Departamento de Ciências Ambientais - Sorocaba

    APORTE DE SERAPILHEIRA EM DIFERENTES MODELOS DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL EM ÁREAS DEGRADADAS

    Autores: Gloria Fabiani Leão Costa, Lucas Florêncio Mariano, Fatima Conceição Márquez Piña Rodrigues

    ID: 9464

    Resumo

    O material orgânico depositado na camada superficial do solo é responsável pelos maiores teores de nutrientes e a atividade decompositora dos microrganismos estão associados ao acúmulo desses nutrientes1 sendo estes, fatores significativos para acelerar o processo de sucessão ecológica2. Sendo assim, o aporte da serapilheira pode ser empregado como bioindicador de restauração de processos ecológicos3,4.

    Este trabalho teve como objetivo analisar o aporte de serapilheira em diferentes modelos de restauração, comparando sua variação com densidade, composições distintas e a variação sazonal destes processos como bioindicadores da restauração ecológica.

    O experimento foi instalado em 2013 na região de Itu, São Paulo, com três blocos em esquema fatorial e 10 tratamentos em quatro diferentes espaçamentos: 1 x 0,3 (denso), 1 x 1 m (adensado); 2 x 1 m (semi-adensado) e 3 x 2 m (convencional), com a mesma composição, porém diferentes proporções de espécies por grupos ecológicos. A serapilheira foi amostrada bimestralmente no ano de 2019, com início em fevereiro e término em dezembro.

    O aporte médio total de serapilheira foi de 7,92 Mg ha-1 ano-1. O modelo denso apresentou o maior aporte anual (0,67 ± 8,9 Mg ha-1), e o modelo convencional, o menor aporte (0,43 ± 5,6 Mg ha-1). O aporte nos modelos mais densos (denso, adensado e semi-adensado) apresentaram as maiores médias se comparados ao convencional. A média total de aporte foi superior nos tratamentos onde os Grupos Ecológicos eram compostos majoritariamente por espécies não pioneiras, independente da densidade de plantio. Ocorreu maior aporte total nos meses secos (4,46 Mg ha-1), se destacando o mês de Agosto (1,90 Mg ha-1).

    Os resultados do aporte total sugerem que na área estudada está ocorrendo a recuperação dos processos ecológicos envolvidos na ciclagem de nutrientes da recomposição florestal; as médias de aporte dos modelos mais densos sugerem que esses espaçamentos possam ser os mais adequados para a recuperação mais rápida dos processos ecológicos; a proporção das espécies de grupos ecológicos das não pioneiras, independente dos modelos de espaçamento, se mostrou representativo. Com base nos resultados sugere-se a utilização de modelos mais densos, com predomínio de espécies não pioneiras visando a restauração da ciclagem de nutrientes.

     

    Apresentação

    AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE INSETOS GALHADORES EM PLANTAS SUPER-HOSPEDEIRAS

    Autores: Stella Henrique de Carvalho Sposito, Maria Virgínia Urso-Guimarães, Fernando Rodrigues da Silva

    ID: 9248

    Resumo

    Interações envolvendo plantas e insetos galhadores compreendem um dos tópicos mais atraentes dentro dos estudos de ecologia, biogeografia e evolução. Ao contrário das interações entre vertebrados frugívoros e plantas que tendem a serem pouco especializadas e mutualísticas, insetos galhadores demonstram forte especificidade com a planta hospedeira e com o órgão de ocorrência da galha. Um padrão interessante é o fato de algumas espécies de plantas, denominadas super-hospedeiras, abrigarem muitas espécies de insetos galhadores. Contudo, pouco se conhece sobre os mecanismos influenciando a coexistências das espécies de insetos galhadores nestas plantas. Neste estudo, avaliamos os mecanismos que permitem a coexistência de múltiplas espécies de insetos galhadores em plantas super-hospedeiras. Para isso, testamos duas hipóteses não excludentes: i) Hipótese de partição espacial: os insetos galhadores se distribuem em diferentes órgãos das plantas; e ii) Hipótese de partição temporal: os insetos galhadores ocupam as plantas hospedeiras em diferentes meses ou estações do ano. Encontramos que a partição espacial é um padrão importante para a distribuição dos insetos galhadores, mas não ocorre segundo a hipótese proposta pois a maior parte das galhas ocorreu nas folhas. Os insetos galhadores particionam o espaço por meio da colonização em nichos diferentes da mesma planta super-hospedeira (folhas) ou pela indução de galhas em outros indivíduos de C. langsdorffii Desf. A hipótese de partição temporal condiz com os resultados encontrados, pois as espécies de insetos galhadores ovipõem em diferentes meses do ano, de acordo com a estação, permitindo a coexistência de diferentes espécies em uma única super-hospedeira.

    Apresentação

    CARACTERIZAÇÃO DA AVIFAUNA RECEBIDA PELO PARQUE ZOOLÓGICO MUNICIPAL “QUINZINHO DE BARROS” EM SOROCABA - SP

    Autores: Pablo Rabelo de Oliveira Santos, Augusto João Piratelli

    ID: 8829

    Resumo

    Zoológicos possuem finalidades científicas, conservacionistas, educativas e socioculturais, sendo os esforços dessas instituições os maiores representantes na conservação ex-situ. Porém algumas funções exercidas pelos zoológicos, como o recebimento de animais advindos de apreensões, recolhimentos e da população, vem sendo negligenciadas, ofuscando parte do potencial conservacionista. O Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros (PZMQB), vem atuando no recolhimento de animais, destacando-se em quantidade o recebimento de aves. Nessa perspectiva, o presente estudo buscou analisar e ampliar os conhecimentos sobre a avifauna recebida pelo PZMQB. Foram analisados dados de recebimento da avifauna durante o período de 2015 a 2018 através dos formulários disponibilizados pelo zoo, que apresentavam informações como, espécie, data, estado de entrada (bom, regular, péssimo), origem (entregue pela população, resgate, apreensão) e município. De forma complementar através da literatura, fez-se o levantamento de características funcionais das espécies considerando, massa, dieta e substrato de forrageio. Foram registrados 1249 indivíduos de aves durante o período estudado, quando as famílias Thraupidae e Psittacidae foram as mais representativas. Observou-se também a grande influência da população na coleta e encaminhamento das aves ao PZMQB, no qual essas aves com maior frequência se encontravam em estado regular ou péssimo. A dieta preponderante entre as aves registras são “plantseed” e “invertebrate”, e os substratos de forrageio mais utilizados foram “ground” e “midhigh”. A grande perturbação antrópica pode ser um dos maiores influenciadores nas entradas das aves ao PZMQB, demonstrando que determinados comportamentos das aves podem influenciar numa maior exposição a essas perturbações. Portanto, o PZMQB vem cumprindo um papel fundamental na conservação das aves de Sorocaba e região.

