Ciências Biológicas

ID: 9049

Resumo

Peixes expostos a corpos d’água com a presença de poluentes podem acumulá-los em tecidos e órgãos ou apresentar alterações morfofuncionais nos mesmos. No caso das brânquias, que estão diretamente em contato com a água, os efeitos da contaminação são bastante visíveis, portanto, são muito utilizadas como indicadores biológicos. Corpos d’água localizados em grandes centros urbanos costumam sofrer impactos de fontes pontuais e difusas de poluição, tendo a qualidade de suas águas comprometida. No município de Indaiatuba/SP é encontrado o Parque Ecológico. Nele a população tem o contato com o meio ambiente e pode desenvolver inúmeras atividades desportivas. Quase toda a extensão do parque é percorrida pelo Córrego Barnabé que, além de servir como um atrativo, é utilizado para abastecimento de água e para pesca. Porém, não existem estudos sobre a real qualidade de suas águas, mesmo recebendo aporte de fontes difusas de contaminação. Desta forma, o presente projeto avaliou a qualidade da água do Córrego Barnabé através de análises histológicas nas brânquias de peixes expostos em laboratório. Foram coletadas amostras de água em três pontos do Córrego Barnabé, sendo um no encontro do Córrego Belchior com o Córrego Barnabé, um à montante e um à jusante deste ponto de encontro, a fim de avaliar a influência do mesmo, pois este recebe um maior despejo de efluentes. Subsequentemente foram montados aquários com 10 indivíduos de Tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) para cada tratamento, juntamente com um grupo controle negativo exposto à água limpa de poço artesiano. O experimento teve duração de 8 dias. Foram realizados testes preliminares de rotina histológica, sendo caracterizada pela inclusão, microtomia, coloração e observação das lâminas em microscopia óptica. Entretanto, devido à pandemia, os experimentos não puderam ser levados a diante. Com a observação do comportamento dos organismos e o índice de mortalidade foi constatado que a água do Córrego Barnabé não demonstrou ser prejudicial para o Oreochromis niloticus a ponto de acarretar sua morte em uma exposição laboratorial.

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ID: 9272

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Foi estudada a influência de esgotos domésticos em uma lagoa marginal a um rio, especialmente sobre os atributos ecológicos de rotíferos. O estudo buscou identificar a composição, diversidade e a abundância da assembleia de Rotifera em uma lagoa com interferência antrópica. As amostras de rotíferos foram coletadas com rede de plâncton cônica de 50µm de abertura de malha em oito pontos de amostragem dentro da lagoa. Também foram mensuradas as seguintes variáveis: pH, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, transparência, turbidez, potencial de óxido redução, sólidos totais dissolvidos, temperatura da água, nitrogênio e fósforo total e clorofila-a. Foram encontrados 31 táxons de rotíferos. A família com maior número de táxons foi a Lecanidae (11) e a segunda família com maior número de táxons foi a Brachionidae (5). Polyarthra vulgaris foi encontrada em 100% dos pontos de amostragem. Lecane bulla e Asplanchna sieboldii ocorreram em 87,5% dos pontos. A espécie com maior densidade foi a Polyarthra vulgaris no ponto 4 com 197.333 (ind./m³). A espécie invasora, Kellicotia bostoniensis, também foi encontrada no estudo e nenhum individuo de Testudinella patina apresentou deformidades na lórica. Rejeitou-se a hipótese de que a modificação morfológica seja uma resposta para a predação por Asplanchna sieboldii e comprovou-se a hipótese de que estado trófico não tenha ligação com essa diferença morfológica. A soma dos táxons das famílias Brachionidae, Lecanidae e Trichocercidae equivaleu a 58% do total de táxons da lagoa. No ponto 8 foram encontrados os maiores valores de diversidade dos índices de Simpson e de Shannon, e o menor valor no ponto 4. O maior valor de condutividade elétrica ocorreu próximo às casas (ponto 1), junto aos menores valores de oxigênio dissolvido e maiores valores para turbidez. Sendo que alta turbidez e baixo oxigênio dissolvido pode ser um indicativo de decomposição de matéria orgânica. De acordo com o Índice de Estado Trófico, a maior parte dos pontos foi classificado como mesotrófico, com excessão dos pontos 2 e 8 que foram categorizados como oligotróficos. A assembleia de Rotifera na Lagoa das Casas possui alta riqueza e diversidade, destacando a realização de apenas uma campanha de amostragem devido a pandemia de COVID-19 e pela forte estiagem na região. O lançamento de efluentes dentro dessa lagoa é um grande potencial para a eutrofização, contudo os efeitos negativos pareceram estar restritos ao ponto 1. Os maiores valores de riqueza de espécies e de diversidade ocorreram nos pontos próximos à conexão com o Rio Paranapanema, sugerindo que nesses pontos, embora dentro da lagoa, haja a influência e o acréscimo de táxons lóticos ou o favorecimento desse aumento de diversidade em virtude da heterogeneidade ambiental. São necessários maiores estudos no local, principalmente sazonalmente, visando analisar as variações temporais da assembleia em distintos períodos e como a riqueza e a diversidade se comportam.

