Departamento de Metodologia de Ensino
ID: 9230
Resumo
A escolha deste tema surgiu através de um problema particular relacionado ao ensino e pela compreensão do que é equação pelos alunos da Educação Básica a partir da história da matemática, mais precisamente da história da equação.
Segundo Dias e Ferraz (2015), os alunos têm grande dificuldade na escola em relação ao conceito de equação. Tal dificuldade possui várias causas e fatores. Um dos possíveis caminhos para analisar alguns fatores é considerar a história da matemática, uma vez que, a partir dela, pode-se identificar e analisar as contribuições da história da matemática para o processo de ensino e aprendizagem do conceito de equação. Dessa forma, a questão que conduz a investigação envolveu a análise de livros paradidáticos e foi definida da seguinte forma: quais as contribuições da história da matemática no contexto dos livros paradidáticos no que diz respeito aos conceitos de equações para que os alunos possam compreendê-los?
O desenvolvimento do presente trabalho considerou dois momentos. O primeiro envolveu uma análise de como se concebe o conceito de equação em alguns povos: Babilônios e Egípcios, Gregos, Árabes e Hindus e Europeus, tendo como referencial teórico os estudos de Karlson (1961), Eves (2004) e Ribeiro (2009). Identificou-se como era cada sociedade, métodos usados referentes ao conceito de equação e descobertas matemáticas. Em segundo momento, a partir dos estudos de Dalcin (2007), analisou-se livros paradidáticos de matemática que abordam a história da matemática e equações. Contemplou-se livros de quatro coleções selecionadas que abordam a história da equação: Contando a história da matemática, Vivendo a matemática, Pra que serve a matemática e Descoberta da matemática. Em seguida, relacionou-se o conceito de equação apresentado em cada livro paradidático com os conhecimentos dos povos estudados. Além disso, a partir de uma pergunta que me foi feita durante o Congresso realizado em 2019 sobre a história da matemática e eurocentrismo, incluiu-se mais um foco de análise. Acrescentou-se no estudo dos livros paradidáticos os aspectos da matemática eurocêntrica. Os fundamentos teóricos da análise se basearam nos argumentos de Miguel (1997).
Através deste estudo documental, identificou-se as contribuições da história da matemática nos livros paradidáticos, uma vez que, de fato, é identificado a história de alguns povos e a forma de como conceberam a equação, excluindo a ideia de única maneira de conceber o conceito de equação nos dias atuais. Resultado importante para o processo de aprendizagem do conceito de equação de alunos do 6ºano, de forma a compreender quais as maneiras que os livros paradidáticos abordam os variados conceitos de equação, a partir de elementos que foram constituídos historicamente por vários povos.
Apresentação
ID: 9271
Resumo
A EVOLUÇÃO HUMANA NAS MÍDIAS SOCIAIS: REPRESENTAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS
Graduando: Julio Miguel Domingues da Silva Alves
Orientador: Douglas Verrangia
Introdução: Inseridos em atividades de ensino, os textos de divulgação científica (TDC) são ferramentas que auxiliam o docente na educação científica. Por apresentarem linguagem acessível, contextualizações e descobertas científicas que aproximam o conhecimento científico do estudante, os TDC quando utilizados de modo adequado pelo docente podem promover uma visão mais crítica das informações recebidas da mídia pelos alunos. Atualmente a internet e as mídias sociais são os meios com maior consumo de informações sobre Ciência. Os TDC digitais acessados pelos alunos, bem como os TDC tradicionais também podem ser explorados em atividades de ensino. Para este estudo foram escolhidos TDC digitais com o tema da Evolução humana, pois este é um assunto que apresenta conceitos evolutivos, visões contraditórias sobre os humanos bem como elementos que se aproximam da identidade dos estudantes. Tendo como aporte teórico a Teoria das Representações Sociais, esta pesquisa revelou elementos que contribuem com o ensino de biologia evolutiva. As representações sociais cristalizadas da Evolução humana nos TDC digitais selecionados forneceram indícios da forma pela qual o conhecimento científico é representado e partilhado principalmente em seus aspectos