OARSI). Foram recrutados indivíduos com diagnóstico de OAJ, baseado nos critérios clínicos e radiográficos do American College of Rheumatology e, aleatoriamente, alocados em Grupo Controle que não recebeu intervenção para o pé e seguiu recomendações médicas ou Grupo Exercício que foi submetido a um programa de fortalecimento para os músculos do tornozelo e o pé. Foram avaliadas a função por meio dos testes funcionais de sentar e levantar de uma cadeira em 30 segundos, subir e descer escadas e de caminhada rápida em 40 metros, e a dor logo após os testes, antes e após o término do tratamento. O programa de fortalecimento foi presencial e supervisionado, por 8 semanas consecutivas, com 3 sessões semanais de 60 minutos, em dias alternados. Por fim, foi analisada a distribuição dos dados e a homogeneidade das variâncias, sendo realizado, em seguida o teste ANOVA de medidas repetidas com nível de significância de 0,05 e intervalo de confiança de 95%. Resultados: 32 indivíduos foram randomizados nos grupos, partindo de condições iguais no início do estudo com relação aos dados antropométricos e variáveis avaliadas. Houve interação estatisticamente significativa apenas para o teste de sentar e levantar de uma cadeira em 30 segundos no qual o grupo controle piorou seu desempenho após as 8 semanas sem intervenção. Nas comparações intra-grupos, o grupo intervenção apresentou melhor desempenho no teste de subir e descer escadas enquanto que o grupo controle piorou significativamente no teste de caminhada. Com relação a dor após os testes funcionais, ambos os grupos apresentaram melhora, porém com o grupo exercícios apresentando melhores escores da dor. Conclusão: Um programa de exercícios terapêuticos de fortalecimento dos músculos do tornozelo e pé mantém o desempenho da atividade funcional de sentar e levantar de uma cadeira de sujeitos com OAJ, e parece melhorar a dor em atividades funcionais.
Apresentação
ID: 9122
Resumo
Introdução: No joelho, os compartimentos tibiofemoral e patelofemoral, ou ambos, podem ser acometidos pela osteoartrite (OA), sendo o compartimento patelofemoral o mais frequentemente afetado antes mesmo do tibiofemoral. Além disso, em comparação com a OA tibiofemoral medial, indivíduos com OA patelofemoral (OAPF) relatam mais incapacidade, sendo mais propensos a apresentar um início precoce de sintomas crônicos. Existe uma relação entre a OA no joelho e uma menor capacidade muscular, sendo o quadríceps femoral um dos músculos mais comprometidos. Entretanto, essa relação ainda é pouco estudada na OAPF. Outrossim, sabe-se que os músculos glúteo médio e máximo atuam excentricamente para resistir a adução e rotação medial do quadril durante atividades com suporte do peso corporal, mas nenhum estudo avaliou a força excêntrica desses músculos em pacientes com OAPF. Nesse contexto, uma menor capacidade muscular poderia prejudicar os indivíduos em suas atividades diárias, impactando assim, na qualidade de vida. Objetivo: Comparar a força muscular, capacidade funcional e qualidade de vida entre indivíduos com OAPF (GOAPF) e sem OAPF (grupo controle - GC). Metodologia: Estudo transversal, no qual foram incluídos indivíduos com e sem OAPF, de ambos os sexos, com idade entre 40 e 65 anos. Os picos de torque (PT) excêntrico máximo abdutor, extensor e rotador lateral do quadril assim como os torques concêntrico e excêntrico de joelho foram avaliados por meio de um dinamômetro isocinético Biodex Multi-Joint System 3. O PT isocinético foi normalizado pela massa corporal individual (PT / massa corporal * 100). Foram aplicados os testes funcionais de caminhada rápida de 40 metros, de subir e descer escada, e de sentar e levantar, além do questionário Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC). Para análise dos dados, foi utilizado o teste t Student para os dados com distribuição normal e o teste Mann-Whitney para aqueles que não tiveram distribuição normal. Foi adotado um nível de significância de 5% em todas as análises (α=0,05). Este estudo foi aprovado pelo CEP – UFSCar (CAAE: 96324918.4.0000.5504). Resultados: Foram avaliados 30 voluntários, sendo 16 indivíduos saudáveis e 14 com OAPF. Houve diferença significativa para idade entre os grupos (p=0,03), sendo os indivíduos com OAPF mais velhos que o controle. Com