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ID: 9051

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Bivalves são organismos filtradores que podem ser usados para bioindicar uma alteração ou estresse ambiental causados pela ação antrópica no meio ambiente. Eles têm potencial para serem usados em estudos de ecotoxicologia, pois alterações ambientais podem refletir, entre outras coisas, em modificações celulares em suas brânquias. Corbicula fluminea (Müller, 1774) é uma espécie de bivalve exótico e invasor, com alta plasticidade fenotípica e potencial de adaptação a diversos ambientes, além de possuírem uma rápida maturidade sexual e um acelerado desenvolvimento. Os corpos hídricos em que estes animais vivem podem ser diretamente afetados pela ação da agricultura intensiva em expansão, já que esta atividade utiliza inúmeros defensivos agrícolas que podem gerar danos ambientais. Como exemplo, temos o FOX, um composto da classe dos fungicidas, classificado como muito perigoso ao meio ambiente e altamente tóxico para os animais, composto pelos princípios ativos trifloxistrobina e protioconazol. Este estudo teve como objetivo identificar se ocorreram modificações morfológicas nas brânquias de C. fluminea expostos a diferentes diluições do fungicida FOX, sendo elas 100x, 400x, 700x e 1000x mais diluídas em relação a concentração de uso na agricultura, resultando nas concentrações de FOX 5,71µL/L, 8,28µL/L, 14,57µL/L e 58µL/L, respectivamente. Para isso, cem animais e aproximadamente 15Kg de sedimentos foram coletados de um rio livre de impactos antrópicos e levados para o laboratório. Foram montados 5 aquários, no fundo de cada aquário foi depositado sedimento até uma altura de 5cm, sendo completados com água de poço artesiano (controle negativo) ou com as concentrações de FOX citadas acima, e em cada um foram colocados os bivalves que ficaram expostos durante 7 dias. Após este período os animais foram dissecados e fixados para processamento histológico, mas não foi possível realizar a análise histopatológica das brânquias devido ao fechamento do laboratório por conta da pandemia de COVID-19. Foi observado o aumento da mortalidade de acordo com o aumento das concentrações. Estes dados foram utilizados para calcular a CL₅₀, que foi igual a 16,36µL/L de FOX. Essa concentração do fungicida FOX corresponde a 2454µg/L de trifloxistrobina e 2863µg/L de protioconazol. Sendo assim, realizou-se uma revisão bibliográfica onde foram observados diversos organismos não-alvos, como bivalves de água salgada, e com os princípios ativos do FOX, trifloxistrobina e protioconazol separadamente. Os dados da literatura foram comparados com os do presente estudo, sendo observado que os bivalves do presente estudo são mais resistentes que alguns invertebrados e vertebrados nas condições de estudo conduzidas neste experimento. Pode-se concluir que são necessários mais estudos com bivalves dulcícolas e com os princípios ativos agindo simultaneamente. Além disso, pode-se afirmar que o fungicida FOX pode ser considerado tóxico para o meio ambiente e aos seres vivos aquáticos.

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ID: 9100

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Os ambientes aquáticos vêm sendo fortemente afetados por distúrbios causadores de perdas de integridade biótica, que em sua maioria são consequências de ações antrópicas. Os riachos podem ter seus ecossistemas perturbados de forma mais acentuada, uma vez que possuem maior dependência da vegetação ripária e que dentre sua composição faunística encontram-se muitas espécies endêmicas. Na região sudoeste paulista a atividade econômica mais expressiva é a agropecuária, setor que demanda a utilização de quantidades significativas de água, além de dispersar insumos que podem interferir nas composições e dinâmicas das comunidades aquáticas. Nossa proposta inicial tinha por objetivo o levantamento e comparação das comunidades de peixes presentes em dois riachos, um com maior nível de antropização em relação ao outro. Seriam comparados, também, os diferentes trechos de seus cursos: nascente, médio curso e foz, a fim de empregar a teoria do rio contínuo. Os dois riachos se localizam em ambiente rural e deságuam em um importante afluente do rio Paranapanema, o rio Guareí. Devido a pandemia de Covid-19, não foi possível realizar as coletas e análises conforme o planejado e, seguindo as orientações, uma revisão bibliográfica mais aprofundada sobre o tema foi realizada. Como alguns dos resultados obtidos, foi observado que a predominância das ordens Siluriformes e principalmente Characiformes, demonstrou-se um padrão em diversos trabalhos sobre peixes de riacho neotropicais. Em relação a comparação entre trechos (Aplicação da teoria do rio contínuo) além do aumento gradual de espécies da cabeceira à foz, geralmente pelos recursos e maior quantidade de habitats, estudos mostram que existem tendências morfológicas e comportamentais de acordo com o trecho, de forma que as espécies não são somente adicionadas ao longo do gradiente, mas também substituídas, visto que algumas delas estão limitadas pelas distintas variáveis ambientais características de cada uma das zonas. Ademais as informações obtidas nessa revisão corroboram com a ideia de que as atividades antrópicas exercem interferência significativa sobre a composição da ictiofauna dulcícola, sobretudo em ambientes de riacho, dada suas características ambientais que promovem grande endemismo e riqueza. Além disso, comparando os trechos do curso, o padrão encontrado na maioria dos trabalhos desta natureza, comporta famílias de características semelhantes às encontradas em estudos ambientados na região pretendida. Porém um levantamento de dados primários unindo esses dois objetivos com as características ao entorno dos riachos, seria um estudo muito significativo, dada ainda a necessidade de maiores estudos sobre a ecologia de peixes, e a carência de trabalhos nesse sentido na região, que ainda é pouco explorada em termos de levantamentos ictiofaunísticos.