    Apresentação

    COMO A PREDAÇÃO PARCIAL DE SEMENTES AFETA A GERMINAÇÃO? TESTES COM EUGENIA SPP. (MYRTACEAE)

    Autores: Bianca Rita Bimbatti, Alexander V. Christianini

    ID: 8929

    Resumo

    A predação de sementes pode ser um processo chave na estruturação da diversidade em comunidades de plantas e frequentemente restringe a capacidade de crescimento de suas populações. Contudo, nem toda tentativa de predação termina com a morte da semente. Há evidências de que algumas espécies, especialmente as de sementes grandes, toleram certa quantidade de dano às sementes e ainda permanecem capazes de germinar. Os estudos que testam esta resistência ao dano parcial às sementes disponíveis para o Brasil mostram que algumas Myrtaceae resistem bem a estes danos. O objetivo deste estudo foi investigar em maior detalhe como o dano parcial às sementes afeta a germinação de acordo com o tamanho das sementes e intensidade do dano, em cinco espécies de Myrtaceae e uma de Fabaceae. Foram coletadas sementes de Eugenia pyriformis, E. involucrata, E. uniflora, Myrcia splendens, Psidium myrtoides e Inga edulis, somando 924 sementes de 18 indivíduos. As sementes foram submetidas a cinco tratamentos para simular o dano por granivoria: (I) controle - semente intacta; (II) remoção de até 25% da massa com um estilete; (III) remoção entre 25% a 50%; (IV) remoção de 50% a 75% e (V) remoção maior que 75%. As sementes foram pesadas antes e depois da simulação do dano. Sementes com maior massa média tenderam a tolerar melhor o dano, especialmente no gênero Eugenia. As sementes de E. pyriformis tiveram sua germinação acelerada com danos de até 25% da massa. Inga edulis não se mostrou suscetível aos danos causados às sementes. As sementes maiores mostram maior capacidade de sobrevivência ao sofrer algum dano por predadores, o que pode representar uma vantagem no desenvolvimento e estabelecimento de sua plântula.

    Apresentação

    CROMATOGRAFIA PARA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO VERDE EM DIFERENTES CULTURAS

    Autores: Fernando Silveira Franco, Mônica Miyuki Akune

    ID: 9245

    Resumo

    A adubação verde é uma prática que auxilia nas condições físicas, químicas e biológicas do solo, pela associação com bactérias fixadoras de nitrogênio, aumentam a absorção de água e nutrientes pelas raízes, protege e descompacta o solo, a partir do plantio e manejo consorciado de plantas leguminosas e não leguminosas nos cultivos. Entre os diversos métodos de avaliação e monitoramento da saúde do solo em agroecossistemas, a Cromatografia de Pfeiffer é uma análise de solo acessível a agricultores e técnicos, que pelo princípio básico físico-químico, imagens com círculos são formados sobre um papel, sendo retiradas assim importantes informações sobre qualidades físicas, químicas e  biológicas do solo.

    A fim de aferir os benefícios da adubação verde, o uso da Cromatografia de Pfeiffer foi aplicado, em uma área de um agricultor agroecológico, próximo ao campus UFSCAR Sorocaba, realizando uma análise multidimensional do manejo  adotado. Foram coletadas 10 subamostras, na profundidade de 0 a 20 cm, formando uma amostra composta por agroecossistema, sendo: Abacate (Persea americana), Banana (Musa paradisiaca) e Capim brachiária (Brachiaria decumbens), homogeneizadas e armazenadas em sacos plásticos etiquetados. Após secas, foram peneiradas e o solo foi moído, sendo então separadas duas repetições de 5 g de cada. Foi adicionado uma porção da solução de nitrato de prata (AgNO₃) a 0,5% em uma placa de petri menor, colocada no centro de outra placa de petri maior para fornecer apoio às bordas do papel, o cilindro é então inserido, garantindo que o filtro não encoste no líquido. Cada amostra de solo foi dissolvida em 50 ml de solução de hidróxido de sódio a 1%, agitando em movimentos circulares. Em um recipiente de montagem semelhante ao da impregnação, 5 mL do sobrenadante da amostra de solo foi vertido para a placa de petri menor com o auxílio de uma pipeta. Com um novo cilindro no centro, o filtro foi inserido na solução até atingir a marca de 6 cm, sendo então retirado e secado em um local limpo e livre de luz solar direta. Para que as substâncias se estabilizem no papel, foram expostos à luz por 10 dias.

    Foi possível concluir a partir da interpretação dos cromatogramas, que através da produção de matéria orgânica promovida pela adubação verde houve aumento da disponibilidade mineral do solo, aeração e atividade microbiana. O solo se mantém saudável com alta vitalidade, disponibilidade de nutrientes e boa estrutura, benefício ligado ao consórcio da adubação verde, pois uma de suas vantagens é evitar que os nutrientes essenciais para a planta e qualidade do solo sejam perdidos, além da proteção à exposição direta a raios solares e chuvas, pela cobertura vegetal.

    Apresentação

    DENSIFICAÇÃO DE BRIQUETES RELACIONADO AO TEMPO DE RESIDÊNCIA EM CALDEIRAS

    Autores: Rayane Veras Paiva, Fabio M Yamaji, Diego Aleixo Silva

    ID: 9236

    Resumo

    No Brasil, o uso da biomassa vegetal para a geração de energia pode se dar
    através do aproveitamento dos resíduos da própria indústria. Conhecer as
    características químicas dos resíduos lignocelulósicos ajuda na sua destinação.
    Sendo assim, na análise termogravimétrica (TGA) é possível determinar os
    teores de umidade, hemicelulose, celulose, lignina, cinzas, e o tempo de
    residência. Entretanto, tal análise exige um equipamento caro, sensível e
    importado. Assim, o trabalho teve como objetivo testar um protótipo de macro
    analisador termogravimétrico (MTGA), construído de ferramentas de baixo
    custo, para análise do tempo de residência de briquetes. Para a realização do
    trabalho, os cavacos de Eucalyptus sp. passaram em um moinho de facas tipo
    Willey (marca: Marconi; modelo: MA-340). A biomassa utilizada foi a que
    passou pela peneira de 10 mesh. Para a briquetagem desta amostra foram
    utilizados 12 g da biomassa que foi prensada (12 ton) em um molde cilíndrico
    (diâmetro de 35 mm). Em seguida, o briquete foi colocado dentro da capsula de
    cerâmica do protótipo. O conjunto foi levado à mufla, o qual ficou suspenso e
    interligado a uma balança do lado externo do equipamento. O programa de
    aquecimento correu de 30 a 900 C°, com uma taxa de aquecimento de 20
    C°.min-1. Os primeiros resultados mostraram ser possível obter os valores de
    massa à medida que a amostra sofria degradação térmica. Diante disto,
    possível plotar um gráfico da degradação do material. As atividades ainda
    continuam em andamento. Entretanto, foi possível observar com sucesso os
    primeiros testes do experimento, o qual exigiu de uma metodologia barata e
    demonstrou a degradação térmica de um briquete.

