Departamento de Terapia Ocupacional
ID: 9346
Resumo
Introdução: A identidade profissional mostra-se ainda não totalmente resolvida na Terapia Ocupacional, com uma série de elementos que influenciaram esse processo. Existe uma expectativa por parte dos terapeutas ocupacionais de uma identidade única, entretanto, é apontado que a apropriação de sua própria multiplicidade pode ser o caminho para a consolidação e expansão da profissão, desde que exista um fundamento em comum. Para compreender a identidade e as particularidades do contexto nacional, é preciso considerar a temática durante a formação graduada, e os elementos que compõem seu desenvolvimento e aproximam a categoria profissional. Objetivo: Compreender as definições acerca da identidade profissional apresentadas pelos terapeutas ocupacionais em publicações da área e as percepções dos estudantes de terapia ocupacional. Métodos: A pesquisa foi realizada em duas fases. 1- Revisão narrativa de literatura, utilizando os termos “terapia ocupacional” e “identidade profissional” no Portal da CAPES, em que foram selecionados 16 trabalhos, tabulados no Excel, e 2- Produzido e aplicado um questionário pelo formulário Google® com 177 estudantes de Terapia Ocupacional de instituições brasileiras. Os resultados foram analisados utilizando as ferramentas Excel e Word Clouds. Resultados e Discussão: Estado da arte: A formação da identidade profissional foi abordada como dinâmica e uma combinação de fatores, que se inicia antes do curso. São importantes as práticas, os modelos teóricos e a socialização profissional, existindo a identificação com docentes e tutores. Campos com maior autonomia foram considerados positivos e permitem identidades e práticas próprias. São apontadas relações entre o contato com conteúdos aprofundados da profissão e uma identidade mais consciente. Aplicações do Professional Identity Questionnaire (PIQ) ligavam a identidade frágil ao esgotamento e indicava outros fatores como mais influentes que a especificidade profissional. O uso de técnicas de outras profissões foi sugerido como uma expansão da profissão. Existe o desejo por uma identidade única, voltando o foco na atividade ou ocupação. Em contraponto, a complexidade é apontada como uma vantagem frente aos novos desafios. Mapeamento com os estudantes: Participaram estudantes de 23 instituições diferentes, com concentração na região sudeste. As respostas relacionavam-se principalmente com as grandes áreas da Saúde, Educação e Social, e campos mais específicos. Os públicos alvos foram, na maioria, pessoas com alterações psíquicas, físicas e sociais. Para definir e explicar a profissão identificou-se o foco nas metodologias e objetivos da prática. Os termos mais escolhidos como fundamentais para definir a Terapia Ocupacional foram a ocupação, autonomia e cotidiano. Costumam responder sobre a profissão usando características do trabalho, campos e áreas de atuação e demandas do público atendidos, além de inserirem exemplos de atuação. Também se identificou a utilização das qualidades e posturas profissionais, como a humanização, para definição da profissão e inspiração dos estudantes. Conclusão: Existem poucos estudos sobre a identidade da profissão através da formação. Entretanto, o destaque para as metodologias e objetivos, como para a autonomia, já foi observado na literatura. As aulas aparecem como importantes para a formação da identidade e a identificação também foi ligada com posturas e crenças profissionais, que se relacionam com a história da Terapia Ocupacional brasileira.
Apresentação
ID: 9397
Resumo
A literatura aponta que o uso de substâncias psicoativas é socialmente condenado, o paradigma proibicionista gera a exclusão social de indivíduos e a ação punitivista a todos que estejam envolvidos na cadeia de produção, venda e consumo. No Brasil, o cuidado em saúde a pessoas que usam drogas ocorre por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), colocando o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS ad) em um papel central na atenção proporcionada a esta população. A Terapia Ocupacional é uma profissão que direciona suas ações ao cotidiano das pessoas, promovendo inserção social e autonomia por meio de atividades significativas. O conceito de cotidiano, possibilita articular o particular e o coletivo, ou seja, como se constitui a vida de um sujeito numa sociedade. As políticas públicas, principalmente as que sustentam o cuidado à população em uso problemático de álcool e outras drogas, podem representar uma visão macro do cotidiano, já que as ideologias instauradas na sociedade e o sistema de saúde influenciam as formas dos sujeitos viverem. O estudo do cotidiano, na terapia ocupacional, de certa forma constitui-se num experimento de atualização terminológica, sendo incorporado para descrever as várias dimensões que compõem a vida e que estão relacionadas à participação nas relações sociais inseridas em um determinado contexto e momento histórico. O objetivo desta pesquisa foi investigar a atuação de terapeutas ocupacionais em CAPS ad com pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas focalizando o cotidiano. Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa que utilizou questionário semiestruturado online para a coleta de dados. Participaram do estudo 12 terapeutas ocupacionais atuantes em CAPS ad no estado de São Paulo. Os dados provenientes das questões fechadas foram analisados descritivamente, enquanto aqueles oriundos das questões abertas foram submetidos à análise temática. Os resultados da pesquisa evidenciaram que todos os profissionais participantes se utilizam do conceito de cotidiano na prática profissional. As ações dos terapeutas ocupacionais voltadas ao cotidiano das pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas relacionam o cotidiano a este uso, a forma como ele se dá nos diferentes espaços do território físico e subjetivo, a exclusão social, a solitude e os prazeres experienciados. Os resultados corroboram os achados da literatura da área ao explicitar que os terapeutas ocupacionais compreendem que o cuidado a esta população necessita identificar as alterações do cotidiano, ou seja, as atividades que não são mais realizadas, ou que poderiam passar por ressignificações e, por meio da intervenção no cotidiano, o profissional pode compreender as transformações ocorridas com a pessoa, e os novos caminhos para construção de subjetividade, dando continuidade a sua vida cotidiana, e consequentemente, a sua história de vida.