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ID: 9428

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Em paisagens muito alteradas pela perda e fragmentação de habitats, os pequenos felinos neotropicais costumam atuar na condução da teia trófica, controlando a abundância de pequenas presas e auxiliando na dispersão de sementes. Logo, estudos sobre suas dietas são importantes para entender a relação com esses ambientes e a biologia desses animais. Assim, este estudo analisou a dieta de felinos neotropicais ao longo de um ano em uma fazenda agrícola, campus Lagoa do Sino (UFSCar, Buri-SP), comparando resultados. Foram realizadas visitas mensais a campo entre maio e julho de 2019, com coletas esporádicas em agosto, outubro e dezembro do mesmo ano, e entre janeiro e abril de 2020, totalizando 10 meses e 127,8 quilômetros percorridos. As amostras coletadas foram lavadas e triadas, os itens alimentares identificados a nível de grupo de espécies e as espécies de felinos identificadas por DNA fecal e análise morfológica de pelos, por um projeto paralelo. A descrição da dieta foi feita através da frequência de ocorrência (FO%) e porcentagem de ocorrência (PO%) dos itens alimentares, com uma análise da variação sazonal. Foram coletadas 104 amostras fecais, das quais 63 (80, 8%) puderam ser identificadas por tricologia e apenas 4 (5,13%) pelo método molecular. Das 58 amostras analisadas para dieta 51 (50%) foram atribuídas a Leopardus guttulus, 4 (3,86%) Puma yagouaroundi, 3 (2,88%) Leopardus pardalis e 4 (3,86%) não identificadas. A dieta foi composta por itens de origem animal e vegetal, os pequenos mamíferos foram as presas mais consumidas pelo Leopardus guttulus (FO = 88,24% e PO = 33,58%) seguido pelas gramíneas (FO = 45,10% e PO = 17,16%), invertebrados (FO = 43,14% e PO = 16,42%), aves e répteis (FO = 29,41% e PO = 11,19%). Para o Puma yagouaroundi pequenos mamíferos, aves e gramíneas foram predados de maneira igual (FO = 75% e PO = 23,08%), seguido por répteis e invertebrados (FO = 75% e PO = 23,08%). Leopardus pardalis consumiu mais pequenos mamíferos ((FO = 100,00% e PO = 37,50%), seguido por invertebrados (FO = 66,67% e PO = 25,00%), répteis e gramíneas FO = 33,33% e PO = 12,50%). Somente para L. guttulus é que foi possível uma análise estatística dado o maior tamanho amostral. Embora não tenha sido detectado diferença significativa entre a dieta nos dois períodos (Kruskal-Wallis, H=3,5633, p=0,0591) foi possível observar que pequenos mamíferos e aves apresentaram-se como itens igualmente importantes nos dois períodos para os felinos, assim como os répteis, com exceção do L. pardalis que consumiu somente na estação seca (16,67%, 1 amostra) enquanto os invertebrados mostraram uma evidência de maior consumo pelos felinos na estação úmida (31,03% e 33,33%, respectivamente) em comparação a seca (19,40% e 16,67%). A dieta dos três felinos no campus Lagoa do Sino, não divergiu do relatado na literatura, sendo um tanto quanto generalista e oportunista, voltado ao consumo de pequenas presas conforme a sua disponibilidade e abundância associadas à matriz agrícola, caso esta disponha de remanescentes de vegetação natural.