conceituais. Objetivos: A pesquisa teve como principal objetivo a caracterização das representações sociais da Evolução humana nos TDC digitais que os estudantes acessam, tendo como plano de fundo reflexão oriunda do campo da educação em ciências. Metodologia: Caracterizando-se como uma pesquisa documental, inicialmente um questionário com intuito de descobrir quais fontes os estudantes acessam foi aplicado a alunos do ensino médio. Após a exploração das fontes mencionadas pelos estudantes, 12 textos que continham a Evolução humana como tema foram selecionados para compor o corpus. Os textos foram analisados segundo o procedimento de análise de conteúdo proposto por Bardin. Os conteúdos foram codificados e categorizados e posteriormente os resultados passaram por interpretações sob a luz dos referenciais teóricos. Discussão: A caracterização da representação social da Evolução humana restringiu-se na identificação das diferentes visões sobre o processo evolutivo e os conceitos evolutivos utilizados. Ao comparar com a literatura estabelecida de biologia evolutiva, os textos apresentaram quatro visões distintas do processo evolutivo: Darwinista, Neodarwinista, Transformista e Teleológica. Tais visões representam diferentes aplicações de conceitos evolutivos, como a Adaptação, Seleção Natural e a Evolução propriamente dita. Destacam-se as visões Transformista e Teleológica que destoam da concepção consolidada do processo evolutivo, entretanto foram consideradas valiosas e potencialmente úteis em atividades de ensino. O modelo assumido para estruturar a representação foi o proposto por Abric, do qual a representação social é composta pelo Núcleo Central e Sistema Periférico; as visões Darwinista e Neodarwinista integram o centro da representação, estabilizando-a e determinando sua organização. No sistema periférico as visões Transformistas e Teleológica são elementos da representação que permitem contradições e a diferença de conteúdo. Conclusão: A utilização dos materiais analisados pode contribuir em atividades de ensino que critiquem visões distorcidas, principalmente as visões Transformistas e Teleológicas da Evolução. A identificação das redes acessadas pelos estudantes pode ser benéfica para professores que buscam contextualizar o ensino com a realidade dos estudantes, neste caso a realidade do ambiente digital.
Apresentação
ID: 9128
Resumo
Introdução: Este documento apresenta um resumo em relação a pesquisa de iniciação científica que vem sendo desenvolvida e possui vigência até agosto de 2021, intitulada “A REFORMULAÇÃO DO ENSINO: Propostas Curriculares do Estado de São Paulo do ensino de matemática nos anos finais do ensino fundamental (2011 e 2020)”.
Na presente pesquisa propomos estudar os Currículos e as Propostas Curriculares do Estado de São Paulo, referentes aos anos de 2011 e 2020 perpassando pelas semelhanças e diferenças entre os conceitos chaves de competências e habilidades apresentados nos dois Currículos, a fim de identificar as interferências e possibilidades para o ensino de matemática.
Objetivo: Esta pesquisa tem como objetivo oferecer elementos de análise para compreensão das mudanças que norteiam as reformulações das propostas curriculares do Estado de São Paulo do ensino fundamental, ocorridas em 2011 e 2020 numa tentativa de identificar quais são as possibilidades que os novos currículos de matemática preveem em relação ao ensino das unidades temáticas, considerando-se os seguintes conteúdos: Números; Álgebra; Geometria; Grandezas e Medidas; Probabilidade e Estatística. Para tanto, o objeto de estudo serão os Currículos do Estado de São Paulo implementados em 2011 e 2020.
A questão que conduziu a pesquisa foi “Quais foram as mudanças que ocorreram, para a proposta curricular implementada em 2020, em relação à proposta anterior de 2011, considerando-se o ensino das unidades temáticas nas quais os conteúdos matemáticos foram indicados”?
Metodologia: A pesquisa está sendo realizada através de análises e relações baseadas na coleta de informações tendo como objetos de estudo, as Propostas Curriculares e os Currículos do Estado de São Paulo implementados nos anos de 2011 e 2020. Trata-se de uma pesquisa qualitativa caracterizada como documental, bibliográfica que analisaremos através de uma abordagem histórica.