relação à força muscular do quadril, o GOAPF apresentou menor PT de abdutores (p=0,05). Entretanto, não houve diferença entre os grupos para os músculos extensores e rotadores laterais (p>0,05). Referente aos músculos extensores do joelho, o GOAPF apresentou menor PT nos modos concêntrico (p=0,006) e excêntrico (p=0,009). Na análise dos testes funcionais, O GOAPF apresentou pior desempenho em todos os testes (p≤0,006). Ademais, foram encontradas diferenças significativas para os domínios dor, rigidez, função física e pontuação total do questionário WOMAC, indicando uma diminuição na qualidade de vida em indivíduos com OAPF (p≤0,009). Conclusões: De acordo com os nossos resultados, indivíduos com OAPF apresentam comprometimento na força muscular dos abdutores do quadril e dos extensores do joelho, na função e na qualidade de vida quando comparados com indivíduos saudáveis.
Apresentação
ID: 9521
Resumo
Introdução: Crianças com Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) possuem um déficit na aquisição e execução de habilidades motoras, que restringe sua participação nas atividades físicas. Essas crianças podem apresentar baixa aptidão física, comprometendo o desempenho cardiorrespiratório e os ajustes cardíacos autonômicos quando comparadas a crianças com desenvolvimento típico. Sendo assim, é de extrema importância compreender melhor o controle autonômico cardíaco nos momentos de repouso, atividade aeróbica e em recuperação, com o intuito de planejar programas de intervenção de acordo com suas necessidades. Objetivo: Analisar o controle autonômico cardíaco em repouso, durante e após a atividade aeróbica, e avaliar o nível de atividade física e desempenho no teste de caminhada de seis minutos (TC6) de crianças com e sem TDC. Métodos: Realizou-se um estudo transversal com crianças de 7 a 10 anos idade, de uma escola particular da cidade de São Carlos. Os pais/responsáveis das crianças assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e preencheram o questionário sociodemográfico e o Developmental Coordination Disorder Questionnaire (DCDQ), para identificação das características familiares das crianças e rastreamento de sinais indicativos de TDC, respectivamente. Após a autorização e o preenchimento completo dos questionários, as crianças foram avaliadas no ambiente escolar por meio da Movement Assessment Battery for Children – 2 (MABC-2), que avaliou o desempenho motor. Após esta avaliação foram incluídas 19 crianças com TDC no grupo experimental (GTDC) e 24 crianças típicas no grupo controle (GC). Na Universidade Federal de São Carlos foi realizada a verificação das medidas antropométricas, a avaliação do controle autonômico cardíaco, por meio do cardiofrequencimetro Polar®, modelo V800, em repouso supino (M1), repouso ortostático (M2), durante o TC6 (M3) e durante a recuperação (M4), e o preenchimento do Physical Activity Questionnaire for children (PAQ-C) para avaliação do nível de atividade física. O teste t para medidas independentes comparou os valores em média dos momentos e dos deltas entre os momentos (D1=M2-M1, D2=M3-M2 e D3=M4-M3), do PAQ-C e do TC6 para, respectivamente, comparar a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC), o nível de atividade física e o desempenho no teste entre os grupos GTDC e GC, com nível de significância de p < 0,05. Resultados: Observaram-se diferenças significativas entre os grupos na atuação do controle autonômico cardíaco para os índices LFnu e HFnu durante o ajuste do repouso ortostático para o exercício físico (D2), com o GTDC exibindo valores inferiores (9,09 ±10,76) para LFnu e superiores para HFnu (-9,03±10,179) quando comparado ao GC (18,17±15,16 para LFnu; -18,16±15,14 para HFnu). Não foram observadas diferenças significativas desempenho do TC6 e no nível de atividade física. Conclusão: As crianças do GTDC apresentaram modulação autonômica cardíaca prejudicada durante a transição do repouso ortostático para o exercício de caminhada, pois saem do repouso com uma condição de modulação autonômica simpática maior (LFnu) e parassimpática menor (HFnu) comparada as crianças do GC. Portanto, a VFC pode ajudar na condução adequada de programas de intervenção em crianças com TDC e ainda ajudar na avaliação dos ganhos fisiologicos dessas crianças.