Apresentação
ID: 8854
Resumo
INTRODUÇÃO: De acordo com a literatura, o advento da internet e das redes sociais têm, cada vez mais, atravessado os cotidianos dos indivíduos de forma geral, especialmente de adolescentes e, embora já aponte indicativos da existência de uma relação entre a modernidade tecnológica e seus frutos e o desenvolvimento psicossocial do adolescente, estudos que aprofundem nessa temática são incipientes. OBJETIVO: O objetivo da presente revisão foi identificar e analisar, estudos e relatos publicados em periódicos nacionais e internacionais que relacionam a saúde mental de adolescentes e o uso da internet. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, do tipo scopingreview. Para a proposta, foi realizada uma busca ativa nas bases Scopus, Web Of Science e a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), a partir dos descritores, em inglês: adolesc*, teenage*, young* social networks, internet, online, mental health e mental suffering, com critérios de inclusão e exclusão específicos que selecionaram trinta e quatro artigos, publicados entre 2009 e 2020, para a amostra final. RESULTADOS: Após a análise dos estudos encontrados, constatou-se que pouco foi produzido em território nacional, com uma concentração de publicações entre os anos de 2015 e 2016, mas com fortes indicativos de uma intensificação com o passar do tempo; as produções também sinalizam que se trata de uma temática de interesse interdisciplinar que está em ascensão em nível mundial. Para uma melhor discussão, a partir da análise dos objetivos, foram identificadas três categorias temáticas: 1) Uso prejudicial e indiscriminado das redes sociais; 2) A violência no ambiente virtual - Cyberbullying e Vandalismo Cybernético e 3) A internet como um meio de exposição do sofrimento psíquico. A partir dos resultados, em geral, foi possível verificar que o público adolescente se tornou o alvo central do alcance do mundo virtual e que isso tem gerado um impacto direto em seu cotidiano, comportamento e relações, podendo suscitar ou agravar problemas psicológicos e emocionais. Observou-se que o gênero feminino parece ser mais suscetível ao uso prejudicial das redes sociais e que, por outro lado, o meio virtual, por ser um potente vinculo influenciador, pode colaborar para o desenvolvimento de estratégias de intervenção precoce e promoção à saúde mental. CONCLUSÕES: O presente trabalho de revisão identificou estudos que sinalizam o claro aumento da circulação de adolescentes pelo território virtual, o que tem crescido e gerado consequências para a saúde mental dessa população. As produções aqui estudadas identificam uma relação direta e proporcional entre o abuso das novas tecnologias e o sofrimento psíquico, social, estético e emocional dos adolescentes. No entanto, mais estudos são necessários considerando outros contextos socioeconômicos e culturais, no sentido de ampliar a compreensão sobre esta realidade, que é dinâmica e contribuir para o desenvolvimento de estratégias de proteção à saúde mental de adolescentes.
Apresentação
ID: 9034
Resumo
Introdução: Na sociedade atual, muitas pessoas assistem filmes e para quem possui exposição limitada às pessoas com deficiência, esta constitui uma fonte de informação sobre essa temática. Assim, as imagens - que são uma maneira rápida de comunicação - transmitem a cultura e suas representações sociais pelos filmes e cartazes de divulgação. O cartaz pode ser entendido como uma extensão dos filmes, presente no cenário urbano e tem como objetivo divulgar uma produção cinematográfica utilizando um texto imagético. Nossas concepções sobre a sociedade são formadas por meio das imagens, que servem como “tradutoras” de uma interpretação desprovida ou não de intencionalidade, mas que pode carregar impressões e até preconceitos de quem idealizou a comunicação visual. Assim torna-se necessária a reflexão a respeito dos cartazes de divulgação dos filmes cinematográficos que abordam a temática disfunção física. Objetivo: Analisar nos cartazes de filmes a representação das pessoas com deficiência física. Método: O presente trabalho consiste em uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, em que ocorreu a identificação e seleção de 15 obras fílmicas em consultas na rede, utilizando os termos “filmes personagens com deficiência física”, “deficiência física no cinema" e "deficiência no cinema” em portais online Filmow e IMDb. Realizou-se análise e elaboração de banco de dados com as fichas técnicas das 15 obras cinematográficas e seus cartazes originais e os veiculados no Brasil, referentes aos anos de 1980 até os dias atuais, de diversas nacionalidades. Fundamenta-se teoricamente sobre o modelo social da deficiência, capacitismo, estigma, representação, cinema e cartazes cinematográficos. Ocorreu a elaboração e divulgação de um formulário online e interativo na plataforma Google, contendo uma única pergunta disparadora que convidava a sociedade civil, a responder e autorizar a divulgação de respostas sobre o caráter dos textos imagéticos dos cartazes, visando identificar se os mesmos se referiam aos personagens com deficiência física. Resultados: O gênero drama é observado nos 15 filmes que compõem o estudo, tal gênero cinematográfico está presente em grande parcela das produções fílmicas com a temática, ao retratar a trajetória de pessoas com disfunção física em corporatura fatalista e dramática, mesmo que a linguagem cinematográfica instigue valores positivos, nota-se que o capacitismo é presente em longas que exploram a disfunção física, ao definir e resumir pessoas com deficiência a suas condições corpóreas. Observou-se após o levantamento e análise dos dados, a presença de tecnologia assistiva em alguns cartazes cinematográficos, porém, não há menção da disfunção física nos textos imagéticos da maioria das obras fílmicas. Sendo o mesmo constatado a partir das respostas do formulário eletrônico, em que 94,7% das pessoas afirmaram que não é possível identificar a questão da deficiência física, evidenciando a presença de barreira atitudinal e social. Conclusão: Constatou-se a presença do capacitismo nas obras fílmicas e seus cartazes, assim a representatividade e a participação da pessoa com deficiência em produções cinematográficas e em equipes técnicas das produções, pode ser o início de um caminho para viabilizar e corroborar para uma sociedade mais inclusiva e anticapaticista.