    Apresentação

    DETERMINAÇÃO DO EFEITO DE BORDA EM FRAGMENTOS FLORESTAIS POR MEIO DE ÍNDICES DE VEGETAÇÃO

    Autores: Camila Beatriz Carlini, IVAN VANDERLEY SILVA, Roberta Averna Valente

    ID: 9387

    Resumo

    O efeito de borda é a consequência mais significativa das fragmentações e oprincipal mecanismo que leva às mudanças da estrutura e dinâmica florestal.Ciente dos efeitos de borda, a pesquisa teve como objetivo avaliar a viabilidadedo uso de índices de vegetação, por meio de técnicas de sensoriamento remoto,para determinar o efeito de borda em fragmentos florestais. A área de estudo selocaliza no municiopio de Piedade, tendo uma área de 9427 ha. Os fragmentosflorestais da área de estudo foram destacados do mapa de uso e cobertura dosolo fornecido por Di Toro (2019) e as imagens foram obtidas no catálogo doINPe, no site do mesmo, as quais são do dia 10/06/2017, do satélite CBERS 4,instrumento MUX, com resolução de 20 m. Para a produção do NDVI e SAVI,utilizou da ferramenta “calculadora raster” do qgis foi possível calcular ambos osíndices segundo as equações. No ambiente SIG do ArcGis 10.3, foram geradosbuffers (anéis) sequencias de 10m no interior dos fragmentos florestais (variandode 10m até maior que 70 m) e um buffer externo ao fragmento florestal de 10m.Após realizar a sobreposição dos buffers à imagem dos índices, utilizou-se aferramenta Estatística Zonal do Qgis, para extrair os pontos do desvio padrão.Após realizada a extração, no ambiente ArcGis, usou a ferramenta raster to point,utilizando no campo “input raster”, o raster obtido na ferramenta zonal, com issoobteve-se 8 arquivos. Com a ferramenta kriging, inseriu-se o arquivo merge,sendo utilizado o grid code como o valor da camada z. O método de Krigagem utilizado foi o ordinário. O número de pontos escolhido foi 12 e a distância máxima foi 100 metros (Quanto maior a distância, maior o erro). Em raster analysis, utilizamos o tamanho da célula igual ao da camada do NDVI ou SAVI. Como máscara o arquivo com todos fragmentos foi o utilizado. Após a realização da Krigagem, gerou-se um raster do Desvio Padrão, o qual optamos por trabalhar com taxas. Todo o processo foi realizado para ambos os índices de vegetação. Gerou-se o mapa da média dos índices de vegetação para representar o plano vertical de variação da biomassa do fragmento florestal. Para testar a sensibilidade dos índices de vegetação (NDVI e SAVI) para determinação do efeito de borda foram comparados os valores adentrando ao interior dos fragmentos pela média (variação vertical), desvio padrão (variação horizontal), diferença de cada anel interno em relação ao externo (para média e desvio padrão) e pela multiplicação da diferença entre a média e o desvio padrão do respectivo anel. Ao analisar os resultados do NDVI observou-se que há uma maior concentração de valores por volta de um NDVI médio com valor entre 0,5 e 0,7 e um valor de desvio padrão do NDVI de 0,05 a 0,15.

    Apresentação

    DETERMINAÇÕES DOS MÓDULOS DE ELASTICIDADE E RUPTURA DE MADEIRA DE GUAPURUVU (SCHILOZOBIUM PARAHYBA) PARA NÚCLEOS DE PÁS DE AEROGERADORES

    Autores: Karine Lara Galves, João Otávio Poletto Tomeleri, Franciane Andrade Pádua

    ID: 9519

    Resumo

    RESUMO: A substituição de energia a base de combustíveis fósseis por energia de fontes renováveis, que colaboram para a redução das emissões de gases do efeito estufa, tem sido primordial para a mitigação do aquecimento global. E entre as energias renováveis está a energia eólica, que apresenta grande potencial de expansão no Brasil, principalmente no segmento offshore (no mar). Os aerogeradores são os dispositivos mecânicos responsáveis por converter a energia cinética do vento em energia elétrica e possuem vários componentes. As pás representam cerca de 22% do custo do aerogerador, 7% de suamassa e tem relação direta com a potência deste, sendo assim é de grande importância realizar estudos sobre seu comportamento e estrutura a fim de aumentar a eficiência de captação do vento, como também otimizar os custos de fabricação. Portanto, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre materiais para miolo de pás eólicas. O conjunto de pás compõe o rotor, que é o componente responsável por captar a energia cinética do vento e transmiti-la através de um eixo para o conjunto gerador. A quantidade de pás influencia diretamente nos estudos aerodinâmicos, custo de produção e capacidade de captação de energia. As pás de turbinas eólicas são moldadas para gerar a máxima potência do vento sob custo mínimo e o seu design é impulsionado pelos requisitos aerodinâmicos. A escolha dos materiais e o processo de fabricação também influenciam sobre quão fina a pá pode ser construída. Os materiais variam em função das características da turbina, do local de instalação, do tamanho das pás, do potencial energético da turbina, entre outros fatores relacionados às necessidades de cada situação. Mas é importante que possuam: alta rigidez - para conferir tolerância à fadiga e manter o desempenho aerodinâmico ideal; baixa densidade - para reduzir as forças de gravidade; alta resistência - para reduzir a degradação do material e conferir durabilidade ao aerogerador. Dentre os materiais que podem ser utilizados na estrutura das pás destacam-se os compósitos. Essa classe de materiais é bastante ampla e abrangente, tendo como característica básica combinar, normalmente em nível macroscópico, pelo menos duas fases distintasdenominadas de matriz e reforço. A matriz polimérica confere a forma aomaterial compósito, enquanto o material de reforço é responsável por concedera resistência mecânica.Na fabricação específica das pás podem ser utilizados diferentesmateriais, tais como: madeira balsa, espuma de poli (cloreto de vinila - PVC),fibras de carbono, fibra de vidro e uma matriz polimérica. Um dos fatores que élevado em consideração para a utilização desses materiais é o fatorresistência/peso. As pás utilizadas devem ser leves e resistentes. Atualmente as pás são fabricadas em compósitos de fibras de vidro compoliéster, devido à grande estabilidade química, ou fibra de carbono e também pode conter madeira. Pode -se concluir que os materiais para miolo de pás eólicas desempenham papel fundamental para o bom funcionamento dosaerogeradores e são determinantes nos quesitos de tempo de serviço epotencial energético das centrais eólicas.