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ID: 9174

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As revisões de dieta de peixes possuem grande valor ecológico, uma vez que possibilitam maior entendimento do funcionamento do ecossistema em que os mesmos estão inseridos. O estudo tinha como objetivo investigar o hábito alimentar de Hoplias malabaricus em uma lagoa encontrada em uma propriedade rural produtiva. As coletas seriam realizadas bimestralmente por meio de pesca ativa com linha e anzol, sendo os indivíduos medidos, pesados e dissecados. Em sequência o sexo dos mesmos seria definido, bem como o estágio de maturação gonadal, nível de gordura acumulada e nível de repleção estomacal. Os conteúdos estomacais dos indivíduos seriam classificados até o menor nível taxonômico possível e sua ocorrência e frequência volumétrica inferidos. Dada à impossibilidade de realizar coletas em campo, devido à pandemia de COVID-19 este projeto sofreu alterações. Logo, uma revisão bibliográfica acerca do tema foi elaborada. Nesta revisão foram reunidas e apresentadas as principais referências sobre os diversos aspectos do ciclo de vida da H. malabaricus. Nitidamente a espécie possui grande capacidade de adaptação, uma vez que a mesma ocupa diferentes habitats. É encontrada em toda a América do Sul e habita a maioria dos corpos hídricos brasileiros. Outro fator notado foi a grande plasticidade trófica da espécie, sendo um predador voraz de topo de cadeia a traíra engloba em sua dieta diversos grupos de peixes, crustáceos e invertebrados quando jovem ou sobre competição com outras espécies, dentre esses grupos, caracídeos de pequeno porte aparentam compor a maior parte de sua alimentação.

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ID: 9061

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Oscilações nas variáveis químicas e físicas derivadas da eutrofização tendem a reduzir a qualidade da água, ocasionando desequilíbrios e distúrbios nas comunidades aquáticas. Os microcrustáceos (Cladocera e Copepoda) possuem grande importância ecológica, podendo ser utilizados como bioindicadores da qualidade hídrica devido ao curto ciclo de vida e rápidas respostas ambientais, permitindo uma alta percepção nas alterações do meio, observadas em mudanças em sua dinâmica populacional, morfológica e composição taxonômica. No presente estudo analisamos as assembleias de microcrustáceos em uma lagoa marginal ao rio Paranapanema, submetida ao despejo direto de esgotos domésticos, proporcionando um ambiente compartimentalizado e eutrofizado. Foram mensuradas diversas variáveis limnológicas da água visando o melhor entendimento das relações dos organismos com o meio. Devido à pandemia de COVID-19 e ao baixo nível da água da lagoa causada por estiagem prolongada desde 2017, uma coleta de amostras apenas foi realizada no mês de setembro de 2019. Foram amostrados oito pontos dentro da lagoa, filtrando-se 180 litros por amostra, com o auxílio de uma rede cônica de zooplâncton de 68µm de abertura de malha. As amostras foram fixadas com formaldeído (4%) tamponado com tetraborato de cálcio e coradas com rosa de bengala em laboratório para a análise e identificação com bibliografia especializada, sob estereoscópios e microscópios. Foram mensuradas durante a coleta as variáveis físicas e químicas com uma sonda multiparâmetros Hanna (condutividade elétrica, turbidez, concentração de oxigênio dissolvido, temperatura, pH, sólidos totais dissolvidos e o potencial de oxirredução), também foram obtidas amostras de água para posterior análise dos nutrientes (fósforo total e nitrogênio total) e clorofila a. Foram encontrados 16 táxons de microcrustáceos, sendo 10 de cladóceros e 06 de copépodes. A espécie Daphnia gessneri apresentou a maior densidade (média de 34128 ind.m^-3) entre os cladóceros e Thermocyclops decipiens entre os copépodes adultos (média de 762 ind.m^-3). Ambas espécies puderam ser consideradas bioindicadoras do gradiente espacial de eutrofização, visto que D. gessneri foi mais abundante no ponto 8, próximo à conexão com o Rio Paranapanema e T. decipiens no ponto 1, próximo à fonte de poluentes e com presença de bancos de macrófitas. O maior valor de diversidade alfa foi observado no ponto 1 e 8, para os índices de diversidade de Simpson e de Shannon observou-se elevados valores no ponto 1. Também foi observada a presença de ovos de resistência e de ciclomorfose nas populações de D. gessneri, apontando para um ambiente instável e estressante para os organismos. Houve também alterações significativas nas variáveis físicas e químicas entre os pontos mais afastados do local do despejo de afluentes, como maiores valores de condutividade, turbidez e menores valores de transparência e concentração de oxigênio dissolvido no ponto 1, em relação aos demais pontos. Conclui-se que há um gradiente de eutrofização na lagoa a partir das espécies encontradas, dos índices calculados, das variáveis limnológicas, a alta presença de ovos de resistências e da ciclomorfose em cladóceros. O ambiente possui alta necessidade de monitoramento, de manejo e de trabalhos de educação ambiental para a população ao entorno, uma vez que as ações antrópicas detectadas afetam a qualidade da água em alguns locais da lagoa estudada.