Apresentação
ID: 9007
Resumo
Introdução: Diversos estudos afirmam que melhores níveis de Felicidade estão associados à melhor saúde, maior longevidade e maior bem estar. Assim, se torna importante que as sociedades busquem por estratégias que promovam o Envelhecimento Saudável, com melhores níveis de satisfação com a vida. A Felicidade entendida como uma expressão da subjetividade de cada pessoa pode ser mensurada pelo constructo de Bem-Estar Subjetivo (BES), o qual considera as dimensões cognitiva e afetiva das pessoas. A realização de atividades por pessoas idosas está associada a melhores estados de BES (VEENHOVEN, 2008; VALENTE-SANTOS, 2018). Assim, a criação de programas de atividades que promovam a Felicidade de pessoas idosas se torna necessária. Objetivo: 1) identificar e caracterizar a produção de artigos a respeito de programas intencionais de atividades para promoção da Felicidade, entendida como BES, de idosos, bem como, 2) apresentar uma proposta de programa de atividades intencionais para felicidade a ser desenvolvida em contexto brasileiro. Metodologia: Trata-se de estudo com abordagem mista, composto de duas etapas a) realização de uma Revisão Integrativa da Literatura a respeito do desenvolvimento de programas intencionais para a promoção da Felicidade de pessoas idosas; e b) elaboração de uma proposta de um programa de intervenção para idosos com a finalidade de melhorar os níveis de Felicidade dos mesmos. A coleta dos dados foi realizada no mês de Agosto de 2019, nas bases de dados LILACS, CINAHL, SCIELO e PsycINFO, com artigos publicados no período de 2009 a 2019 nos idiomas inglês e português. Os descritores utilizados foram: “happiness”, “human activities”, “well-being”, “life satisfaction”, “activities for elderly” e “activities program” e, tiveram suas combinações na língua portuguesa também. A elaboração da proposta de intervenção foi realizada a partir da análise mais apurada dos resultados da primeira etapa deste estudo. Resultados: Referente à primeira etapa do estudo, foram obtidos 209 artigos. Aplicados os critérios de inclusão e exclusão, três artigos, nos idiomas inglês e espanhol, compõem a amostra final para análise da primeira etapa deste estudo, dois relatam experiências grupais com frequência semanal, com aproximadamente 11 encontros de até duas horas cada, e um sugestões de atividades individualmente, por carta. Sobre a segunda etapa, a elaboração de um programa de atividades com o objetivo de promover Felicidade em pessoas idosas, o qual foi intitulado “Oficina da Felicidade”, foi organizado em oito encontros grupais semanais, com duração de noventa minutos cada, a partir de grandes temas centrais como gratidão, perdão e otimismo e, três encontros individuais para aplicação de um protocolo contendo sete instrumentos padronizados e duas questões abertas criadas. Conclusão: Pelos resultados da revisão de literatura, podemos concluir que há uma escassez de estudos sobre programas de atividades que tenham objetivo específico de manter e/ ou melhorar a Felicidade de pessoas idosas. Assim, ao apresentar a proposta de um programa estruturado de atividades intencionais para felicidade de Idosos, essa pesquisa apresenta um caráter inovador e com extrema relevância social e clínica, visto o considerável aumento da população idosa no Brasil e no mundo.
Apresentação
ID: 8938
Resumo
Introdução: Yoga é um sistema filosófico indiano, que visa o estudo da consciência e do autoconhecimento. Está incluído como prática integrativa no Sistema Único de Saúde brasileiro, como estratégia de promoção à saúde e ampliação do cuidado. Considerar o yoga uma terapia é possibilitar uma terapêutica integral, visando uma melhor compreensão das frentes filosófica, moral, psíquica e somática, direcionando o tratamento coexistindo todas essas frentes. O contexto universitário vem enfrentando situações relacionadas à saúde mental (como suicídio, ansiedade, pânico e depressão), aos relacionamentos interpessoais, à adaptação cultural e o yoga tem sido abordado como tecnologia para lidar com essas situações complexas. Objetivo: Caracterizar a clientela atendida, de 2017 a 2019, em grupos semanais de yoga, com enfoque terapêutico, em serviço de saúde universitário, localizado no interior do Estado de São Paulo, e conhecer as motivações, demandas e percepções sobre a prática. Metodologia: pesquisa social quanti-qualitativa, sendo a primeira etapa documental, retrospectiva e descritiva, com coleta de dados em fichas de cadastro de pacientes atendidos e análise estatística simples; a segunda etapa, pesquisa exploratória com aplicação de questionário com perguntas abertas e análise temática de conteúdo. Resultados: de 152 participantes e 285 encontros grupais no total, foram analisadas as fichas de 72 participantes. A maioria das pessoas participou por um semestre, eram mulheres, estudantes da graduação, com 22 a 29 anos de idade, solteiras, sem filhos e sem contato anterior com a prática de yoga. A prática é pouco difundida no ambiente universitário e o perfil de usuárias reproduz uma imagem social do yoga no ocidente, direcionada para mulheres jovens. A ansiedade e as dores em geral foram as queixas mais citadas. As motivações iniciais direcionadas à prática estavam relacionadas às queixas do âmbito da saúde mental, que já afetavam o desempenho no ambiente acadêmico, profissional ou social. A principal motivação para a continuidade no grupo indicou o maior benefício alcançado com a prática, relacionado às sensações de bem estar, relaxamento e tranquilidade. A dificuldade central apontada para a continuidade na prática foi conciliar os horários do grupo com as atividades acadêmicas. Conclusões: Os dados sistematizados podem contribuir para o planejamento de grupos de acordo com as demandas individuais e coletivas dos participantes. Ressalta-se a importância da oferta pública da prática de yoga na universidade, através de projetos de extensão, ensino e pesquisa, que corroboram com a relevância da disseminação desse conhecimento no Brasil.