     

    Apresentação

    DIFERENTES CONDIÇÕES DE PIRÓLISE PARA PRODUÇÃO DE BIOCHAR DA CASCA DE EUCALIPTO

    Autores: Alan Vitor Galmacci da Silva, Fabio M Yamaji, Ariane Aparecida Felix Silva

    ID: 9235

    Resumo

    Atualmente o Brasil é o maior produtor de celulose e se encontra com o setor em
    constante crescimento. Contudo, uma quantia substancial de resíduos sólidos na forma de
    casca é produzida, e acaba não sendo reaproveitada. O biochar, composto rico em carbono
    produzido por meio da pirólise da biomassa em sistemas com ausência ou entrada limitada de
    oxigênio surge como uma alternativa para o uso da casca, todavia, o seu custo de produção
    acaba sendo mais elevado devido as séries de tratamentos que devem ser tomados e a energia
    demandada. O objetivo desse trabalho é definir um processo de pirólise (temperatura) para a
    produção de biochar, que componham um menor gasto energético no processo e bom
    rendimento gravimétrico a partir da casca de eucalipto. A biomassa foi caracterizada e as
    temperaturas de pirólises utilizadas na produção do biochar foram 250ºC, 300ºC, 350ºC,
    400ºC e 450ºC, sendo todas com tempo de residência de 2 horas na mufla e realizadas em
    triplicata. Os biochars foram submetidos aos testes de teor de voláteis, cinzas, carbono fixo,
    rendimento gravimétrico e poder calorífico superior. Os resultados obtidos passaram pelo
    teste ANOVA e Tukey a 5% de significância. Em geral, a casca de eucalipto constitui em uma
    biomassa de baixa densidade, com teores de umidade e cinzas consideráveis. Também foi
    possível observar que o aumento da temperatura favoreceu o aumento de carbono fixo, sendo
    os teores dos biochars de 400ºC e 450ºC os maiores em proporção relativa. Por outro lado,
    proporção de voláteis apresentou caminho inverso do teor de carbono fixo, o biochar de
    250ºC apresentou o maior percentual, havendo decréscimo com o aumeto da temperatura. As
    quantidades relativas de cinzas apresentaram variação significativa somente para os
    tratamentos de 400ºC e 450ºC em relação ao demais, devido a perda de material volátil. O
    rendimento demonstrou ser maior nos tratamentos de 250ºC e 300ºC, atingindo 73% e 50%,
    respectivamente. O poder calorífico superior não apreentou variação, consequencia da
    quantidade de cinzas do material in natura. Portanto, levando em consideração o menor gasto
    energético para produzir biochar de temperaturas de menores (250ºC e 300ºC) e buscando
    conciliar um bom rendimento do material sem comprometer o teor de carbono fixo, é possível
    inferir que a temperatura mais adequada de pirólise para a produção de biochar é 300ºC.

    Apresentação

    DINÂMICA POPULACIONAL DE GLYCASPIS BRIMBLECOMBEI (HEMIPTERA: APHALARIDAE) E SEU PARASITOIDE PSYLLAEPHAGUS BLITEUS (HYMENOPTERA: ENCYRTIDAE) EM CULTIVO DE EUCALIPTO

    Autores: Pedro José Ferreira-Filho, Thaís Carneiro Ghiotto, Lucas Fcamidu

    ID: 9457

    Resumo

    O psilídeo-de-concha, Glycaspis brimblecombei é uma praga exótica especifica de Eucalyptus, que causa desfolha, secamento de ponteiros e ramos, diminui o crescimento e pode levar as plantas à morte.  O principal agente no controle biológico desta praga é o parasitoide Psyllaephagus bliteus, e o correto monitoramento destas espécies com um método de amostragem eficiente pode auxiliar as tomadas de decisões dentro de um programa de manejo integrado. O objetivo desse estudo foi monitorar as populações de imaturos de G. brimblecombei com a coleta de ramos e dos adultos de G. brimblecombei, adultos de P. bliteus e possíveis inimigos naturais em florestas de Eucalyptus grandis x E. urophylla, com armadilhas adesivas amarelas e correlacionar com as variáveis meteorológicas (temperatura do ar, precipitação e umidade relativa do ar). O estudo foi realizado em 10 pontos amostrais em dois talhões de 3,6 e 1 ha em Sorocaba, São Paulo, com 14 avaliações quinzenais entre agosto de 2019 à março de 2020. O número de adultos de G. brimblecombei capturados nas armadilhas adesivas e amostrados nas folhas foi 179 indivíduos (88 machos e 91 fêmeas), e 260 indivíduos imaturos, respectivamente. A população de G. brimblecombei apresentou correlação inversamente proporcional a precipitação e umidade relativa do ar e diretamente para temperatura máxima, com maior número de insetos capturados no período de seca. Psyllaephagus bliteus não foi capturado no período de avaliação.

    Apresentação

    DINÂMICA POPULACIONAL DE THAUMASTOCORIS PEREGRINUS (HEMIPTERA: THAUMASTOCORIDAE) E SEU PARASITOIDE CLERUCHOIDES NOACKAE (HYMENOPTERA: MYMARIDAE) EM CULTIVO DE EUCALIPTO

    Autores: Pedro José Ferreira-Filho, Thaís Carneiro Ghiotto, Alex Sandro de Oliveira

    ID: 9459

    Resumo

    O cultivo de Eucalyptus é uma importante atividade econômica no Brasil e por se tratar de uma monocultura, possui diversas pragas associadas ao cultivo, dentre essas, os insetos correspondem a grande maioria de espécies. O percevejo bronzeado, Thaumastocoris peregrinus Carpinteiro & Dellapé, 2006 (Hemiptera: Thaumastocoridae) é uma praga que tem se destacado pelos danos aos plantios onde ocorre, e também devido a velocidade de dispersão. No Brasil, essa praga foi detectada pela primeira vez em maio de 2008 no Rio Grande do Sul e em junho do mesmo ano em São Paulo, com alto grau de dispersão pelas vias produtivas do país. Dentre os métodos de controle estudados, o que mais tem se destacado é a introdução de inimigos naturais, e a espécie com melhores resultados e mais utilizada é o parasitoide de ovos Cleruchoides noackae Lin & Huber, 2007 (Hymenoptera: Mymaridae). Outras opções para reduzir infestações por T. peregrinus é a seleção de espécies e clones de eucalipto resistentes a praga.  Esse estudo teve como objetivo correlacionar a flutuação populacional de T. peregrinus e C. noackae com a temperatura do ar, umidade relativa do ar e precipitação acumulada. Armadilhas adesivas amarelas e coleta de ramos de 30 plantas de Eucalyptus urophylla x E. grandis foram utilizadas para verificar a razão sexual, dinâmica populacional e realizar o levantamento de inimigos naturais da espécie. Entretanto, durante a condução do experimento, nenhum individuo, tanto de T. peregrinus como de C. noackae foi capturado nas armadilhas amarelas ou verificado nas folhas e ramos das plantas, o que pode indicar uma possível resistência do hospedeiro a praga.