Apresentação
ID: 9494
Resumo
Introdução: Pacientes com a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) apresentam inflamação pulmonar e sistêmica, levando a sintomas como dispneia, fraqueza e fadiga muscular, principalmente de membros inferiores, limitando a capacidade física e funcional. Sendo assim, é de fundamental importância, investigar a influência que a força isométrica dos músculos dos membros inferiores exerce na capacidade ao exercício. Objetivos: O presente estudo teve como principal objetivo verificar se há correlação e o quanto a força muscular isométrica do quadríceps explica a variabilidade do desempenho do teste de degrau de seis minutos (TD6), teste de sentar e levantar de um minuto (TSL1) e teste de caminhada de seis minutos (TC6) e verificar se a força muscular isométrica do quadríceps tem associação com desfechos clínicos (hospitalização, exacerbação e óbito) de pacientes com DPOC em acompanhamento por seis meses. Métodos: O estudo foi do tipo observacional, longitudinal no qual foram selecionados indivíduos com idade entre 50-85 anos, com diagnóstico clínico e espirométrico de DPOC, em acompanhamento médico, estabilidade do tratamento medicamentoso e ausência de exacerbação, nas últimas 4 semanas. Os pacientes foram avaliados no primeiro dia, por meio da espirometria e teste de força muscular de quadríceps com o uso do dinamômetro portátil MicroFet®2; no segundo dia foram submetidos a um TD6 e ao TSL1. No terceiro dia foram realizados dois TC6 seguindo as normas da American Thoracic Society. Para análise dos dados, foi considerado o desempenho nos testes funcionais e a força muscular isométrica de quadríceps. Os dados foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e para todas as analises, foi considerado um p< 0.05. Resultados: A força muscular isométrica de quadríceps se correlacionou e explicou a variabilidade dos testes funcionais TD6 (r=0,29; p=0,002), TC6 (r=0,31; p=0,023) e TSL1 (r=0,35; p=0,001). Não houve correlação entre a variável força muscular isométrica de quadríceps e as variáveis exacerbação, hospitalização e óbito. Houve correlação fraca (r=0,484; p=0,000) entre as variáveis força muscular isométrica de quadríceps e o relato da prática de atividade físicas dos pacientes durante o período de seis meses de acompanhamento. Conclusão: A força muscular isométrica de quadríceps se correlacionou e foi capaz de explicar a variabilidade dos os testes funcionais (TD6, TC6 e TSL1), principalmente com o TSL1, explicando 35% da variabilidade deste teste.