Apresentação
ID: 8820
Resumo
Introdução: A Paralisia Cerebral (PC) é descrita como um grupo de distúrbios permanentes, mas não imutáveis, do movimento e/ou postura e da função motora, decorrente de uma interferência não progressiva, lesão ou anormalidade do cérebro em desenvolvimento1. Alterações das funções motoras podem influenciar o desempenho funcional e ocasionar dificuldades nas atividades cotidianas, prejudicando rotinas e qualidade de vida de crianças com PC2. Objetivos: Este estudo tem por objetivo analisar a correlação entre a função motora grossa e manual e o autocuidado de crianças com PC. Métodos e Procedimentos: Estudo transversal, não experimental, de análise quantitativa. Amostra de conveniência de 31 crianças e adolescentes com PC em tratamento nos serviços de reabilitação da cidade de Ribeirão Preto- SP. Os participantes foram classificados quanto à função motora grossa pelo Gross Motor Function Classification System Expanded and Revised (GMFCS E&R)3 e função manual pelo Manual Ability Classification System (MACS)4 e avaliados quanto ao autocuidado pelo Childhood Health Assessment Questionnaire (CHAQ)5. Resultados: A maioria dos participantes é do sexo masculino (71%), nível V do GMFCS E&R (42%) e nível I do MACS (35,5%). As crianças participantes, entre 1 a 3 anos somam 29%, crianças entre 4 a 6 anos somam 29%, crianças entre 7 a 11 anos somam 23% e adolescentes entre 12 a 15 anos somam 19%. Com relação ao CHAQ, foi possível observar uma grande diversidade entre os participantes quanto ao desempenho no autocuidado, isto é, nenhuma criança ou adolescente obteve dependência ou independência máxima nas atividades. Verificou-se correlações entre desempenho de autocuidado com as funções motoras grossas (r = 0,70; p=0,00) e funções manuais (r = 0,42; p=0,017), ou seja, quanto mais grave o nível motor, maior o escore do CHAQ, isto é, maior a dependência no autocuidado da criança ou adolescente. As atividades de autocuidado tiveram interações significativas entre si, por exemplo, andar influencia a execução de uma tarefa. A função motora grossa apresenta correlações com as atividades levantar-se (r = 0,74; p=0,00), higiene (r = 0,40; p=0,03), andar (r = 0,76; p=0,00) e executar tarefas (r = 0,40; p=0,03). A função manual apresenta correlações positivas com a alimentação (r = 0,56; p=0,002) e o estudar (r = 0,46; p=0,009). Conclusões: Foi possível observar que o autocuidado de crianças e adolescentes com PC é influenciado pelas funções motoras e manuais. Além disso, foi possível constatar que uma atividade tem a capacidade de influenciar o desempenho de outra.
Apresentação
ID: 8935
Resumo
Introdução: A prática da meditação tem sido utilizada como tecnologia para enfrentamento dos diferentes problemas complexos do mundo moderno, como violência, suicídio, dificuldades interpessoais, ansiedade, estresse, distúrbios psíquicos, sendo estas temáticas cada vez mais comuns no contexto universitário. Estudos atuais evidenciam os efeitos da meditação no reconhecimento das emoções básicas e das experiências, nas ações mais conscientes, na redução da ansiedade e dos sentimentos negativos e na melhora na qualidade de vida e da felicidade em geral. Objetivos: Revisar e avaliar a qualidade metodológica de estudos randomizados, observacionais e de intervenção sobre os efeitos da prática da meditação nas emoções e na autocompaixão de estudantes universitários. Metodologia: Pesquisa qualitativa com revisão sistemática da literatura, avaliação da qualidade metodológica pelo instrumento Checklist Downs and Black e análise de conteúdo. Revisão nas bases de dados Scielo e BVS de artigos completos publicados entre 2013 a 2018, português e inglês, com os descritores: estudantes (students) E meditação (meditation) OU atenção plena (mindfulness). Incluídos os estudos que utilizaram os instrumentos: Positive and Negative Affect Schedule (PANAS) e/ou Self-Compassion Scale (SCS), os quais visam avaliar os afetos e a autocompaixão; e excluídos os artigos de revisão. Resultados: Foram selecionados 15 estudos, sendo a média geral de 17 pontos na análise metodológica. Dois estudos pontuaram mais de 20 pontos. Os principais fatores que acarretaram a diminuição da pontuação foram: não randomização, não descrição dos confundidores e dos eventos adversos e não ser estudo do tipo duplo cego. As pesquisas indicaram que a intervenção com meditação foi efetiva na diminuição de afetos negativos, melhora nos afetos positivos e autocompaixão em comparação aos grupos controle. Porém, os estudos apresentaram limitações relacionadas ao tempo de intervenção, amostra reduzida e não representativa. Conclusões: Os estudos apresentaram satisfatória qualidade metodológica, considerando a sua natureza para a pontuação. Ressalta-se a escassez de estudos brasileiros e pesquisas qualitativas sobre o assunto.