Nesta linha, o estudo se iniciou com uma análise comparativa sobre as principais mudanças desde o último currículo implementado em 2011 e o que sugere a nova proposta curricular, que vem sendo implementada em 2020. Posteriormente abordaremos um levantamento histórico do período que contribuíram para as reformulações de ensino e para assim identificar as semelhanças, e diferenças entre os conceitos chaves de competências e habilidades apresentados nos dois Currículos, no que diz respeito ao ensino de matemática, estabelecendo um comparativo entre os documentos, a fim de evidenciar as modificações e possibilidades deste currículo para o ensino atual.
Resultados: Os primeiros resultados da pesquisa em desenvolvimento apresentaram mudanças estruturais e no modo de organização do Currículos do Estado de São Paulo, implementados nos anos de 2011 para 2020. Foi possível identificar que o incentivo para o uso de metodologias ativas na aprendizagem se intensificou ganhando destaque na proposta atual.
Conclusões: Embora a pesquisa esteja em andamento e os demais dados a serem analisados irão mostrar mais resultados para nossa análise, a nova proposta vem trazendo mudanças na forma de pensar e fazer o ensino.
Apresentação
ID: 9363
Resumo
O projeto de Iniciação Científica (IC), que ainda está em andamento e caracteriza-se como qualitativo, visa pensar em abordagens para a Geometria Esférica, por meio de uma perspectiva interdisciplinar, para estudantes do segundo ano do Ensino Médio com base nos Cenários para Investigação (SKOVSMOSE, 2000) e na historiografia de Karlson (1961). O objetivo é analisar como professores e futuros professores de Matemática adaptam atividades de Geometria Esférica para o contexto remoto, pensando em possibilidades de desenvolvê-las com alunos do Ensino Médio. O trabalho de campo ocorreu por meio de um curso de extensão, intitulado: “O ensino de Geometria Esférica para alunos do Ensino Médio: como trabalhar remotamente?”. Durante o curso foram analisadas cinco atividades que compõem o conceito de Geometria Esférica. Na atividade 1, propôs-se a análise de axiomas, a partir de perguntas que levassem os estudantes a pensarem sobre os fundamentos das Geometrias Não-Euclidianas. Na atividade 2, propôs-se uma discussão sobre a “falha” do quinto postulado de Euclides, bem como a possibilidade de se construir retas na esfera, considerando-se objetos, por exemplo, bolas de isopor. Já na atividade 3, utilizando um vídeo intitulado “As aventuras de Radix”[1], propôs-se ao grupo, questões que envolviam a construção de retas paralelas na esfera. A atividade 4, envolveu uma pesquisa sobre as queimadas na Amazônia, bem como, um levantamento de dados que poderia ser feito com os alunos utilizando o Google Earth, imagens de satélite, entre outros. Na última, propôs-se a análise do conceito de triângulo esférico, a partir do GeoGebra. Ao longo do desenvolvimento do curso, adaptações foram feitas nas atividades, principalmente nas duas últimas, pois a ideia foi de tecer um fio condutor entre todas elas e, ainda, finalizar com alguma discussão que estivesse fortemente no cotidiano dos estudantes.
Antes de cada encontro, os participantes recebiam uma atividade com a imaginação pedagógica (MILANI, 2015) e as analisavam, em grupo, levando em consideração o contexto no qual estavam inseridos e o contexto da pandemia, inclusive, pensando em como poderiam adaptar essas atividades para serem desenvolvidas remotamente. Posteriormente, essas atividades e as análises feitas por cada grupo eram analisadas em encontros quinzenais síncronos, com duração de duas horas. O curso de extensão também contou com um trabalho final, em que os participantes escolheram uma das cinco atividades para serem adaptadas ao contexto remoto, considerando, principalmente, o ambiente de aprendizagem do tipo 6 (SKVOSMOSE, 2000), o qual consiste em desenvolver atividades com enfoque investigativo e considera situações da realidade, e outras metodologias alternativas.