Apresentação
ID: 9127
Resumo
Introdução: A Osteoartrite (OA) é uma doença degenerativa que acomete articulações sinoviais. Umas das principais articulações acometidos pela OA são as articulações da mão, com destaque para as articulações interfalangeanas distais e proximais e para a articulação carpometacárpica do polegar, nesse caso, conhecida como rizoartrose. Este quadro causa dor, rigidez articular, diminuição de amplitude de movimento e de força muscular, podendo resultar em limitações nas atividades de vida diária por redução da função da mão e, consequentemente, redução da qualidade de vida. Apesar da vasta literatura acerca da OA de mão, quando se pensa especificamente na rizoartrose, não se sabe ao certo os efeitos dessa condição nos aspectos de atividade e participação dos sujeitos acometidos, segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi verificar os efeitos da rizoartrose nos domínios de atividade e participação social da CIF, comparando com sujeitos saudáveis. Metodologia: Participaram do estudo 26 indivíduos divididos em: Grupo Controle (GC, n= 13, 59 ± 6,67 anos), sem diagnóstico de rizoartrose, e Grupo Rizoartrose (GR, n= 13, 60 ± 6,57 anos), com diagnóstico médico de rizoartrose. Os dados foram coletados remotamente, por meio de telefonemas e formulários eletrônicos, disponíveis na plataforma Google, dos questionários: Disabilities of the Arm, Shoulder, and Hand (DASH), Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) e Australian/Canadian Hand Osteoarthritis Index (AUSCAN) e da Escala Numérica de Dor. A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste Shapiro-Wilk e a homocedasticidade pelo teste de Levene. Para comparação intergrupos foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Para todas as análises foi adotado um nível de significância de 5%. Resultados: A análise do domínio dor e função mostrou diferença significativa (p≤ 0,05) entre os grupos, sendo a Escala Numérica de Dor em repouso com média 3,46 ± 2,96 e 0 ± 0 para os grupos rizoartrose e controle, respectivamente, e índice no questionário AUSCAN com média de 12,54 ± 8,56 para o GR e 0,46 ± 1,19 para o GC. Na análise do domínio atividade e participação os resultados também foram significativamente diferentes entre os grupos. As pontuações médias do questionário DASH para os grupos rizoartrose e controle foram 28,17 ± 16,67 e 2,49 ± 3,42, respectivamente. Enquanto na ferramenta canadense a pontuação foi de 7,21 ± 1,82 no GR e 9,60 ± 0,78 no GC para o desempenho e 6,95 ± 2,24 no GR e 9,57 ± 0,84 no GC para a satisfação. Conclusões: A partir dos achados do estudo, concluímos que pacientes com rizoartrose além de apresentarem dor ao repouso e déficits na função da mão, possuem o domínio de atividade e participação afetadas negativamente pela doença.
Apresentação
ID: 8987
Resumo
INTRODUÇÃO: A sepse atualmente é uma das principais causas de morte hospitalar e quando associada ao uso de medicação vasopressora e lactato >2mol mmol/L é definida como choque séptico. Este paciente apresenta alterações do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático (SNA). Somado a estas informações temos que para estes pacientes hospitalizados e restritos ao leito, a mobilização passiva é uma estratégia muito utilizada, porém ainda se carece de evidência sobre a associação entre a medicação vasoativa na resposta autonômica cardíaca.OBJETIVO: Investigar a presença de associação entre as drogas vasoativas e a resposta da modulação autonômica cardíaca frente à mobilização passiva em pacientes com choque séptico. METODOLOGIA: Estudo prospectivo intervencional, cuja amostra foi composta por 16 indivíduos com diagnóstico de choque séptico. A modulação autonômica cardíaca foi analisada pelos índices da variabilidade da frequência cardíaca (VFC): DFA, PNS, BF/AF, RRtri e RMSSD, nos momentos pré, durante e pós mobilização bem como as variações da VFC (deltas:Δmob-pré, Δpós-mob e Δpós-pré). Para verificar a associação entre a utilização de noradrenalina e VFC, foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman, com nível de significância de 5% (p < 0,05). RESULTADOS: Foram encontradas correlações entre droga vasoativa e a variação da VFC conforme exposto: correlações negativas entre 1. noradrenalina e o índice DFA1(r=-0,64; p=0,009) e 2. Noradrenalina e relação BF/AF(r=-0,49; p=0,05) paradelta pós-prémob e delta mob-pré, respectivamente. Além de 3.correlação positiva entre noradrenalinae o índice PNS (r=0,54; p=0,032) para delta mob-pré. CONCLUSÃO: Com base nos resultados obtidos, concluí-se que o uso de drogas vasoativas está associado a resposta da modulação autonômica cardíaca frente a mobilização passiva em pacientes com choque séptico. Estes resultados fornecem conhecimento a o profissional fisioterapeuta que atua nas unidades de terapia intensiva.