Apresentação
ID: 8966
Resumo
INTRODUÇÃO: A literatura aponta que crianças com Paralisia Cerebral (PC) e necessidades complexas de comunicação (NCC) podem apresentar disfunções ocupacionais que dificultam as atividades da vida cotidiana. Sendo assim, a implementação de Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) com esse público pode suprir ou minimizar essa limitação trazendo contribuições relevantes para a qualidade de vida e inclusão em seus múltiplos contextos de vida. Assim, uma pesquisa foi realizada com o intuito de propor e avaliar um programa de intervenção para o uso de recursos de CAA junto a um aluno com PC e NCC no contexto escolar e domiciliar. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos do programa de intervenção na ampliação das habilidades comunicativas do participante para responder ou iniciar interação com o interlocutor utilizando-se das fichas pictográficas. METODOLOGIA: Foi realizada uma pesquisa experimental de sujeito único, com medidas de antes e depois em fases da intervenção. O participante foi uma criança com PC e NCC de cinco anos de idade. Para a análise de dados foram utilizados instrumentos de caracterização da criança, dois protocolos para coleta de dados e registro por filmagem em cada sessão. Ao total foram realizadas 21 sessões com proposta de atividades e recursos de CAA modificados em diferentes níveis de complexidade ao longo da intervenção, a partir do desempenho do participante. As variáveis de interesse foram o tipo de resposta emitida pelo participante com e sem o uso das fichas no decorrer das interações, como também a frequência da emissão do comportamento de iniciar de diálogo com os recursos de CAA. RESULTADOS: Os resultados apresentaram predominância das respostas da criança através das fichas pictográficas em todas as sessões e frequente uso da habilidade de início de diálogo com ficha a partir da sessão nove, com um pico de 13,9% de uso na sessão 13, finalizando com 12,3% na sessão 19 e permanecendo em uma média de 12,3% na fase de manutenção. Representando, portanto, melhora da autonomia e independência da criança nas habilidades comunicativas após a implementação de recursos de CAA. CONCLUSÕES: A partir dos resultados alcançados, considera-se que o estudo atingiu o seu propósito de descrever a implementação de recursos de CAA com uma criança com NCC a partir das variáveis de tipo de resposta com ou sem ficha e início de diálogo com o uso dos recursos de CAA propostos, demonstrando os benefícios da introdução de novos meios comunicativos para o participante na interação com o interlocutor nos contextos naturais do usuário e contribuindo com a produção de conhecimento na área.
Apresentação
ID: 9575
Resumo
A partir da importância de se ter uma comunicação eficiente para o desempenho ocupacional, a literatura indica que crianças que possuem necessidades complexas envolvidas nessa habilidade sofrem com déficits nas áreas de desempenho e na participação social, como brincar e estudar, pois não compartilham do mesmo código falado para se expressar. A proposição de recursos de comunicação alternativa e ampliada se constitui como uma das estratégias de atuação da terapia ocupacional junto a essa população, sendo que, no contexto escolar, a parceria com os professores do Atendimento Educacional Especializado tem se mostrado um caminho importante para a implementação de tais recursos. Porém, o processo de introdução desses recursos tem se mostrado um desafio para os professores e para os profissionais envolvidos, o que suscita a necessidade de investigações nessa área, sob a qual o presente estudo se debruçou. Objetivo: investigar o processo de introdução de recursos pictográficos para comunicação alternativa junto a um aluno com necessidades complexas de comunicação na mediação de atividades propostas no contexto do atendimento educacional especializado. Metodologia: O aluno participante possui seis anos de idade, diagnóstico de encefalomalacia e Transtorno do Espectro Autista, e pontuação I no GMFCS, II no MACS e IV no CFCS, os quais descrevem leves comprometimentos motores funcionais, porém ampla necessidade de comunicação. Foram realizadas cinco sessões entre uma fase inicial de observação e a intervenção. Após as autorizações éticas necessárias, as atividades realizadas foram de pareamento entre as fichas pictográficas de comunicação confeccionadas a partir de fotos dos brinquedos personagens de músicas e de interesse da criança, de modo a ensinar o processo inicial de troca de figuras. Os dados foram coletados em instrumentos de diário de campo, filmagens e um protocolo específico para o estudo. As análises foram descritivas no acompanhamento do desempenho da criança a cada interação ao longo do tempo. Resultados: Apesar de um número reduzido de sessões, o participante se mostrou um candidato alvo para as estratégias propostas, ampliado sua intenção na busca pela figura e início da compreensão do mecanismo de interagir e pedir utilizando-se das figuras. Mostrou-se mais atento às instruções oferecidas, e apresentou avanço no desempenho de direcionar o olhar e buscar às fichas com maior independência no decorrer das brincadeiras. No entanto, os dados indicam que manter-se concentrado nas atividades oferecidas como sendo o maior desafio, o que poderia ter alcançado maior efetividade com a continuidade da intervenção, a qual foi suspensa diante do isolamento social devido à Pandemia por Covid-19. Conclusão: O estudo aponta que intervenções em comunicação alternativa no âmbito do atendimento educacional especializado podem trazer benefícios para a interação junto ao aluno com necessidades complexas de comunicação, uma vez que com poucas sessões foram identificados resultados positivos. Porém, a complexidade da introdução dos recursos requer um trabalho a longo prazo, a qual sofreu impactos pelo momento atual vivenciado. Considera-se que, apesar das alterações no plano inicial, o projeto atingiu a meta de contribuir com a produção de conhecimento sobre o tema na terapia ocupacional em parceria com a educação especial.
