Departamento de Ciências Ambientais
ID: 8756
Resumo
Introdução
O saneamento básico é um importante sistema, contendo 4 vertentes para atendimento às necessidades básicas das pessoas: coleta, tratamento e distribuição de água; coleta, tratamento e disposição de esgoto; manejo e drenagem de águas pluviais; e coleta, tratamento e destinação ambientalmente adequada de resíduos sólidos.
Sendo este sistema essencial para a qualidade de vida, é preciso que as pessoas conheçam e compreendam seu funcionamento e sua participação neste.
Objetivo
Contribuir para a análise da interação e percepção do ser humano com o tema saneamento básico, buscando promover subsídios para comunicação e sensibilização ambientais assertivas.
Metodologia
A presente pesquisa foi realizada, principalmente, por meio de levantamento bibliográfico e da pesquisa qualitativa exploratória, utilizando o método de saturação teórica para cumprimento amostral, abordando estudo de caso em trabalho de campo, por meio de entrevistas individuais a residentes e/ou comerciárias/os próximas/os aos principais córregos da cidade de São Carlos – SP: Gregório, Tijuco Preto e Monjolinho.
Resultados
Obteve-se 15 entrevistas para cada córrego, totalizando assim 45 relatos. As informações obtidas elucidam a falta de comunicação assertiva sobre saneamento básico. Observou-se que, apesar da maioria das/os respondentes assumir que sabe o que é o sistema, nenhuma pessoa associou as quatro vertentes concomitantemente.
Cinco respondentes associaram as duas categorias em suas respostas.
A grande parte (25) das/os respondentes conhece parcialmente o sistema, associando sua resposta principalmente ao fornecimento da água e tratamento de esgoto, sendo as águas pluviais esquecidas por todas/os entrevistadas/os. Apesar disso, há um reconhecimento dos benefícios do sistema (11), como prevenção de doenças e conservação do meio ambiente, estes comportamentos eram esperados e foram discutidos no trabalho completo.
A segunda principal pergunta buscou verificar o interesse das pessoas em receber informações sobre o saneamento básico.
Quase todas/os as/os respondentes, 42 de 45, demonstraram interesse em receber informações sobre o sistema, o que comprova que há muito espaço para trabalhos que podem ser feitos para informação e comunicação da população a respeito do tema.
Conclusões
As pessoas afirmam saber o que é saneamento básico, porém, ao aprofundar-se as questões acerca do tema, verificou-se que faltam conexões e relações de causa e efeito: meio ambiente e atividade humana, de onde vem e para onde vai (água e esgoto, resíduos sólidos e águas pluviais, por exemplo), dentre outras. Relações estas as quais esclarecem a ação individual e coletiva para com a natureza, o meio de vida, de cada uma/m e de todas/os.
Portanto é essencial reconhecer estas lacunas no conhecimento e percepção da população, para possibilitar o entendimento e acesso à discussão e reflexão destes temas.
Constatou-se que grande parte das/os participantes estão dispostas/os a receber informações sobre o saneamento básico, de forma a reconhecer a necessidade de se conhecer (e entender) mais sobre o assunto, e até mesmo de agir corretamente em prol do meio ambiente e da qualidade de vida.
Apresentação
ID: 8942
Resumo
Introdução
Segundo a Política Nacional de Recursos Hídricos (BRASIL, 1997), a água é tanto um bem de domínio público quanto um recurso natural limitado, dotado de valor econômico. Na produção animal não há um quadro de ferramentas e métodos facilmente disponíveis para medir a dessedentação de água em bebedouros de bovídeos à pasto. Alguns aspectos desse problema foram explorados no trabalho de Camargo (2019), com a geração de resultados satisfatórios e desenvolvimento de tecnologia de baixo custo.