Apresentação
ID: 9082
Resumo
A asma é uma doença heterogênea, resultante de fatores genéticos e ambientais, caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas.A inflamação brônquica é causada por uma complexa interação entre células inflamatórias, mediadores inflamatórios e as células brônquicas estruturais e resulta em uma contração do músculo liso brônquico, edema da mucosa e hipersecreção mucosa, gerando estreitamento brônquico intermitente. Além da inflamação, há importante atuação do sistema nervoso autônomo (SNA). Na doença controlada há uma acentuada atividade simpática, e na exacerbação uma atividade acentuada do sistema nervoso parassimpático (broncoconstrição). A broncoconstrição e a obstrução das vias aéreas ocasionadas pela atividade acentuada do sistema nervoso parassimpático e da inflamação provocam alterações na mecânica respiratória - redução da complacência pulmonar e hiperinsuflação pulmonar. O pulmão hiperinsuflado é um pulmão hipoventilado, com consequente hipoxemia e por vezes hipercapnia. Além disso, o pulmão hiperinsuflado modifica a geometria da parede torácica, encurtando os músculos inspiratórios, deixando-os em uma posição que desfavorece a geração de tensão, diminuindo sua capacidade de contração. As reduções na capacidade ventilatória podem afetar a capacidade do sistema respiratório de manter as concentrações de gases no sangue arterial e comprometer a tolerância ao exercício. O treinamento muscular inspiratório (TMI) é uma técnica usada para aumentar a força ou resistência do diafragma e dos músculos acessórios de inspiração podendo aumentar a força muscular respiratória e a tolerância ao exercício físico. Isso seria possível já que os músculos inspiratórios são músculos esqueléticos morfológicos e funcionais e, portanto, respondem ao treinamento, assim como qualquer músculo do sistema locomotor. Além disso, o TMI pode atenuar o metaborreflexo. Ainda é escassa a literatura que aborda o tema.2. Objetivos: Realizar, através da revisão da literatura, se o TMI em crianças asmáticas é capaz de melhorar a força dfos músculos respiratórios e melhorar a capacidade funcional dessas crianças. 3. Metodologia: O estudo realizou uma revisão sistemática da literatura a partir das bases de dados Cinahl, Cochrane, Embase, PubMed e Web of Science. Com base em um padrão de palavras chave e critérios de inclusão. Dois pesquisadores independentes realizaram as etapas para a seleção dos estudos ( análise dos títulos, resumo e seleção dos artigos finais para leitura na íntegra). Na ocasião de dúvida, um terceiro pesquisador foi consultado. 4. Resultados. Na busca de dados inicial foram identificados 291 registros. Estes passaram por três seleções: a partir do título, pelo resumo e por fim pela leitura completa dos textos. Foram identificados 2 estudos que respondiam às questões desta revisão. Os dados dos estudos foram extraídos para uma planilha do excel contendo informações da intervenção e desfechos avaliados. 5. Conclusão: os dois estudos selecionados e analisados, mostraram que o TMI gerou efeitos positivos sobre as crianças asmáticas - aumento da força muscular respiratória e melhora da capacidade funcional. Porém, o número limitado de estudos, os diferentes parâmetros utilizados, além da aplicação do TMI de forma não isolada são fatores que limitam determina-lo como um tratamento eficaz. Se faz necessário a realização de mais estudos e a padronização dos parâmetros utilizados para que se possa chegar em uma conclusão mais concisa.