Apresentação
ID: 8995
Resumo
Introdução: O autismo foi descrito pela primeira vez por Leo Kanner em 1943 e reconhecido cientificamente décadas depois. Apenas em 1980 passou a ser considerado como “Transtorno Invasivo do Desenvolvimento” (TID), presente na Classificação Internacional de Doenças (CID) e em 2013 integrado ao Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – quinta edição (DSM V) com a classificação de Transtorno do Espectro Autista (TEA) (BRASIL, 2013). A literatura tem indicado que crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de apresentarem as características típicas do espectro, podem ter atrasos no desenvolvimento psicomotor e sensorial (OLIVEIRA et al, 2015), sendo esta última adotada como critério para o diagnóstico no DSM V (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al, 2013). Porém, observa-se uma escassez na literatura científica no que tange a identificação destes aspectos de forma que favoreça as intervenções e assistência à essa população. Objetivo: O objetivo geral do presente estudo foi identificar o perfil psicomotor e sensorial de crianças com diagnóstico de TEA. Metodologia: Quanto ao método trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualiquantitativa. Participaram da pesquisa nove crianças de quatro a dez anos, com diagnóstico de TEA, vinculados à Unidade Saúde Escola (USE) – Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e seus responsáveis. Foram utilizados três instrumentos para coleta de dados: Questionário de dados gerais da criança; Perfil sensorial e Bateria Psicomotora. Os dados foram analisados a partir das instruções relativas a cada instrumento utilizado na pesquisa. Além disso, os dados relativos ao formulário de identificação foram analisados descritivamente. Resultados: Os resultados apontaram que as crianças com TEA possuem déficits, em relação ao psicomotor, nos seguintes aspectos: noção do corpo, estruturação espaço-temporal, praxia global e fina. Já em relação ao sistema sensorial, apresentaram alterações significativas no sistema auditivo, vestibular e multissensorial, além de constante procura sensorial, inatenção, processamento sensorial e um baixo desempenho no aspecto motor fino. Conclusão: Aponta-se para a importância de maiores investimentos nesse campo, uma vez que as crianças com TEA têm apresentado importantes déficits, conforme identificado nesse estudo e na literatura, sendo que ao identificar essa realidade, traz importantes contribuições no planejamento de ações voltadas a este público, assim como nas proposições políticas que visam o cuidado à essa população.
Apresentação
ID: 9283
Resumo
Mãos e Patas: contribuições da Terapia Assistida por Animais para a Qualidade de Vida e Funcionalidade dos Idosos Institucionalizados
Vitória Regina Gementi de Lima; Alessandra Rossi Paolillo
O Brasil até 2025 teria aproximadamente 32 milhões de idosos. Entretanto, concomitante a esta transição demográfica há uma mudança epidemiológica. No ano de 2020 o novo coronavírus - SARS-CoV-2 chega ao Brasil e pode se manifestar de forma mais grave em quem apresenta doença crônica ou tenha idade mais avançada, assim a imunosenescência torna o idoso vulnerável. Segundo o IBGE 48,9% dos idosos brasileiros possuem uma ou mais doenças crônicas, compondo o grupo de risco. As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) são espaços para a moradia da população com 60 anos ou mais, que está desamparada de equipamentos e assistência social. Sua infraestrutura não favorece a possibilidade de isolamento físico dos residentes, pois os quartos e o restante dos espaços são de uso comunitário. Visando o isolamento e cuidado à essa população, as visitas e outras atividades que envolvem pessoas externas à instituição foram canceladas, com acesso somente dos trabalhadores. Essa medida foi tomada como fator de proteção aos idosos, além de evitar o colapso do sistema de saúde e foi necessária a adequação deste estudo. A Terapia Ocupacional pode trazer benefícios em geronto-geriatria como o favorecimento da qualidade de vida e no processo de institucionalização, contribui com o estímulo ou resgate de atividades significativas, autonomia e independência. Um destes recursos é a Terapia Assistida por Animais (TAA), considerada uma intervenção direcionada com critérios específicos em que o animal é parte integrante do processo de intervenção, devendo ser aplicada e supervisionada por profissionais da saúde, devidamente habilitados e com acompanhamento do condutor, visa promover a melhora da função física, social, emocional e cognitiva dos idosos. O objetivo deste estudo consiste em analisar quantitativamente os dados, ampliar e aprofundar as discussões acerca da utilização da TAA enquanto recurso nas sessões de Terapia Ocupacional, na promoção da qualidade de vida e funcionalidade de pessoas idosas institucionalizadas. Os dados aqui analisados, são relativos ao projeto de extensão e se referem às avaliações realizadas nos períodos pré e pós-intervenção terapêutica, por meio dos instrumentos WHOQOL-OLD-Bref e Índice de Katz. Foram realizadas 10 sessões terapêuticas, sendo 1 por semana. Participaram das sessões 08 pessoas idosas, com 60 anos ou mais e residentes na instituição, que desejavam participar do projeto, não temiam os animais e nem apresentavam alergia. Utilizou-se o software Microsoft Excel para tratamento dos dados (obtenção de média e desvio padrão) e o software Minitab para análise estatística. O teste de Normalidade do software Minitab foi usado para verificação da normalidade dos dados, e aplicou-se ANOVA ONE WAY para verificação da variância, em conjunto com o teste de TUKEY para identificação de médias divergentes. Os resultados obtidos pelo WHOQOL-OLD-Bref para qualidade de vida, constatou melhora significativa nos fatores sensório, participação social e intimidade. Já o Índice de Katz não indicou melhora significativa da funcionalidade, mas sua manutenção. Diante do estabelecido, que os idosos residentes em ILPIs tem índices mais altos de declínio de sua funcionalidade, houve manutenção das habilidades das atividades de vida prática e diária a partir da participação de animais.