Esses quadros, ou “frameworks”, são costumeiramente desenvolvidos à múltiplas mãos e conseguem se adequar ao desenvolvimento de produtos e soluções que contenham suas próprias especificidades. O desenvolvimento de módulos de aferição, salvamento e compartilhamento de dados pode ajudar a resolver problemas não só do contexto agropecuário, mas também de outras áreas do conhecimento.
Objetivos
- Desenvolver o sistema de aferição e salvamento de dados para o sensor de pressão MPX.
- Aplicar o módulo de comunicação bluetooth para o sensor MPX, a partir do módulo HC-05.
Materiais e métodos
Utilização da plataforma Arduino, com as seguintes vantagens: baixo custo; é utilizada por diversos trabalhos em diversas áreas do conhecimento; o desenvolvimento do código computacional é livre e gratuito; possui comunidade ativa na rede de computadores com possibilidade de intercâmbio de informações e experiências.
Os ensaios foram realizados com os circuitos conectados em placas de prototipagem. Os testes de pressão foram realizados a partir de um manômetro diferencial com coluna de água.
Resultados
Com o auxílio de planilha eletrônica foi realizada a regressão logarítmica dos pontos experimentais que resultou na função f(x)=1160.5*ln(x) + 2231.3, com x sendo a altura da coluna d’água aferida, com unidade em centímetros (cm), variando entre 0 e 40 cm; e f(x) ou y a unidade de leitura do sensor utilizado, que é um adimensional, e por sua vez possui a faixa de 0 a 1024 unidades. O coeficiente estatístico de determinação (R²) encontrado foi de 0.9058, o que indica que a curva representa a coluna d´água com uma precisão satisfatória. Todavia, esse valor pode ser considerado baixo para algumas aplicações de precisão, sendo que o erro encontrado, que foi da ordem de 10%, pode ter sido causado por erros na medição da coluna, quantidade baixa de pontos testados ou pela própria característica do sensor.
O principal resultado desse trabalho foi a construção de uma “interface-base” para prototipagem de sensores reais, que poderão ser utilizados em campo e subsidiar a aferição da pegada hídrica na produção animal. Foi construído um conjunto de código capaz de se comunicar com um sensor, salvar os dados da aferição realizadas pelo sensor em um cartão SD (em formato .csv) e compartilhar esses dados por bluetooth.
Conclusões
A criação de interfaces de salvamento e compartilhamento é uma tarefa comum no desenvolvimento de produtos e protótipos. Além disso, a tarefa de calibração de sensores também se repete em diversas aplicações técnico-científicas. Sendo os resultados desse trabalho úteis e públicos, certamente poderão subsidiar o desenvolvimento de outras plataformas, que atendam à problemas específicos.
Apresentação
ID: 8941
Resumo
Introdução
A água é legalmente um recurso de direito a todos e situações de escassez tem prioridade o consumo humano e a dessedentação animal (Lei federal nº 9433/1997). Deste modo, frente a escassez ou não, o uso racional se faz imprescindível. O fomento de bancos de dados que conectam a demanda de uma dada atividade à sua contextualização dentro da bacia hidrográfica se torna uma ferramenta para a administração dos bens naturais hídricos, auxiliando aos tomadores de decisão. Neste sentido, contabilizar o consumo hídrico é importante para subsidiar a gestão, como exemplos, da produção animal e da pegada hídrica. No caso específico da produção animal, encontram-se problemas ao tentar mensurar o consumo individual do gado, pois os sistemas de medição não estão aptos a aferir as baixas vazões correspondentes a este consumo. Além disso, os instrumentos de aferição mais precisos para baixas vazões são de custo elevado.
Objetivos
Desenvolver 2 (dois) modelos de sistemas de medição de consumo de água para a dessedentação animal, com custo relativamente baixo e precisão hidrométrica aceitável.
Materiais e métodos
O modelo 1 é composto por um sistema de medição por hidrômetro. Materiais utilizados: hidrômetro; chave-bóia elétrica e válvula solenóide.