    Apresentação

    GERMINAÇÃO DE EUGENIA PLURIFLORA DC. (MYRTACEAE): TESTE TETRAZÓLIO

    Autores: Natália Ferrarezi Mazzaro, José Mauro Santana da Silva, Fiorella Fernanda Mazine Capelo

    ID: 9291

    Resumo

    Por possuir frutos coloridos e com forte odor que atrai animais, e consequentemente, os seus dispersores, as espécies do gênero Eugenia são de grande interesse para utilização em restaurações florestais, já que também possuem grande diversidade em todo o território brasileiro. Apesar disso, o gênero é pouco utilizado, possuindo baixas quantidades de representantes nos viveiros de mudas por todo o país. Destaca-se que uma das espécies mais abundantes (Eugenia pluriflora DC.) não se encontra no levantamento de mudas de Vidal e Rodrigues(2009) do livro “Restauração da biodiversidade: os viveiros do estado de São Paulo”. Por meio disso, este trabalho teve como objetivo realizar testes de germinação de Eugenia pluriflora coletadas no Campus UFSCar Sorocaba. O teste de germinação foi executado com duas matrizes e submetido à 30ºC, em luz branca direta e fotoperíodo de 12 horas no germinador. Foram obtidas das matrizes 1 e L1 respectivamente 100% e 26,6% na germinação e IVG (Índice de Velocidade de Germinação) abaixo de 1 para ambas as espécies. Para o teste tetrazólio foram testadas as concentrações de 1,0 e 0,5% do sal em um total de 100 sementes, previamente submetidas ao pré-tratamento de submersão em água temperatura ambiente por 24 horas, resultando na concentração de 0,5% como a mais efetiva na coloração dos tecidos.

    Além disso foi descoberta uma nova galha não antes descrita, localizada nas gemas axilares e apicais de E. pluriflora onde o inseto identificado se tratava da família Chalcidoidea da ordem Hymenoptera. Foi observada a necessidade e importância do teste de ecologia de germinação para identificar os fatores que potencializam a germinação da espécie, como: luz e temperatura. A continuidade da pesquisa é de extrema importância para os conhecimentos referente à família e ao gênero, proporcionando maior embasamento para futuras pesquisas.

    Apresentação

    GUIA DE IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE FABACEAE DA UFSCAR CAMPUS SOROCABA

    Autores: Heloisa Mateus Peroseni, Fiorella Fernanda Mazine Capelo

    ID: 9296

    Resumo

    O presente projeto visou a preparação de um Guia de espécies arbóreas de Fabaceae ocorrentes do campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos. Estudos florísticos anteriores nos fragmentos da UFSCar Campus Sorocaba indicaram a ocorrência de 20 espécies arbóreas de Fabaceae, sendo uma das famílias com maior número de espécies da área. O estudo se baseou em revisão bibliográfica da família e dos gêneros ocorrentes na área, através da consulta de obras específicas em Botânica; coletas de espécimes em campo (fragmentos florestais, além da área urbanizada do campus, como calçadas, estacionamentos de veículos e gramados entre os prédios); consultas a especialistas e consultas à coleção do herbário SORO para análise de suas características morfológicas. O guia consta inicialmente de uma caracterização morfológica de Fabaceae, seguida da sua importância econômica. Posteriormente, no guia são apresentadas as espécies, com nome científico, descrição morfológica, imagens, tipo de vegetação e importância da espécie. Ao final do guia, uma chave de identificação de espécies é apresentada, para auxiliar o usuário do guia no reconhecimento das espécies. Cabe ressaltar que no presente projeto foi confirmada a identificação de 38 espécies arbóreas de Fabaceae na área de estudo, circunscritas em 28 gêneros, sendo que os gêneros com maior número de espécies na área foram Machaerium (seis espécies), Inga e Bauhinia (três espécies cada). Na área urbanizada do campus, foram encontradas 10 espécies, sendo 4 cultivadas para paisagismo. Já́ as espécies nativas do Brasil representam 89,47% das espécies arbóreas de Fabaceae do campus. Nos fragmentos de vegetação nativa, foram encontradas 28 espécies, indicando um aumento de 8 espécies em relação ao estudo anterior, provavelmente devido ao projeto de restauração realizado no campus. Os caracteres mais importantes para reconhecer os gêneros foram as folhas compostas, que variam entre folhas unifolioladas bilobadas, bifolioladas, trifolioladas, paripinadas, imparipinadas e bipinadas; presença ou ausência de nectários extraflorais no pecíolo ou entre os pares de folíolos; presença ou ausência de acúleos nos ramos; a disposição das flores, que pode ser uma única flor ou reunidas em inflorescências (racemo, panícula, espiga e glomérulo); o tipo de fruto, que varia entre legume, sâmara, câmara, craspédio, drupa e folículo. Além de expandir os conhecimentos sobre a família Fabaceae na flora brasileira, o projeto contribui com o conhecimento sobre a vegetação do campus, auxiliando nos diversos estudos dos remanescentes florestais e auxiliando nas definições de estratégias de conservação e na adoção de medidas de manejo ambiental.

    Apresentação

    IDENTIFICAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA POR MEIO TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO

    Autores: Ariane Maria Brito, Aline Delfino Germano, Roberta Averna Valente

    ID: 9358

    Resumo

    Atualmente as tecnologias corroboram com aplicações para diferentes finalidades, e uma delas é o uso do sensoriamento remoto (SR). A utilização e manipulação de imagens de satélite é um mercado crescente, principalmente por poder apresentar resultados em diferentes etapas do processo (i.e., início, meio e fim). As informações que podem ser extraídas geram “n” resultados, principalmente para tomadas de decisões. Desta forma, o objetivo principal foi avaliar produtos oriundos do SR como ferramenta para extração de informações para criar relações entre áreas urbanizadas e vegetadas para o município de Sorocaba-SP. Para isso, utilizou o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), Índice de Áreas Construídas por Diferença Normalizada (NDBI), temperatura de superfície (TS) e luminosidade noturna (LN).  Para o processamento, se utilizou duas cenas do sensor OLI (Operational Land Imager), em dois tempos (i.e., Fevereiro e Outubro de 2019) e uma cena noturna do sensor OLS (Operational Linescan System). Também foram utilizados vetores com informações de uso e cobertura do solo (Uso) e de zonas municipais (ZM), de acordo com o plano diretor do município.  Para as avaliações, primeiramente normalizou todos os produtos (i.e., NDVI, NDBI, TS e LN) de zero a um. Posteriormente, se realizou uma nuvem de pontos aleatórios para extração de informações dos produtos. Desta forma, os dados foram analisados através de gráficos de perfil, em que foram sobrepostos os vetores (i.e., Uso e ZM). Outra avaliação foi o coeficiente de correlação de Spearman, com todos os produtos. Os principais resultados comprovaram a importância da vegetação em centros urbanos. Os produtos NDVI/NDBI e NDVI/LN apontam uma forte correlação negativa (-0.99 e -0.90, respectivamente), ou seja, em ambientes muitos vegetados, em geral, há pouca urbanização com baixa iluminação noturna e vice e versa. Já quando correlacionado as TS com Uso, detecta que áreas urbanas apresentam maiores temperaturas que áreas vegetadas. E o mesmo ocorre com o cruzamento com as zonas municipais, em que TS, das zonas rurais (ZR1, ZR2 e ZR3), industriais (ZI1, ZI2 e ZPI) e central (ZC) são superiores quando comparado com a Zona Rural (ZR), Zona de Conservação Ambiental (ZCA) e Zonas de Chácaras Urbanas (ZCH), a quais, habitualmente são mais vegetadas que as demais zonas. Logo, os índices físicos que evidenciam a presença de florestas, sejam elas nativas ou plantadas, demonstraram inversamente proporcionais aos índices que evidenciam áreas antropizadas. Também por meio dos resultados obtidos, observa-se que as áreas do Uso apresentaram relação positiva as variáveis ambientais, ou seja, pode-se realizar uma análise preliminar dos pontos específicos no município de Sorocaba-SP, que precisam de revitalização arbórea, a fim de aprimorar um ambiente sustentável e consequentemente aumentar a qualidade de vida. Em conclusão, é possível afirmar que os produtos provenientes do SR se correlacionam entre si, de maneira direta ou inversa, e permitem a retirada de informações confiáveis e seguras de uma única imagem gratuita que podem ser úteis no planejamento de políticas públicas para os municípios.