Durante a preparação do curso, para que a licencianda responsável pela pesquisa pudesse se apropriar do conceito de Cenários para Investigação (SKOVSMOSE, 2000), realizou uma apresentação no Grupo de Pesquisa e Formação Compartilhada de Professores (GPEFCom), do qual participa ativamente. Portanto, teve a possibilidade de compartilhar e discutir com os demais integrantes do grupo, estudantes de pós-graduação, graduação e professores do Ensino Básico e Ensino Superior, sobre o referencial teórico aqui apresentado, bem como, estruturar melhor tanto o curso de extensão quanto a pesquisa.
Apresentação
ID: 9559
Resumo
Introdução
O presente trabalho consiste em um ensaio teórico, que discute a questão dos estereótipos da área de ciências e tecnologias(C&T) e como isso se faz presente na questão de gênero dentro da educação infantil, buscando pelos elementos necessários para pensar e desenvolver atividades que dialoguem com essa questão, de forma a compreender a lógica infantil e potencializá-la para alcançar os objetivos propostos.
Metodologia
Devido ao atual contexto de pandemia, a pesquisa sofreu alterações metodológicas. A princípio, ela visava propor estratégias metodológicas que iluminassem evidências sobre as possíveis representações sociais da ciência no contexto da formação da criança e as questões de gênero, agora se configura numa pesquisa qualitativa, de cunho teórico.
Realizamos uma revisão bibliográfica para conhecimento do campo das pesquisas sobre: 1. gênero e infância. 2. gênero e C&T e 3. Gênero, C&T e infância/criança.
Desses estudos, surgiram novas problematizações sobre a temática e propostas de possíveis caminhos para o diálogo com as questões em debate.
Resultados e Conclusões
Dos estudos realizados, um fator que nos chama a atenção é pensar no esvaziamento da ideia de estereótipos quando inserido na forma de ser no universo infantil. Elas transgridem as regras o tempo todo. Foucault (1977), se pergunta se infância não constituiria justamente a liberdade de não ser adulto, de independer da lei e de poder estabelecer relações polimorfas com as coisas, pessoas e corpos
Crianças brincam com o que lhes são impostos, mas vão além. Elas buscam outros sentidos e possibilidades, "ressignificam" a cultura na qual estão inseridos e demonstram formas singulares de relacionar-se com o mundo. Dessa forma, o que seria estereótipo de gênero na infância? Faz sentido pensar que corpos masculinos infantis são mais propensos na relação com a cultura científica? Quem determina tal "propensão"?
Sabemos que há produção de cultura e corpos em uma sociedade em que historicamente, grande parte das mulheres se ocupa das funções relacionadas aos cuidados e homens, das carreiras C&T. A falta de problematização e pesquisa desses estereótipos, faz vazar para a educação infantil formas de ser e estar no mundo. O esforço teórico para compreender o campo nos revela que são forças biopolíticas. Mapear essas forças binárias, pode ser fonte de pistas para o debate dos estereótipos de gênero nas C&T, já que esses não nascem com as crianças. Aliás, elas tentam o tempo todo fugir das classificações e regras que possam limitar suas múltiplas formas de existência.
No entanto, vivemos em uma sociedade em que as possibilidades de rompimento das fronteiras de gênero são associadas ao campo da patologia, da anormalidade.
Segundo Souza (2020), a infância carrega a possibilidade de mudança, do mundo ser outra coisa. Aqui compartilhamos do esforço posto por Deleuze e Guattari, que concebem “a ideia de um adulto modulado pela criança, a ideia de que o homem precisa do devir criança para conseguir desfazer os modelos consensuais anteriores ao seu próprio pensamento (SHÉRER, 2012).
Apresentação
ID: 8847
Resumo
Introdução
A Universidade é rica em trocas de conhecimentos, não só acadêmicos, mas também de outros saberes presentes na diversidade e no cotidiano universitário. Assim, o bullying e a timidez poderiam ser fenômenos que dificultariam essas interações sociais.
Objetivo
Analisar, identificar e discutir as influências da timidez e do bullying na vida acadêmica dos graduandos e a relação entre a timidez e o bullying no curso de Licenciatura em Pedagogia.
Metodologia
Utilizamos questionários, observações, diários de campo e entrevistas. Os questionários, respondidos por vinte e seis discentes, foram aplicados para a seleção dos participantes da pesquisa com traços de timidez e que possivelmente poderiam ter sofrido bullying na Universidade. Cinco estudantes foram selecionados e entrevistados com o intuito de colher relatos e histórias orais.