O modelo 2 é possui sensor a laser para aferir a variação do nível de água em vaso comunicante ao bebedouro, além de ser possível acoplar dispositivo armazenador de dados.
Os ensaios foram aferidos pelo método volumétrico com instrumentos de precisão e os resultados foram conferidos a partir de padrões estabelecidos nas portarias normativas do INMETRO.
Resultados
Notou-se para os dois modelos padrões de erros menores que os estabelecidos nas portarias do INMETRO. Para o modelo 1 é preciso verificar o nível de água máximo e mínimo ocasionado pela boia elétrica, para não inviabilizar o consumo hídrico animal para dessedentação. Com o sensor a laser do modelo 2 é possível aferir variação de nível quase de forma instantânea, e o mesmo acusou melhor leitura utilizando na superfície líquida do vaso comunicante anteparo físico flutuante de isopor. O erro em percentual, para os ensaios com vazões cada vez menores, apontou fração menor do que quando comparado com os instrumentos de aferição comerciais para medição das respectivas vazões.
Conclusões
Ambos modelos tem custos relativamente baixos, comparados com os instrumentos convencionais para mensurar baixas vazões. O modelo 1, comparado ao modelo 2, é de instalação e operação mais simples, possui maior robustez, porém a sensibilidade de aferição é menor. O modelo 2 é passível de automatização na coleta dos dados, com possibilidade de armazenamento dos dados para tratamento posterior, possui elevada sensibilidade de aferição do consumo hídrico animal, porém possui um custo relativamente maior, quando comparado com o modelo 1, e demanda curva de calibração dos bebedouros. Os modelos 1 e 2 podem ser utilizados conjuntamente, com intuito de o usuário fazer verificações periódicas entre os resultados produzidos por ambos, e também para verificar qual dos modelos oferece maior afinidade de operação e é mais apropriado para as condições do local.
Apresentação
ID: 9406
Resumo
Segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, as unidades de conservação devem assegurar a proteção de recursos naturais e a diversidade biológica dos ecossistemas situados em domínios brasileiros. Dentro dos dois grupos que compõem o sistema, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) integram o das unidades de uso sustentável.
Os objetivos básicos dessas unidades são disciplinar o processo de ocupação das terras e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, além de proteger a diversidade biológica,. Assim, o monitoramento dessas unidades pode auxiliar a promover maior conservação ambiental.
O uso de tecnologias de Sistemas de Informações Geográficas possibilita monitorar algumas variáveis que servem como indicadores de conservação, como por exemplo eventos recorrentes de queimadas. Apesar do fogo ser um fator importante para a manutenção de ecossistemas como o cerrado, removendo biomassa em excesso (SILVA et. al., 2011), em alguns casos pode se tornar um fator de estresse para o ambiente, bem como para a flora e fauna a ele associadas.
O presente trabalho utilizou focos de calor do Banco de Dados de Queimadas (2020), em conjunto com dados de uso e ocupação da terra do Projeto Map Biomas (2020), tendo como objetivo quantificar a ocorrência de queimadas nos diferentes usos e coberturas das terras das APAs Corumbataí e Piracicaba, no período de 2007 a 2017.
A Lei 11.241 de 2002, que propõe a redução gradativa do uso de queimadas no plantio de cana-de-açúcar, foi utilizada como parâmetro de comparação para evidenciar as diferenças no período estudado.
Foram encontrados 51,12% dos focos antes de 2010, que correspondem, em média, a 71,25 focos anuais. Após esse ano houve redução gradativa dos focos de queimadas e a porcentagem cai para 37,67%, correspondendo em média a 52,5 focos anuais. É importante lembrar que em 2010 foi instituído o Sistema Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, popularmente conhecido como operação Corta Fogo.