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ID: 9096

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Como as espécies tendem a responder de maneira distinta às alterações de habitat, esse projeto pretendia avaliar a composição de espécies dos trechos de médio curso de dois riachos localizados na zona rural do município de Angatuba, com diferentes níveis de alteração de habitat. Para tanto seriam amostradas pelo menos duas das unidades fisionômicas que ocorrem nestes corpos d’água: corredeira, rio corrente e poção. As coletas deveriam ocorrer no período de menos chuvas visto que durante esse período as relações entre as comunidades de peixes e a estrutura de habitat são mais robustas e o efeito da variação temporal pode ser controlado Devido à pandemia do COVID-19 este projeto teve de sofrer alterações, não sendo possível realizar o trabalho de campo. Assim, uma revisão bibliográfica sobre o tema foi elaborada. Nesta revisão buscou-se apresentar informações acerca da ecologia dos riachos e das comunidades de peixes encontradas nesses ambientes. As principais referências que tratam da base conceitual da ecologia de riachos foram apresentadas, bem como trabalhos específicos, inclusive na região delimitada para o estudo. Ficou claro que a organização das comunidades de riachos se dá em função do gradiente (cabeceira-foz), bem como dos filtros ambientais que existem ao longo desse gradiente, e que o conhecimento da ictiofauna de um local é essencial para se elaborar estratégias de conservação e gestão de uma bacia hidrográfica.

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ID: 9442

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O surgimento da Revolução Verde em meados do século XX trouxe consigo a alta dependência de defensivos agrícolas a fim de manter uma produção em larga escala. No entanto, o uso exacerbado e errôneo dessas substâncias pode desequilibrar os ecossistemas terrestres e aquáticos, provocando impactos ambientais que comprometem a biodiversidade. Em ambientes aquáticos, o monitoramento da qualidade da água deve ser realizado com testes de avaliação das condições físico-químicas atrelados a ferramentas que acatam uma visão abrangente do habitat, como a utilização de biomarcadores histopatológicos. Sabendo disso, diversos autores analisam prioritariamente as brânquias e fígados de peixes como biomarcadores de contaminação ambiental, por serem órgãos vulneráveis que entram em contato direto com os contaminantes da água devido à maior exposição dos capilares sanguíneos a eles, e pela biotransformação de substâncias tóxicas, respectivamente. Assim sendo, o presente trabalho busca verificar a ação dos componentes de um fungicida amplamente utilizado no Brasil (FOX^®) em espécimes de Oreochromis niloticus através de análises histopatológicas de seus tecidos hepáticos e branquiais. Para isso, os peixes obtidos de piscicultores locais serão aclimatados em cinco caixas plásticas com 15 litros de água e 10 peixes em cada. Em seguida, os peixes serão expostos a diluições do defensivo agrícola em questão, sendo elas 2000x, 3000x, 4000x e 5000x em relação à concentração proposta pela bula, a quinta caixa será mantida somente com água limpa, como controle negativo. Os peixes foram anestesiados, e amostras dos arcos branquiais e fígado foram retiradas e fixadas para posterior processamento histológico e análise, mas, apesar disso, o processamento das amostras não foi iniciado a fim de seguir as recomendações de isolamento social do Ministério da Saúde, pois os laboratórios foram fechados. Não obstante, foi observado que 68% do número total de peixes não sobreviveram, mais precisamente, 82,5% dos peixes expostos ao fungicida. Além disso, alguns comportamentos foram observados durante a exposição, entre eles notou-se comportamentos agonísticos de mouth fight, chasing e nipping, natação com inclinação corporal, natações erráticas, espasmos musculares, batimentos operculares anormais, imobilidade, entre outros. Portanto, os resultados podem indicar efeitos tóxicos e subletais em relação ao fungicida FOX em O. niloticus, mas os experimentos devem ser conduzidos com menores concentrações do fungicida e outras formas de administração do mesmo, com a finalidade de diminuir a taxa de mortalidade dos peixes e possibilitar a avaliação de parâmetros histológicos.

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ID: 9526

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Atualmente no Brasil foram classificadas nove espécies de felídeos silvestres, as quais estão ameaçadas de extinção devido principalmente a perda e fragmentação de habitats. Sendo assim, há a necessidade de obter dados para apoiar estratégias de manejo e conservação desses animais, especialmente em regiões onde as informações são escassas. Contudo, o hábito elusivo desse grupo dificulta a coleta de dados e abordagens indiretas como de genética molecular e tricologia se tornam grandes aliadas. Nosso objetivo foi identificar as espécies de felídeos no Campus Lagoa do Sino (UFSCar), município de Buri, São Paulo, por meio do material genético extraído de fezes e da microestrutura dos pelos presente nessas amostras. Ao longo de um ano percorremos trilhas e estradas em busca de fezes; amplificamos uma região do mtDNA utilizando primers para um segmento curto de 146 pb  do gene CytB e também analisamos os padrões microestruturais da cutícula e medula dos pelos removidos das amostras. Coletamos 78 fezes e apenas 6,3% daquelas submetidas a análise molecular foram sequenciadas com sucesso, sendo Leopardus guttulus a espécie diagnosticada, enquanto que 93,6% das amostras foram identificadas por tricologia,  pela qual L. guttulus também foi diagnosticado, além de Leopardus pardalis e Puma yagouaroundi. Mais de 50% do material fecal coletado era antigo, inviabilizando a identificação pelo método molecular, sendo fezes recém depositadas com o mínimo grau de degradação ideais para essa abordagem, o que justifica o baixo êxito em nossa pesquisa, considerando sobretudo o clima subtropical úmido da região da área amostrada que intensifica ainda mais a degradação. Em contrapartida, a idade das amostras não foi um fator limitante para a tricologia zoológica, nem mesmo os processos de digestão dos pelos. Observamos um padrão medular (Trabecular anastomosado com margens fimbriadas) e quatro padrões cuticulares para os felídeos (Folidáceo estreito; Folidáceo intermediário; Ondeado e Losângica larga). Tais padrões quando combinados permitem o diagnóstico da espécie, contudo, podem ser muito semelhantes naquelas do mesmo gênero, ocasionando divergências na classificação de padrões microestruturais e consequentemente afetando a correta identificação do espécime em questão. Além disso, as publicações relacionadas aos estudos tricológicos de carnívoros neotropicais ainda são escassas e não possuem uma nomenclatura padronizada, adotando ainda diferentes critérios de comparação. Logo, o uso integrado não só de métodos moleculares, como também de dados de distribuição se torna decisivo para evitar identificações errôneas, portanto, as fezes são uma ótima forma de obter informações sobre os felídeos e outros animais de hábitos elusivos e secretos, sendo úteis no manejo e consequentemente em estratégias de conservação desses carnívoros frequentemente impactados pelas atividades antropogênicas.