     

    Apresentação

    IDENTIFICAÇÃO DE BICADAS DE AVES EM LAGARTAS ARTIFICIAIS: AUMENTANDO A RESOLUÇÃO TAXONÔMICA PARA ESTUDOS SOBRE PREDAÇÃO DE ARTRÓPODES

    Autores: Jéssica Cristina Furgeri, Augusto Piratelli

    ID: 8948

    Resumo

    As aves são um importante grupo taxonômico, já que realizam serviços ecossistêmicos de grande relevância para a sociedade. Elas auxiliam no controle de pragas e insetos, limpeza dos ambientes e polinização e dispersão das plantas. Pesquisas recentes têm utilizado lagartas e frutos artificiais como modelos para estimar predação de artrópodes e consumo de frutos por aves. No entanto, há carência de estudos sobre a especificidade das bicadas das aves em modelos artificiais, limitando a resolução taxonômica dos potenciais consumidores. Para contribuir com esses estudos, a presente pesquisa visa definir padrões nas marcas deixadas por diferentes espécies nos modelos artificiais (lagartas e frutos de plasticina), objetivando criar um banco de dados das espécies amostradas. As coletas foram realizadas em praças públicas e em propriedades particulares da região de Indaiatuba e Jundiaí (SP). Foram oferecidas massa de modelar no formato de lagartas de aproximadamente 3,5 x 25mm de tamanho e frutos de 1,60 x 1,50cm (14mm de diâmetro) para aves tanto em vida livre quanto em cativeiro. Foram efetuadas observações de campo em tempo real, envolvendo fotografias, filmagens e identificação das aves. Além disso, os modelos artificiais foram coletados e repostos assim que as aves os bicavam. A análise de resultados foi feita através de medições com paquímetro e divisões das amostras em categorias de acordo com diferentes padrões de bicada. Ao todo foram obtidas 206 amostras de bicadas em frutos, sendo 51 de [Mimus saturninus], 50 de [Saltator similis], 42 de [Icterus jamacaii], 34 de [Pitangus sulphuratus], 11 de [Turdus leucomelas], 10 de [Tangara sayaca] e 7 de [Turdus rufiventris]. Foram coletadas 51 amostras de bicadas em lagartas, sendo 37 de [Paroaria dominicana], 3 de [Pitangus sulphuratus], 2 de [Icterus pyrrhopterus] e 2 de [Ramphocelus bresilius]. Apesar da semelhança encontrada na maioria das marcas de bicadas das diferentes espécies de aves, foi possível encontrar padrões e características únicas para [Pitangus sulphuratus] e [Saltator similis], possibilitando sua identificação através dos modelos. Com isso, propomos um avanço nesses estudos, não apenas quantificando a intensidade de predação, mas também identificando seus atores.

     

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    O DANO PARCIAL ÀS SEMENTES DE EUGENIA SPP. AFETA O DESENVOLVIMENTO DAS PLÂNTULAS?

    Autores: Isabela da Costa Gasparini, Alexander V. Christianini

    ID: 8906

    Resumo

    A predação de sementes costuma ser vista como sinônimo de morte da semente, tendo em vista que possuem seu tecido nutritivo removido. Porém, atualmente sabe-se que danos parciais permitem que algumas sementes sejam ainda germináveis, e se desenvolvam em plântulas, pois nem todo o tecido de reserva é sempre removido pelo predador. Sementes grandes tendem a possuir maior sucesso em recrutamento nestes casos, por permitirem maior saciedade do predador e maior sobrevivência à estressores naturais. Por outro lado, sementes pequenas possuem capacidade de se alocarem no solo mais rápido, havendo um investimento direcionado para as raízes. Myrtaceae é uma das maiores famílias botânicas com ocorrência em ecossistemas neotropicais. O gênero Eugenia é um dos maiores dentro das Myrtaceae, com ampla variação no tamanho das sementes. Embora se saiba que sementes de algumas Eugenia toleram dano, não se sabe como o dano repercute posteriormente nas plântulas e suas consequências. Assim, os objetivos deste estudo foram (i) descobrir qual o limite de dano as sementes toleram e analisar se sementes maiores toleram mais danos que sementes menores; (ii) avaliar a viabilidade das plântulas resultantes, uma vez que os efeitos tardios da predação parcial são ainda pouco explorados; (iii) analisar se o dano afeta a alocação de recursos no crescimento nas raízes ou no caule. Utilizamos sementes de Eugenia pyriformis (Uvaia), E. involucrata (Cereja) e E. uniflora (Pitanga). Os danos parciais realizados às sementes, simulando predação parcial por roedores, foram separados em quatro tratamentos de dano crescente (T1 a T4) e um tratamento controle (C). Em T1, as sementes receberam dano de até 25% de remoção do tecido nutritivo. Em T2, danos de 25% a 50% de remoção. As sementes em T3 receberam danos de 50% a 75%, e em T4, danos acima de 75% de remoção do tecido nutritivo. Os danos foram provocados com estilete e as sementes pesadas em balança de precisão antes e depois do dano, sendo colocadas para germinar posteriormente. As plântulas resultantes destas sementes danificadas foram transplantadas para tubetes com substrato comercial e mantidas em casa de vegetação durante três meses. Após esse período, foram removidas do tubete e tiveram suas partes separadas em aérea (epicótilo) e raiz (hipocótilo). Após secarem em estufa por 24 horas, foi realizada a pesagem da biomassa seca das partes aérea e da raiz. Plântulas originadas de sementes grandes, representadas por E. pyriformis, não foram afetadas por danos pequenos. Pouco dano até estimulou um crescimento acima do esperado das plântulas (tanto da parte aérea como radicular). Sementes pequenas de E. uniflora também não foram afetadas por danos de pequena monta, e as plântulas resultantes mostraram maior investimento nas raízes. E. involucrata foi a única espécie a ter a viabilidade das plântulas afetada negativamente pelos danos, além de não alocarem preferencialmente em raiz nem em caule. Danos parciais são razoavelmente tolerados por pelo menos algumas espécies de Eugenia. Quando não extensos, podem estar contribuindo para que estas plântulas se desenvolvam mais rápido ou consigam colonizar o solo mais facilmente.