Resultados
Os resultados mostram que: 81% dos discentes responderam que preferem não falar nas aulas, mas fazem um esforço e falam; 58% tiram dúvidas somente com seus colegas; 38% preferem não ir às atividades e eventos promovidos pela Universidade.
Esses dados revelam que os discentes estão desenvolvendo estratégias de evitação e isolamento (FELIX, 2013), possivelmente as estratégias desenvolvidas por pessoas tímidas. Outro dado obtido foi o de que 81% dos alunos e alunas responderam que já se sentiram intimidados na Universidade. A intimidação é uma das formas violentas empregadas pelos autores de bullying (FANTE; PEDRA, 2008). Com a afirmação de que 54% dos acadêmicos já presenciaram comentários maldosos em sala de aula, foi demonstrado que a intimidação realmente ocorre por meios sutis (FANTE; PEDRA, 2008).
Nas entrevistas, os participantes de pesquisa relataram estar se privando da presença em aulas, eventos, tirar dúvidas ou comentar em sala de aula. Foi dito que perceberam comentários maldosos, olhares, risadas e gestos (FANTE, 2005) que fizeram com que eles deixassem de se expressar ou de estarem presentes nos espaços da Universidade. Situações de exclusão e intimidação (FANTE; PEDRA, 2008), (FANTE, 2005), (CECCARELLI; PATRÍCIO, 2013), (COSTA, 2016), (LOPES NETO, 2007), foram relatadas e demonstram que o bullying está acontecendo tanto dentro, como fora da sala de aula. Para que essas ações se mantenham, o medo é utilizado como instrumento de controle e poder (FELIX; FILHO, 2016).
Um dos participantes de pesquisa relatou ter desenvolvido a agressão como forma de defesa, sendo que pudemos verificar que o agredido se tornou o agressor (FREIRE, 1987), dentre as outras vítimas, duas disseram que não sabiam que necessitavam de ajuda (CECCARELLI; PATRÍCIO, 2013), o que é grave, pois sem buscar ajuda o ciclo perverso do bullying não se encerra.
Conclusões
Constatamos que os discentes com traços de timidez estão relacionados aos casos de bullying, com maior incidência em casos de intimidação, tendo como ações violentas os comentários maldosos, olhares, risadas, gestos intimidadores e exclusão social. Por meio dessas ações, as vítimas desenvolveram mecanismos de defesa, que incluem isolamento, evitação e, em casos mais graves, medo, que se mostrou muito constante nos relatos colhidos. As vítimas do bullying desenvolveram alguns danos em virtude das violências sofridas, como ansiedade, crise do pânico e privação.
Apresentação
ID: 9048
Resumo
Introdução: Pankararu é uma etnia indígena do Nordeste brasileiro localizada no sertão de Pernambuco às margens do Rio São Francisco entre as cidades Jatobá, Petrolândia e Tacaratu. Em decorrência do histórico de resistência diante investidas sociais e políticas que recaem sobre seu território e sobre seu povo, os Pankararu travam lutas permanentes para legitimar seu conhecimento, suas práticas culturais e tradicionais, tendo como horizontes sua autoconservação e a conservação da biodiversidade (ARRUTI, 1996; DARIO, 2008). As práticas tradicionais religiosas são inteiramente conectadas a biodiversidade local garantindo a essência principal do povo com o seu sagrado, tais práticas como, por exemplo: a Corrida do Imbu, Menino do Rancho, Três Rodas, foram mantidas em segredo por gerações durante o processo de colonização e catequização do povo Pankararu. Objetivos: Convergindo com pesquisas que apontam a necessidade de conhecer mais sobre as tradições indígenas para poder contribuir com sua legitimidade e perpetuação, o presente trabalho visa: caracterizar as práticas culturais segundo seus saberes, suas expressões e sua transmissão; identificar a importância das práticas culturais Pankararu na preservação da biodiversidade e na relação com a natureza; compreender a importância das práticas culturais e tradicionais para a identidade, existência e resistência dos povos indígenas; investigar como estas práticas culturais estão sendo compreendidas, incorporadas e transmitidas pelas diferentes gerações – jovens e anciãos – Pankararu. Metodologia: A pesquisa, de cunho qualitativo (LOPES, 2011), fundamenta-se na perspectiva