Apresentação
ID: 9476
Resumo
Introdução: A Dismenorreia, também conhecida como cólica menstrual, é o sintoma ginecológico mais comum entre mulheres adolescentes e jovens adultas, muitas vezes subestimada, podendo levar a alto grau de absenteísmo e diminuição da qualidade de vida. Entretanto, não há clareza ainda sobre qual o perfil epidemiológico e clínico de mulheres brasileiras com dismenorreia. Objetivo: Verificar a prevalência e a representação dessa desordem ginecológica em mulheres brasileiras. Métodos: Este é um estudo transversal. Participaram deste estudo 4190 mulheres em idade reprodutiva com relato de Dismenorreia, cuja intensidade da dor fosse maior ou igual a 4 pontos na Escala Numérica da Dor e uso estável de medicamentos. Como critérios de exclusão foram desconsiderados os dados de mulheres que apresentassem casos de amenorreia, mulheres gestantes ou puérperas. As participantes do estudo responderam um questionário online, hospedado pela plataforma Google Forms, que foi amplamente divulgado em mídias sociais. O questionário era composto por 38 questões múltipla-escolha, contendo questões sociodemográficas e acerca da história ginecológica. Resultados e Discussão: Analisou-se 4190 respostas de mulheres com média de 26,3±6,9 anos e idade média de menarca de 11,4±1,9 com maioria das respostas foram da região Sudeste e de universitárias e com nível superior completo. A maioria das mulheres têm dor de intensidade moderada (4-7 na escala numérica de dor de 0-10) no período menstrual, e utiliza métodos alternativos para alívio da dor, como uso de termoterapia (bolsa de água quente) e chás. Não houve correlação significativa entre o uso de métodos não farmacológicos e a END para a dor nos últimos 5 anos. Conclusão: Concluiu-se que, a dismenorreia é presente na vida de mulheres brasileiras de diferentes faixas etárias e localidades. A dor média é moderada, e a grande maioria usa um ou mais métodos não farmacológicos para alívio dos sintomas. A cólica menstrual não deve ser o único sintoma a ser avaliado durante a menstruação, levando em consideração a mulher como um todo, e as alternativas por ela escolhida para alívio dos sintomas.
Apresentação
ID: 9071
Resumo
Introdução: A contração correta da MAP é definida como um “fechamento circular da vagina, da uretra e do ânus, associado a um movimento cranioventral do períneo e um movimento ascendente dos órgãos pélvicos”. Entretanto, cerca de 30 a 50% das mulheres não são capazes de realizar a contração dos músculos da MAP. Objetivos: Avaliar a concordância entre a autopercepção da habilidade de contração da MAP com os resultados obtidos da avaliação física da MAP, em mulheres jovens. Metodologia: Participaram do estudo 43 mulheres, com média de idade de 24,16 (DP 3,84) anos. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de dois questionários semiestruturados seguida de uma avaliação física da MAP. Os questionários foram utilizados para avaliar as características sociodemográficas, histórico ginecológico e sexual e a autopercepção da habilidade de contração da MAP. A avaliação física foi realizada por meio da palpação vaginal bidigital e esquema PERFECT (P: Power (força); E: Endurance (resistência); R: Repetitions (repetições); F: Fast (contrações rápidas); ECT: Every Contraction Timed (cada contração cronometrada)). A normalidade dos dados foi realizada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. A análise da concordância entre a autopercepção da contração e os resultados da avaliação física foi realizada por meio do teste de kappa linear ponderado de Cohen (kw). Os índices de kw foram classificados de acordo com os valores padronizados de Cohen: nenhuma a leve (0,00-0,20), regular (0,21-0,40), moderada (0,41-0,60), substancial (0,61-0,80) e quase perfeita (0,81-1,00). Resultados: A analise da concordância entre a autopercepção e a avaliação física foi classificada como “regular” apenas no item “P” (kw=0,21) e como “nenhuma a leve” para os demais itens do esquema PERFECT (kw-<0,20). Conclusão: A autopercepção da contração e os resultados da avalição física da MAP não apresentam concordância entre si, reforçando a necessidade da realização da avaliação da MAP por um profissional especializado.