Apresentação
ID: 9209
Resumo
Introdução: A população em situação de rua (PSR) vivencia os processos mais intensos de exclusões e desigualdades perpetrados por poderes hegemônicos políticos, econômicos e sociais como o patriarcado, colonialismo e o capitalismo alimentados ao longo da história. As políticas sociais especificas para este grupo são recentes, insuficientes e pouco sistematizadas. Como esse grupo não entra para as contagens censitárias populacionais nacionais, em novembro de 2019 em São Carlos-SP foi realizado o 1º Censo da População em Situação de Rua (1oCPSR) para compreender os modos de vida e as demandas deste grupo, coordenado pela gestão pública em parceria com a universidade e sociedade civil. Objetivos: A presente pesquisa teve como objetivos: mapear as atividades do cotidiano e as demandas; identificar as características de grupos mais vulneráveis; a partir dos dados obtidos no 1oCPSR e propor tecnologias sociais para as necessidades encontradas. Metodologia: foi realizado um estudo transversal com base nos micros dados do 1oCPSR e análises de dados quantitativos. As respostas foram tabuladas e sistematizadas em planilhas do software Excel Office®, dividida em quatros etapas: 1º Visão geral das características abordadas na pesquisa; 2º Identificação de riscos sociais; 3º Cruzamento entre as situações de risco social e 4º Indicação das vulnerabilidades da população em situação de rua. Resultados e conclusão: foi possível caracterizar o perfil da PSR de São Carlos, composto por 86% homens, 92% heterossexuais, 68% pretos e pardos e 50% das pessoas com idade entre 30 a 45 anos. Também foi possível mapear o cotidiano destas pessoas e observar, de forma criteriosa, atividades centrais nos modos de vida adotados pelos participantes, destacando-se como atividades relacionadas a sobrevivência como dormir, arrumar comida, comer, estar nas ruas, andar/deslocar e higienizar-se estão presentes enquanto atividades de lazer e bem-estar são escassas. Frente a estes dados, foi identificado que parte destes sujeitos vivem contextos de vidas ainda mais injustos e desfavorecidos, por não conseguirem realizar atividades importantes do dia a dia, as quais foram consideradas como situações de riscos sociais. Estas situações de risco, foram analisadas juntamente das demais atividades do cotidiano, como forma de compreender os cotidianos e os arranjos sobre os modos de vida deste grupo. Por fim, situações de risco foram analisadas entre si, evidenciando os cotidianos mais desfavorecidos. Frente às demandas identificadas ao longo da pesquisa, se destacam como situações que entrecruzam as vulnerabilidades: alta frequência das pessoas nas ruas, baixa adesão aos equipamentos públicos e a ausência de trabalho em seus cotidianos. As reflexões permitiram a proposição de tecnologias sociais em associação com a terapia ocupacional, a fim de contribuir com ações, serviços, tecnologias e políticas voltadas às necessidades específicas desta população.
Apresentação
ID: 9308
Resumo
O Desempenho ocupacional de idosos institucionalizados e os impactos da ruptura do cotidiano: uma revisão integrativa
Natalia De Oliveira Cardozo; Alessandra Rossi Paolillo
Introdução: No processo de envelhecimento humano muitas tarefas do cotidiano consideradas comuns vão pouco a pouco se tornando mais difíceis de serem realizadas. As dificuldades naturais podem ser agravadas com o processo de institucionalização, ou seja, a transferência do idoso de sua casa para uma instituição de longa permanência para idosos (ILPI). Objetivo: A presente pesquisa buscou compreender o processo do envelhecimento, os motivos da institucionalização de pessoas idosas e os impactos da institucionalização no idoso. Metodologia: Esta pesquisa trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Realizou-se um levantamento bibliográfico no período de janeiro de 2010 à setembro de 2020, para pesquisar artigos com a temática de desempenho ocupacional e cotidiano de idosos institucionalizados. A pesquisa foi realizada nas bases de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online), na Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, no Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde Brasil e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). As palavras chaves utilizadas foram: envelhecimento, idosos institucionalizados; instituição de longa permanência para idosos; cotidiano; desempenho ocupacional. Resultados: Foram identificados nove estudos sobre os fatores que possivelmente contribuem para a institucionalização do idoso e os impactos dessa institucionalização nas pessoas residentes em ILPI. Constou-se como fatores para motivar a ida da pessoa idosa para uma ILPI, a existência de condições que levaram a perda da funcionalidade, independência e autonomia, com consequente necessidade de cuidado integral, risco e vulnerabilidade social, ser mulher, ter idade superior a 80 anos, solteira/o, separada/o, viúva/o e ter baixa escolaridade formal. Conclusões: Neste cenário, há a urgência de políticas públicas e capacitação dos profissionais que atuam junto à população idosa. As pessoas idosas que residem em ILPI, vivenciam uma ruptura no seu cotidiano, que pode causar impacto nos diversos aspectos de sua existência, com comprometimento de sua saúde e qualidade de vida. Diante disso, o desafio é oportunizar às pessoas idosas institucionalizadas, a construção de novos vínculos e minimização das perdas, além do favorecimento do seu bem-estar.