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    O IMPACTO DA INVASÃO DA BRAQUIÁRIA (UROCHLOA SP.) NA DIVERSIDADE DE ARTROPÓDES DE SOLO NO CERRADO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE SANTA BÁRBARA, SP

    Autores: João Pedro Ferreira de Pádua Bandeira, Alexander V. Christianini

    ID: 8907

    Resumo

    As invasões biológicas são comumente um problema para a biodiversidade, pois promovem alterações nos habitats invadidos, podendo levar a impactos negativos para as populações locais das espécies nativas. No cerrado, a invasão pela braquiária, uma gramínea exótica de origem africana, vem se tornando um evento comum, e que altera o habitat através da substituição gradual de gramíneas nativas. Estas alterações podem talvez afetar as populações de artrópodes de solo, como as formigas, devido as mudanças promovidas na estrutura vegetal ao substituir as gramíneas nativas, esta mudança estrutural pode levar a mudanças no micro-habitat, disponibilidade de recursos e sombreamento, fatores os quais impactam as formigas. As formigas são responsáveis por realizem serviços ecossistêmicos, como a dispersão de sementes. Assim, alterações na diversidade de formigas pela invasão da braquiária poderiam promover impactos ecológicos importantes. O objetivo deste trabalho foi testar se o impacto da substituição de gramíneas nativas do cerrado pela braquiária (Urochloa sp.) afeta a diversidade das formigas de cerrado. Para tanto, dois sítios de estudo (áreas de conservação do cerrado) foram amostrados: Estação Ecológica de Santa Bárbara (uma amostragem na estação chuvosa e uma na estação seca) e Estação Ecológica de Itirapina. Para cada saída de campo foram amostradas áreas de gramíneas nativas e invadidas por braquiária, totalizando seis amostragens. Cada amostragem foi realizada através da distribuição de armadilhas de queda pitfall preenchidas com água e detergente em transectos de sessenta metros tanto na área de gramínea nativa como nas áreas com braquiária. Após 48 horas o conteúdo das armadilhas foi removido e os exemplares capturados triados em laboratório, buscando identificar o gênero das formigas amostradas. Para a análise estatística foram feitas curvas de rarefação com o software Estimate S e análises NMDS utilizando a linguagem de programação R. Curvas de rarefação mostraram que há maior riqueza de espécies de formigas em Santa Bárbara nas gramíneas nativas na seca do que na braquiária em Itirapina na estação chuvosa. Estas foram as amostragens com maior e menor riqueza de todas as amostras, respectivamente. As demais amostragens não apresentaram diferenças nas riquezas de espécies entre sí. A análise NMDS mostrou que os pitfalls de Itirapina são mais parecidos entre si, em sua composição, em relação aos pitfalss de Santa Barbara, assim como os pitfalls de Santa barbara são mais parecidos entre si, do que em relação aos pitfalls de Itirapina. Como a diferença na riqueza entre as áreas com braquiária em relação as áreas de gramínea nativa foi pontual em somente duas amostras, é plausível dizer que para as áreas amostradas no decorrer deste trabalho, a invasão da braquiária não teve impactos detectáveis na riqueza ou diversidade de generos de formigas que ali habitam. Um passo seguinte de estudo seria aumentar resolução taxonômica para espécie, ou a utilização de outros métodos complementares de amostragens.

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    O PAPEL DA MULHER NAS ATIVIDADES DA AGRICULTURA FAMILIAR: UMA ABORDAGEM EM QUILOMBOS DO VALE DO RIBEIRA-SP

    Autores: Letícia de Assis Haiala, Helbert Medeiros Prado, Fernando Silveira Franco

    ID: 9252

    Resumo

    Nas últimas décadas a agricultura familiar perdeu espaçosignificativo para o monopólio da agricultura em larga escala, que utiliza demaquinários e técnicas químicas para produção de alimentos em um formatode monocultura, gerando impactos diretos sobre a agrobiodiversidade eameaçando a existência dos conhecimentos advindos das populaçõestradicionais. A região do Vale do Ribeira escolhida para este estudo érelevante nesse cenário, pois abriga o maior contínuo de Mata Atlânticaexistente, bem como diversas comunidades quilombolas que mantêm aagricultura familiar como principal meio de subsistência, renda e resistênciacultural. O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento doconhecimento prático e teórico sobre o modelo agrícola realizadoespecificamente pelas mulheres das comunidades quilombolas do Vale doRibeira paulista. Foram realizadas três etapas de campo, totalizando 21 diasde atividades nas comunidades de Pedro Cubas e Pedro Cubas de Cima(Eldorado, SP). A pesquisa foi orientada pelo método etnográfico, fazendo usode observação participante, questionários fechados, entrevistassemiestruturadas e entrevistas informais com 10 mulheres selecionadas. Osresultados obtidos mostram que as mulheres apresentam autonomia pararealizar as atividades agrícolas sem a presença de uma figura masculina, eque não existe divisão de tarefas por gênero. Os cultivos são comumenterealizados no quintal, em áreas próximas à residência, conhecidas como“terreiro”, ou em locais mais distanciados e florestados, as chamadas“capuavas” (categoria espacial associada a áreas de cultivo itinerantetradicionalmente empregado na região). Pôde-se registrar que todas as mulheres entrevistadas fazem o uso de insumos químicos no plantio,indicando que o cultivo dos alimentos não é orgânico. Observou-se tambémque algumas adotam o uso de insumos de origem natural, produzidoslocalmente por grande parte das entrevistadas, com receitas e ingredientescaseiros. Estudos já realizados na região, bem como o conteúdo dasentrevistas levantadas, indicam que a atividade de roça era mais comum nopassado. O pouco envolvimento dos jovens nessa atividade também é umapreocupação manifestada entre os mais velhos, por apresentar fragilidade na manutenção e passagem do conhecimento agrícola tradicional.Ao total foi levantado o cultivo de 51 espécies alimentícias plantadas pelasmulheres entrevistadas, sendo as principais feijão, milho, mandioca, arroz,alface, taioba, pupunha e banana. Observou-se a ocorrência de práticasculturais na realização de simpatias e rituais voltados para as atividades deroça, assim como na escolha do solo e fases da lua considerados maisadequados para realizar o manejo e cultivo dos alimentos, mostrando aperserverança dos conhecimentos tradicionais na comunidade. Neste estudo,foi possível evidenciar a profundidade histórica do envolvimento das mulheresquilombolas na prática de roça, bem como a importância dessa atividade navida cotidiana atual das mesmas e para a comunidade. A partir datransmissão dos conhecimentos ancestrais e da realização de diversasatividades voltadas para a sobrevivência e resistência do coletivo, asagricultoras quilombolas exercem um papel fundamental para a manutençãodo conhecimento agrícola tradicional, tanto para a comunidade quilombolaquanto para o contexto do Vale do Ribeira.