Apresentação
ID: 9057
Resumo
Introdução: Por meio da avaliação da musculatura do assoalho pélvico (MAP) torna-se possível avaliar a presença de disfunções da musculatura do assoalho pélvico (DMAP), como as incontinências urinárias e fecal, os prolapsos de órgãos pélvicos e as disfunções sexuais. Sendo assim, um dos métodos mais utilizados para avaliar a função da MAP é a palpação vaginal. Objetivo: Avaliar a reprodutibilidade inter- e intra-examinador do esquema PERFECT para avaliação da musculatura do assoalho pélvico por meio da palpação vaginal bidigital. Metodologia: Trata-se de um estudo de reprodutibilidade teste-reteste. Foram avaliadas 41 mulheres, com média de 23,7 anos de idade (com desvio padrão de 3,9). No primeiro dia de avaliação, uma pesquisadora cega aos resultados do exame físico realizou a anamnese das participantes e randomização da ordem das examinadoras que realizaram a palpação vaginal bidigital de maneira independente. A graduação da função da MAP ocorreu por meio do esquema PERFECT (P=”power”, de contração voluntária máxima (CVM); E=”endurance”, contração sustentada máxima (CSM); R=”repetition”, repetição das CSM; F=”fast”, repetições das contrações rápidas”; ECT=”every contraction timed”, monitorização das contrações). Entre cada avaliação física, foi adotado um tempo de repouso de dez minutos. Uma das examinadoras repetiu a avaliação de 7 a 10 dias do primeiro encontro. A reprodutibilidade dos dados foi analisada por meio do teste de coeficiente kappa para os dados ordinais, e coeficiente de correlação intraclasse (ICC) para dados numéricos. Resultados: A reprodutibilidade inter-examinador foi considerada moderada para os itens “P” (k=0,57), “E” (ICC=0,53) e “F” (ICC=0,65) e baixa para o item “R” (ICC=0,27). A reprodutibilidade intra-examinador foi substancial para o item “P” (k=0,62), moderada para os itens “E” (ICC=0,62) e “F” (ICC=0,55) e baixa para o item “R” (ICC=0,26). Conclusão: A reprodutibilidade da CVM foi maior quando realizada por apenas um pesquisador. Entretanto, a avaliação da CSM e repetições de contrações rápidas e CSM apresenta igual reprodutibilidade nas avaliações realizadas por um pesquisador em dois momentos diferentes, ou por dois pesquisadores em um mesmo dia de avaliação.
Apresentação
ID: 9147
Resumo
Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é definida como uma desordem neurodegenerativa e tem como sintomas principais: bradicinesia, tremor de repouso, rigidez, instabilidade postural e da marcha. Esses sintomas levam a limitações nas atividades de vida diária (AVD’s), e consequentemente, geram vergonha, ansiedade, risco de depressão, timidez em espaços públicos e isolamento social, além de diminuição da qualidade de vida. Em decorrência dessas limitações, equipamentos de tecnologia assistiva (TA) são cada vez mais utilizados para ajudar os pacientes com DP em suas AVD’s. No entanto, o uso das TA’s ainda é baixo no Brasil, por conta do desconhecimento dos profissionais de saúde sobre o seu uso e pelo alto custo desses equipamentos no mercado. Objetivos:O objetivo principal do trabalho foi avaliar a usabilidade das TA’s de baixo custo para auxílio de pacientes com DP em situações de vida diária, focando em sua satisfação. Além disso, avaliamos o seu impacto na independência funcional do paciente e possíveis efeitos em sua qualidade de vida, pós intervenção e após 3 meses da intervenção.Metodologia:18 indivíduos com DP foram selecionados e randomizados em dois grupos:intervenção (TA) e controle. Os participantes foram avaliados por meio da Escala de Hoehn e Yahr modificada, Mini Exame do Estado Mental, Escala Unificada de avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS), Questionário da Doença de Parkinson (PDQ-39) e Medida