de Walter Benjamin (1987) onde o autor discorre sobre os conceitos de cultura e tradição a partir da experiência. Em sua pesquisa Benjamin discute que a tradição tem sua importância nas relações sociais das comunidades que praticam culturas ancestrais, o cultivo e a transmissão de olhares internos e que apenas a experiência é capaz de transmitir. Sendo assim, a selecionamos para entender a importância das experiências dos sujeitos no processo de narração da continuidade da sua história, da sua tradição e da sua cultura. A pesquisa conta com um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido segundo o qual os participantes mostram-se cientes da participação voluntária e dos objetivos da investigação, resguardando seus direitos autorais e civis. Serão realizadas entrevistas semiestruturadas com jovens e anciãos Pankararu, orientadas por grandes tópicos considerados pertinentes ao projeto, mas deixando grande abertura para incorporar e valorizar as narrativas dos sujeitos (ALBERTI, 2004). As entrevistas serão gravadas por celular e terão seus conteúdos transcritos para serem analisados sob uma perspectiva qualitativa de análise textual. Resultados: Com essa pesquisa esperamos compreender as práticas culturais Pankararu mais relacionadas à preservação da biodiversidade local e entender como jovens e anciãos compreendem esse processo de transmissão cultural entre as gerações. Esperamos compreender quais fatores estão presentes nesse processo de transmissão e como implicam na realização das práticas culturais e tradicionais do povo indígena Pankararu. Conclusões: Por fim, como atividade de conclusão do projeto e que pode iniciar futuros engajamentos culturais, formativos e de pesquisa, este trabalho será encaminhado para as escolas indígenas Pankararu como forma de contribuir para o ensino dos conteúdos biológicos e para preservação da cultura e tradição local.
Apresentação
ID: 9017
Resumo
René Descartes é considerado um dos mais importantes filósofos franceses do século XVII e é lembrado pela ênfase na razão em filosofia, ou um racionalismo. Seu nome é associado à geometria devido ao plano cartesiano, base da geometria analítica, entre outros temas. É reconhecido como o difusor da Filosofia moderna por conta da forma de pensamento na qual desenvolveu em suas obras, oferecendo uma nova visão do mundo empírico. Sua mais famosa obra foi O Discurso do Método, no qual René tem por objetivo a busca da verdade nas ciências através do método enunciado por ele.
O método compõe-se de nunca aceitar uma verdade que não se conhece claramente; repartir uma dificuldade em quantas partes forem necessárias a fim de melhor solucioná-la; conduzir uma ordem para os pensamentos iniciando dos mais simples até os mais complexos; e fazer revisões gerais para que nada se tenha omitido. O Discurso do Método foi escrito juntamente com 3 apêndices denominados por Descartes como A Geometria, Os Meteoros e Dióptrica, onde segundo ele estariam demonstrações da aplicação do método.
O objetivo dessa apresentação é mostrar os resultados da pesquisa de Iniciação Científica, que contou com apoio do CNPq, a qual buscou reconstruir e estudar a filosofia e a matemática de A Geometria, refazendo as demonstrações do livro original e buscando entender a relação entre a geometria e a filosofia de René Descartes. A reconstrução das demonstrações do Livro I foram realizadas utilizando ferramentas matemáticas atuais, com objetivo de compreensão profunda, histórica, filosófica e em diálogo com a formação contemporânea em geometria analítica no curso de Licenciatura em Matemática.
Além disso, no âmbito da formação atual, será destacado em relação a Geometria Analítica que a matemática enunciada por Descartes se difere dessa pois nela não existe noção de vetor, coordenadas e eixo cartesiano. Por outro lado, há uma intrínseca relação entre a forma de pensamento algébrico
para solução de problemas de geometria deste livro e o método filosófico descritos no Discurso do Método. Isso esclarece o sentido inédito da produção de Descartes, que associa a álgebra à geometria analítica.
Apresentação