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ID: 9518

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Os wetlands construídos (WC) são leitos artificiais cultivados com macrófitas, projetados para simular um ecossistema natural. Nestes, as plantas aquáticas são implantadas em substratos de material imóvel, no qual há uma proliferação de biofilmes onde diversas populações de microrganismos se instalam no substrato filtrante e nas raízes das plantas. Através das interações dos microrganismos e das plantas ocorrem diversos processos químicos, físicos e biológicos que tratam este efluente. O objetivo do projeto inicialmente consistia em analisar o efluente de um sistema de tratamento de esgoto responsável por tratar uma parcela da água residuária de um campus universitário, composto por tanques anaeróbios, seguido de wetland construído. Esse efluente seria caracterizado quanto às suas principais propriedades físico-químicas e biológicas. Após os resultados laboratoriais, o efluente seria enquadrado como apto ou não para seu reúso na irrigação em uma área de reflorestamento dentro do campus Lagoa do Sino, com base nas normas do CONAMA e leis estaduais. Por conta da pandemia da Covid-19, a pesquisa teve seu planejamento de execução alterado, já que as atividades em campo e  em laboratório tiveram que ser canceladas. A pesquisa sobre a capacidade de reúso do efluente pós-tratado com wetland construído em uma área de reflorestamento, teve que ser redirecionada para uma revisão bibliográfica acerca do mesmo tema. A revisão bibliográfica foi elaborada baseando-se em pesquisas prévias já realizadas e concluídas para que fosse possível comparar os diversos estudos dentro do tema abordado. Através do presente trabalho e da compilação dos dados de diversas pesquisas prévias sobre a aplicação de wetlands construídos, foi possível compreender o funcionamento e as características desse tipo de sistema. Além disso, pôde-se observar como esse sistema se mostra eficiente e promissor nos dias atuais.

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ID: 9287

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Atualmente a micodiversidade é estimada entre 2,2 e 5,1 milhões de espécies, entretanto, somente ao redor de 144 mil espécies são conhecidas. Os fungos são essenciais para a manutenção da maioria dos ecossistemas uma vez que estão entre os principais atores da ciclagem de nutrientes, contribuindo para a sucessão ecológica. Além disso, muitas espécies apresentam potencial biotecnológico. Os fungos poroides constituem um grupo polifilético, pertencente à Classe Agaricomycetes. Eles são caracterizados por apresentarem basidiomas ressupinados a estipitados, com himenóforo tubular e superfície himenial poroide. Apesar do Estado de São Paulo ser uma região relativamente bem estudada quanto à diversidade de fungos poroides, quando comparado a outros estados brasileiros, algumas regiões permanecem pouco estudadas. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo contribuir para o conhecimento da funga na microrregião de Itapetininga, sudoeste do Estado de São Paulo, bem como para o conhecimento dos fungos poroides. A área estudada está situada em uma região de transição entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado, conhecidos por conter altos índices de biodiversidade e endemismo. O campus Lagoa do Sino, onde foram realizadas a maioria das coletas, tem uma área de 643 ha onde são desenvolvidas atividades agrícolas, possuindo alguns remanescentes florestais e áreas de reflorestamento. Foram realizadas excursões a campo entre abril/2017 até março/2020, e os basidiomas foram coletados, secados, e identificados seguindo a metodologia tradicional do grupo estudado. Como resultado, foram coletados 130 espécimes, e foram identificadas até o momento 47 morfoespécies. Os táxons coletados com mais frequência foram: Fuscoporia cf. callimorpha (Lév.) Groposo et al. (12 espécimes), Earliella cf. scabrosa (Berk. & M.A. Curtis) Gilb. & Ryvarden (oito), Fuscoporia cf. gilva (Schwein.) T. Wagner & M. Fisch. (sete) e Fomitiporia cf. apiahyna (Speg.) Robledo et al. (quatro). Ainda, Coltricia cinnamomea (Jacq.) Murrill e Diplomitoporus cf. intermedius Baltazar & Ryvarden são novos registros para São Paulo, e Antrodiella cf. mollis Gibertoni & Ryvarden, Echinoporia aculeifera (Berk. & M.A. Curtis) Ryvarden, Fulvifomes cf. membranaceus (J.E. Wright & Blumenf.) Baltazar & Gibertoni, Ganoderma cf. elegantum Ryvarden, Ganoderma resinaceum Boud. e Neodictyopus atlanticae Palacio et al. são novos registros para a região Sudeste do Brasil. Em virtude do que foi mencionado, o presente trabalho representa a conclusão da primeira etapa do levantamento da funga poroide na região, sendo demonstrado que a mesma ainda não é bem conhecida, uma vez que o número de novas ocorrências foi considerável. Dessa forma, novas coletas e análises poderão ser realizadas, a fim de identificar o maior número de espécimes em nível específico, sempre que possível.