de Independência Funcional (MIF) pré intervenção.Um kit com equipamentos de baixo custo foi desenvolvido e entregue aos participantes do grupo TA, visando auxiliar em AVD’s como escovar os dentes, tomar banho, pentear o cabelo, lavar as mãos, beber água e se alimentar. Após 30 dias, os indivíduos foram novamente avaliados com a UPDRS, PDQ-39, MIF e pelo Questionário B-quest para o grupo intervenção (TA). Além disso, após três meses eles foram submetidos a um seguimento com os mesmos questionários da última avaliação. Para análise estatística foi utilizado o teste de normalidade de Shapiro–Wilk, e de Wilcoxon – Mann Whitney para os dados que apresentaram distribuição não-normalResultados: De acordo com o questionário B-quest, os itens conforto e serviços profissionais foram avaliados com 100% de satisfação, dimensão, peso, ajustes, segurança, durabilidade, facilidade de uso, eficácia e entrega tiveram boa satisfação e reparos/assistência e serviços de acompanhamento tiveram menor satisfação. Porém, não houve diferença significativa na qualidade de vida e na independência funcional entre os dois grupos após 30 dias e ou 3 meses de após a intervenção. Conclusões: Concluímos que os indivíduos com DP apresentaram elevado grau de satisfação com os dispositivos de TA. Entretanto não houve diferença significativa na independência funcional e na qualidade de vida destes participantes. A TA de baixo custo pode ser um recurso eficaz, entretanto, faz-se necessário mais estudos na área com maior número amostral para melhor análise do material e usabilidade desses produtos.
Apresentação
ID: 9268
Resumo
Introdução: Diante dos diferentes conceitos entre o nível de atividade física (NAF) e o comportamento sedentário (CS), movimentar-se mais e estar ativo significa cumprir as recomendações de pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada por semana. Já o CS diz respeito ao gasto energético menor 1.5 METS durante o período de vigília. A avaliação do NAF e do sedentarismo requerem métodos específicos; contudo, tanto o NAF, quanto o sedentarismo, impactam a aptidão aeróbica (AA), que é um poderoso preditor de mortalidade. O NAF pode ser avaliado por questionários e dentre eles, o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), que avalia a atividade física cotidiana nos últimos sete dias, tem sido largamente utilizado. Já o CS pode ser avaliado pelo número de passos e/ou pelo tempo que um indivíduo permanece sem movimento significativo (≤1.5 METS). Esses dados podem ser obtidos por meio de sensores vestíveis (wearables) de camisetas inteligentes que possuem sensores como acelerômetro tri-axial e eletrocardiograma. Objetivo: Investigar a relação entre AA, NAF e a FC associadas ao CS. Metodologia: Foram avaliados nove homens jovens (idade entre 18 a 30 anos), aparentemente saudáveis e com diferentes níveis de AA. Os participantes foram submetidos a quatro etapas de avaliação: etapa 1, anamnese e aplicação do IPAQ (versão curta); etapa 2, teste de exercício cardiopulmonar (TECP), para determinação de limiar de anaerobiose ventilatório (LAV); etapa 3, utilização da camiseta inteligente Hexoskin durante sete dias, por oito horas por dia no período de vigília e; etapa 4, teste de exercício moderado para a avaliação da AA, por meio do ganho médio normalizado do consumo de oxigênio (VO2MNG). O nível de correlação entre as variáveis foi verificado pela correlação de Pearson. Resultados: Houve correlação (r= 0.760, p = 0.017) entre o NAF e a AA, correlação inversa (r= - 0.725, p = 0.027) entre a FC durante o CS e a AA. Conclusão: A partir dos resultados obtidos foi possível observar a AA, durante o PRBS, por meio de questionário de atividade física e por sensores vestíveis (wearables).
Apresentação