A Pastagem foi a classe que mais apresentou focos de incêndios (29,84%), mas, devido a semelhança espectral da pastagem com o cerrado (BRANNSTROM; FILIPPI, 2008), esses focos poderiam ser atribuídos à Formação Savânica. Em segundo lugar encontramos a classe de cultura semi-perene, com 27,15% dos focos, seguido por 23,61% nas classes voltadas à vegetação (Formação Campestre, Savânica e Florestal).
Nesse período houve conversão de classes de uso e cobertura da terra e terras usadas para pastagem passaram a ser usadas para o plantio de culturas anuais e semiperenes, especialmente à cana-de-açúcar.
Fragmentos de vegetação com área superior a 1000 hectares foram identificados nas áreas de declividade superior a 12%, representando 10% da área de estudo.
Apresentação
ID: 9050
Resumo
Introdução
A conversão de ecossistemas florestais em campos agropastoris frequentemente resulta em degradação do solo, com perda de nutrientes e processos erosivos, cuja recuperação baseia-se principalmente na reintrodução de espécies-chave arbóreas e arbustivas em estágios de plântulas ou plantas jovem. O desenvolvimento das plântulas reintroduzidas pode ser condicionado pela disponibilidade de nutrientes no solo, influenciando de forma direta a velocidade de crescimento, arquitetura, sobrevivência e mortalidade. Diversos estudos apresentaram resultados positivos em relação à adubação do solo, seja ela mineral ou orgânica, mas poucos compararam seus efeitos em diferentes espécies arbóreas.
Objetivo
O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da adição de adubo mineral NPK e de matéria orgânica no desenvolvimento de duas espécies arbóreas nativas, Amendoim-bravo,Pterogyne nitens Tul. e Canafístula, Peltophorum dubium (Spreng) Taub. Buscou-se saber se o crescimento das espécies é limitado pela disponibilidade de nutrientes e se existe diferença entre o efeito da adubação mineral e orgânica.
Metodologia
O experimento foi conduzido no viveiro do departamento de Ciências Ambientais da UFSCar e as sementes das duas espécies foram adquiridas em viveiros da região, as quais passaram por um processo pré-germinativo. Após, as mudas foram dispostas em vasos plásticos de 30 cm de largura por 25 cm de altura, com capacidade de 14 litros e tiveram seu crescimento (altura e diâmetro) acompanhado mensalmente de fevereiro a agosto de 2020. Os tratamentos de solo utilizados correspondem a: solo sem adubação (controle), solo com adubação mineral e solo com adubação orgânica, com 10 réplicas de cada espécie em cada um. O solo de cada tratamento foi coletado e enviado para análise após três meses do início do experimento. Os dados coletados foram avaliados por meio da Análise de Variância de Medidas Repetidas para as duas espécies. Avaliamos as diferenças entre os tratamentos em cada intervalo de tempo através do teste de Tukey.
Resultados
As propriedades químicas do solo variaram entre os tratamentos após três meses. Maiores níveis de Nitrogênio, Potássio, CTC E V% foram encontrados no tratamento com adubação orgânica, devido ao constante processo de decomposição da matéria orgânica. Essas características propiciaram melhor desempenho das duas espécies em relação aos demais tratamentos utilizados. As taxas de crescimento se mantiveram baixas no tratamento controle. O menor desempenho de crescimento de Pterogyne nitens no tratamento controle sem adubação sugere uma baixa tolerância a ambientes degradados. O tratamento orgânico não se diferenciou dos resultados de crescimento gerados pelo tratamento de adubação química no primeiro mês para a Canafístula.
Conclusão
Este estudo mostrou que a adição de matéria orgânica no solo exerceu um efeito mais intenso no crescimento das plantas, quando comparado com a adubação química devido ao fato de que as quantidades de N, P e K, outros macronutrientes, CTC e V% serem mais altas neste tratamento. Os resultados sugerem que a perda da matéria orgânica de solos que sofreram a supressão da vegetação nativa, deve ser uma das principais barreiras à regeneração natural e causas do baixo desempenho de mudas de espécies nativas em áreas degradadas.
Apresentação