Apresentação

ID: 9102

Resumo

O bioma Mata Atlântica é considerado um dos mais biodiversos do Brasil, entretanto, nos últimos anos foi extremamente devastado devido às ações antrópicas. Um dos maiores problemas causados por essas ações é a perda e fragmentação de habitats que consequentemente levam à extinção de espécies. O gênero Leontophitecus abriga quatro espécies de primatas, entre elas está o mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) que se encontra restritamente distribuído em remanescentes de Mata Atlântica no estado de São Paulo. Além de ser um primata endêmico, a espécie utiliza de diversos micro-habitats para o seu forrageio e como a maioria dos primatas, é vocalmente ativa. O mico-leão-preto está ameaçado de extinção na categoria em perigo (EN) pela IUCN, principalmente pela fragmentação de seus habitats naturais. Com isso, a caracterização da população de micos-leão-preto em uma Área de Preservação Permanente simultaneamente com uma ação de educação ambiental se fez necessária, visto que a espécie é considerada um importante alvo para a conservação. O estudo foi conduzido em uma propriedade particular no sudoeste do Estado de São Paulo, no município de Buri-SP, de modo a caracterizar esta população quanto à distribuição espacial, composição etária e número de indivíduos. Para isso, foram realizadas visitas semanais durante dois meses nos pontos de amostragem através de trilhas pré-existentes, utilizando a metodologia adaptada do playback. Ao avistar os animais, os pontos eram marcados no GPS e posteriormente plotados em um mapa. Além disso, foram realizadas palestras em uma escola de ensino fundamental do município a fim de conscientizar a população local e estimular pesquisas científicas na região. Foram registrados três grupos de mico-leão-preto, em cinco pontos diferentes. A constituição desses grupos foi: grupo G1 composto por quatro indivíduos, sendo 2 adultos e 2 infantes carregados pelos pais; grupo G2 composto por 9 indivíduos, divididos em 5 adultos, 2 subadultos e 2 infantes; e grupo G3, composto por 8 indivíduos, sendo 7 adultos e 1 infante. Foram encontrados grupos em três dos oito pontos de coletas pré-definidos, no entanto, houveram registros em dois pontos inesperados e quatro dos oito pontos não tiveram registros dos animais. Dessa forma, foi possível perceber a variedade de micro-habitats utilizados pela espécie, e ao comparar com a literatura, o número de indivíduos e a composição dos grupos estão dentro dos padrões descritos para o gênero. A metodologia do playback se mostrou eficiente no estudo. Com relação ao trabalho de educação ambiental, os estudantes mostraram muito interesse no assunto, interagindo de diversas formas. Destaca-se, portanto, a importância deste estudo para as comunidades científica e local: a quantificação e caracterização dos grupos de mico-leão-preto são informações essenciais para auxiliar em outras pesquisas e novos planos para a conservação da espécie.