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    PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS ORIUNDOS DE ÁREAS VERDES URBANAS

    Autores: ELIANA CARDOSO LEITE, VALÉRIA LETICIA MARQUES BARBOSA

    ID: 9080

    Resumo

    A aglomeração em centros urbanos acarreta a fragmentação dos ambientes naturais, importantes tanto do ponto de vista do bem-estar humano quanto da conservação. As áreas verdes urbanas podem abrigar serviços ecossistêmicos (SE), benefícios diretos advindos dos ecossistemas, divididos em 4 categorias (provisão, regulação, culturais e suporte), que afetam diretamente o bem-estar humano. Os SE podem providenciar um discurso de proteção ao meio ambiente com  um enfoque diferente, voltado ao ser humano, sensibilizando a população, de forma a alavancar políticas públicas conservacionistas. Contudo, existem diversas lacunas na aplicação do conceito de SE nas áreas urbanas, visto que este é um enfoque muito recente, e a falta de conhecimento sobre a realidade brasileira é ainda mais acentuada. Visando suprir tal demanda, foi elaborado um protocolo para avaliação dos SE em áreas verdes urbanas, com adaptação para o município de Sorocaba - SP, que também foi a área de testes. Para tal, foi feita revisão bibliográfica para a compilação de possíveis indicadores, respectivos descritores, com 4 classes de amplitude, e justificativas. Após a seleção, o protocolo foi testado e ajustado. O protocolo em questão é de fácil utilização e poderá ser utilizado na capacitação de técnicos, do poder público, para análise de áreas verdes.

    As áreas testadas foram escolhidas com base em Mota (2016), e representaram as 3 categorias de floresta urbana: Unidade de Conservação (UC) - Parques Chico Mendes e da Biodiversidade; Área de Interesse Ambiental (AIA) - Parques da Água Vermelha e Ouro Fino; e  e Espaços Livres de Uso Público de Interesse Social (ELUPIS) - Parques Carlos Alberto de Souza, Miguel Gregório de Oliveira e das Águas. Os parques foram comparados, em tabela, quanto ao fornecimento de serviços, e classificados como “baixo, médio ou alto” fornecimento. O Parque “Ouro Fino” obteve a melhor pontuação final, apresentando alto fornecimento, enquanto o “Parque das Águas” obteve a pior pontuação, apresentando baixo fornecimento; outros parques apresentaram notas finais medianas. Os objetivos alterados pela pandemia foram alcançados, mas muito do que foi planejado anteriormente não pôde ser realizado, devido aos atrasos na comunicação com a prefeitura ou ao regime da quarentena. O protocolo se mostrou adequado o suficiente para apontar diferenças entre os parques, contudo, não entre as categorias de áreas. Isso pode indicar que algumas áreas deveriam ser mais protegidas, pelo alto fornecimento de SE, sendo re-categorizadas.

     

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    VARIAÇÃO RADIAL DAS DIMENSÕES DAS FIBRAS E DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA DE GUAPURUVU (SCHIZOLOBIUM PARAHYBA (VELL.) BLAKE) EM MONOCULTIVO

    Autores: Tainara Gabriela Costa, João Otávio Poletto Tomeleri, Franciane Andrade Pádua

    ID: 9524

    Resumo

    Resumo: Originaria do Brasil, o Guapuruvu (Schizolobiumparahyba (Vell.) S. F. Blake) possui distribuição natural entre os estados da Bahia a Santa Catarina, em floresta ombrófila densa (Mata Atlântica).Pioneira, pertencente àfamília Fabaceae (Leguminosae Caesalpinoideae). Possui tronco cilíndrico, marcado por cicatrizes de afixação de folhas, alburno branco-palha, sem diferenciação em cerne, com presença de manchas amareladas e rosadas. Com potencial para a produção de biocombustíveis e biopolímeros em associação com polipropileno, sendo essencial para seu uso o estudo da biometria das fibras, avaliando o comprimento, largura e espessura da parede das fibras, diâmetro do lúmen e ângulo microfibrilar da camada S2, além da densidade básica, determinando se a árvore está formando madeira juvenil (Produzidano início da vida da árvore, com uma rápida elevação da densidade básica e comprimento das fibras) ou madeira adulta (Estável e, com maior comprimento de fibras e usualmente maior densidade). O trabalho teve como objetivo a revisão de literatura sobre a espécie Guapuruvu(Schizolobium parahyba (Vell.) S. F. Blake), suas características anatômicas e propriedades físicas de sua madeira, determinando a idade aproximada de produção de madeira adulta.Foram realizadas pesquisas sistemáticas no Portal periódicos CAPES, SciELO e Google Acadêmico. Estudos demonstraram que o Guapuruvu de idades entre 36 e 38 meses produzem madeira juvenil, com comprimento de fibras entre 838,1-883,53 µm,aos 180 meses iniciou a formação de madeira adulta (entre 1492-1201,36 µm). Aos 36 meses o Guapuruvu está produzindo apenas madeira juvenil com uma largura de fibra de 29,4 µm, valor inferior aos 180 meses com medidas entre 35,58-38,66µm (Produzindo madeira adulta), o que diverge da literatura que afirma que a largura das fibras são maiores na madeira juvenil. Já aos 38 meses, a largura da fibra é de 45,43µm (Madeira juvenil). Aos 36 e 38 meses,produz madeira juvenil segundo a espessura da parede da fibra (Entre 3,07-3,7µm), sendo que as 180 meses já produz madeira adulta (Entre 3,57-3,88 µm).

    O diâmetro do lúmen aos 36 meses era de 22 µm, valor que elevou-se aos 38 meses para 39,08 (Madeira juvenil) e com uma queda aos 180 meses (Entre 28,45-30,91µm) (Madeira adulta), o que difere da literatura que afirma que os maiores valores estão na madeira adulta. O ângulo microfibrilar foi de 39,94° para exemplares com 38 meses de idade. Já a densidade básica tende a aumentar com a idade (0,25 g/cm³ aos 12 meses e 0,29 g/cm³ aos 180 meses), o que pode indicar a formação da madeira adulta. Foi constatado com a pesquisa que o Guapuruvu produz madeira adulta com cerca de 180 meses, entretanto existe uma escassez de dados entre 38 e 180 meses, prejudicando sua exploração em idade precoce.

    Apresentação