Apresentação

ID: 9447

Resumo

A necessidade de produção de alimentos para uma população mundial crescente levou à expansão de atividades agrícolas ao redor do mundo. Com isso, diversas empresas produtoras de defensivos agrícolas têm buscado a elaboração de novos compostos para auxiliar nos métodos de cultivo de forma a controlar pragas que atingem os vegetais de interesse comercial. O presente estudo teve como objetivo a análise mutagênica dos eritrócitos de indivíduos do gênero Astyanax, para investigar possíveis alterações causadas por exposição indireta à defensivos agrícolas utilizados em uma fazenda altamente produtiva de grãos. Foram coletados 7 peixes do gênero Astyanax em uma das lagoas, situada numa fazenda altamente produtiva, durante o mês de agosto de 2019. A coleta foi realizada com auxílio de armadilha para peixes do tipo covo. Em seguida, os peixes foram armazenados em caixas de plástico e água da própria lagoa. Em laboratório, foi feito uso de seringa heparinizada para retirada de amostra sanguínea dos indivíduos, confeccionando 2 lâminas de esfregaço sanguíneo para cada peixe (14 lâminas). Após a secagem, as lâminas foram coradas com corante rápido do tipo Panótico e observadas sob microscópio de luz, com aumento de 1000x. Entretanto, por conta da seca que atingiu a região e o uso da água destas lagoas para a irrigação das plantações, não foi possível dar continuidade às coletas nem à pesquisa, por insuficiência de amostras, deixando assim sem dados para resultados consistentes. Apesar do infortúnio, as técnicas utilizadas para confecção e análises de lâminas de esfregaço sanguíneo geraram grande aprendizado prático em laboratório, contribuindo para meu crescimento profissional. O projeto foi suspenso e posteriormente teve sua metodologia e bioindicadores alterados, para que assim um novo projeto pudesse ser elaborado.

Apresentação

ID: 9052

Resumo

Os defensivos agrícolas são muito usados na atualidade, principalmente com a demanda por alimento aumentando e, com isso, aumenta também as áreas de cultivo. Porém, existem evidências que muitos defensivos causam danos à saúde humana e ao meio ambiente; entre esses pesticidas está o FOX^®, um fungicida composto por trifloxistrobina e protioconazol. Neste trabalho, foi utilizando o peixe Oreochromis niloticus como bioindicador para avaliar se a combinação trifloxistrobina+protioconazol causa efeitos mutagênicos em suas células sanguíneas por meio do teste do micronúcleo e outras anomalias nucleares. O produto se mostrou altamente tóxico de forma aguda na maior parte das diluições testadas e em todos foram registradas mudanças comportamentais; em apenas um tanque indivíduos suficientes permaneceram vivos para a análise do sangue e comparação estatística utilizando o Teste de Kruskall-Wallis. O fungicida não foi considerado genotóxico, porém, considerando sua alta toxicidade, serão necessários mais estudos para investigar melhor os efeitos do FOX^® a nível celular e metabólico em O. niloticus.

Apresentação

ID: 9532

Resumo

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU),, conhecidos popularmente como lixo urbano, são materiais resultantes da atividade doméstica e comercial da população, que podem, quando descartados incorretamente, alcançar cursos d’água. As ecobarreiras são tidas como barreiras constituídas por materiais recicláveis, como o polietileno tereftalato (PET), que podem barrar resíduos sólidos e/ou flutuantes presentes indevidamente na água. O intuito do projeto foi instalar ecobarreiras ao longo de dois corpos d’água no município de Angatuba, São Paulo, a fim de captar resíduos sólidos flutuantes. Três pontos de coleta foram determinados para instalação das ecobarreiras, sendo: P1 - Ponte dos Mineiros, P2 - Córrego próximo à fábrica e P3 - Ponte dos Diogos. Para cada estrutura, foram utilizadas cerca de 150 garrafas PET; seis fios de arame, sendo dois para cada suporte; três cordas, uma para cada base, como apoio para a melhor flutuabilidade da barreira em épocas de cheia e redes de pesca para envolver toda a estrutura. Estas estruturas foram confeccionadas em dezembro de 2019. A fim de se fixar as barreiras nas margens dos cursos d’água, foram utilizadas duas barras de ferro para cada estrutura, uma de cada lado.  A corda foi amarrada em uma das pontas da barreira e em uma árvore, de modo a evitar o deslocamento da estrutura por ação da correnteza. Foram realizadas quatro coletas: 23 de dezembro de 2019,  10 de janeiro, 15 de fevereiro e 1º de março de 2020. Os resíduos coletados foram classificados de acordo com a norma ABNT 10.004/2004. Foi observado um menor número de resíduos no ponto P1, e a maior quantidade no ponto P2. O mês de dezembro demonstrou o maior acúmulo em comparação aos demais meses, totalizando 37 kg (sendo 9,6 kg no ponto P1, 15,3 kg no ponto P2 e 12,1 kg no ponto P3. O mês de janeiro contou com 20,8 kg  (sendo 3,9 kg no ponto P1, 9,1 kg no ponto P2 e 7,8 kg no ponto P3, o mês de fevereiro com 13,7 kg (sendo 1,9 kg no ponto P1, 7,6 kg no ponto P2 e 4,2 kg no ponto P3) e o mês de marco com 18,4 kg (sendo 3,7 kg no ponto P1, 8,4 kg no ponto P2 e 6,3 kg no ponto P3). O total de RSUs foi de 89,9 kg.A presença de RSUs se dá, principalmente, pelos hábitos da população. Assim, há necessidade de ações ambientais, sobretudo da educação ambiental, incluindo a fiscalização e cumprimento da legislação por parte dos governos locais. A quantidade de resíduos retidos nas ecobarreiras em um curto período de tempo, demonstram anecessidade de se reavaliar as ações de coleta e destinação correta do lixo no município de Angatuba.

Apresentação