Apresentação
ID: 8774
Resumo
A política de assistência social historicamente constituiu-se pela filantropia, caridade e assistencialismo, até seu percurso para o seu reconhecimento como um direito social para todos no Brasil. Terapeutas ocupacionais atuam no âmbito da assistência social desde o início da institucionalização da profissão no país, contudo a regulamentação legislativa é recente, tendo ocorrido por meio da Resolução nº 17 de 2011 do Conselho Nacional de Assistência Social, quando se oficializou a possibilidade de terapeutas ocupacionais comporem a equipe ou gestão na assistência social, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Consequentemente, o profissional de terapia ocupacional pode se inserir em diferentes unidades socioassistenciais, regulamentadas pelo SUAS, sendo que aqui se destacam os Centros de Convivência e as Unidades de Acolhimentos. Os Centros de Convivência compõem a proteção social básica, sendo que se destinam ao desenvolvimento de atividades socioculturais e educativas. As Unidades de Acolhimento integram a proteção social especial de alta complexidade, caracterizada como moradia provisória, oferecendo proteção para pessoas em situação de abandono, ameaça ou violação de direitos. Dados do Censo SUAS de 2017 apontavam 1.438 terapeutas ocupacionais vinculados à assistência social como trabalhadores no país, destes, 206 (14%) atuavam em Centros de Convivência e 283 (20%) em Unidades de Acolhimento. Objetivo: Visualizando a recente formalização de terapeutas ocupacionais no SUAS e a escassez de dados sobre as práticas nesse campo, buscou-se identificar, descrever e analisar as práticas de terapeutas ocupacionais no SUAS, particularmente em duas unidades socioassistenciais com níveis de proteção social distintos: um Centro de Convivência para idosos e uma Casa de Passagem feminina. Metodologia: Foram realizadas observações em duas unidades do SUAS, por meio de acompanhamentos de práticas das ações de terapeutas ocupacionais. Para tanto, foram realizadas visitas e observações in loco em um Centro de Convivência e uma Unidade de Acolhimento, junto a duas profissionais, durante cinco dias consecutivos em cada unidade. Foram consultados documentos de cada instituição e foram elaborados diários de campo que foram analisados descritivamente após o término dos acompanhamentos, realizando concomitantemente diálogos com referenciais teóricos pertinentes. Resultados: Os resultados foram delineados a partir da análise descritiva dos diários de campo e apresentados por unidade assistencial. Observou-se que as profissionais realizavam intervenções variadas, (considerando as singularidades e particularidades das unidades e público-alvo), tais como: grupos/oficinas, atividades culturais, acompanhamentos individuais e articulação com a rede formal e informal do município e dos usuários. Destacaram-se as atuações para a articulação das redes de suporte formais e informais, com ênfase no suporte social, mediadas por ações no/com o cotidiano das pessoas acompanhadas. Conclusão: Apreendeu-se que tais atuações ocorriam no sentido de ampliar/criar/fortalecer redes de suportes sociais de usuários e grupos vinculados às unidades, buscando efetuar ações que auxiliassem na configuração de proteções socioassistenciais, conforme os princípios da política nacional de assistência social. Espera-se que as reflexões apresentadas possam compor o conjunto de esforços para contribuir com subsídios às práticas de terapeutas ocupacionais inseridos em unidades socioassistenciais.
Apresentação
ID: 8832
Resumo
Introdução: No processo de implementação e utilização de sistemas de Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA), os parceiros de comunicação desempenham um papel fundamental. Algumas de suas funções são a interpretação do que o usuário de CAA deseja comunicar e a mediação de suas formas de expressão, de maneira que a comunicação seja de fato efetiva. Por estes e outros fatores, a formação de parceiros de comunicação é tão importante e necessária. A literatura afirma que fornecer oportunidades comunicativas aos usuários de CAA, é uma das peças-chave para abrir caminhos para que eles possam se comunicar e serem compreendidos, demonstrando suas capacidades. Uma das ações primordiais na introdução dos recursos é o oferecimento de oportunidades para que o usuário possa se comunicar, e uma das estratégias que podem ser utilizadas para este fim é a modelagem, ou seja, o fornecimento de modelos de como utilizar os recursos de CAA. Objetivo: No contexto de uma revisão da literatura maior, o objetivo deste trabalho é investigar quais estratégias e técnicas de CAA tem sido empregadas nas formações dos parceiros de comunicação em contexto escolar, de usuários de CAA. Metodologia: Caracterizando-se como um estudo de revisão da literatura, foram feitas buscas avançadas no Portal de Periódicos da CAPES e no SciELO, no período entre abril e junho de 2020, utilizando-se descritores de interesse em português e inglês. A amostra final da revisão foi de 22 artigos, dos quais em 13 há menção do uso de modelagem enquanto estratégia de ensino na formação teórica e/ou prática (implementação dos sistemas de CAA) dos parceiros de comunicação. Resultados: os resultados dos 13 artigos apontam para aumentos na oferta de oportunidades de comunicação pelos parceiros de comunicação que participaram das formações, e ampliação nos turnos comunicativos (sequência de emissões em uma interação e transição entre papeis de receptor e emissor) dos usuários de CAA. Além disso, as pesquisas relatam um impacto positivo na comunicação em geral dos usuários, destacando ampliação do uso dos seus dispositivos de CAA, diminuição da necessidade de apoio na utilização e maior interação social destes com seus pares e educadores. Houve também ganhos específicos no uso da estratégia de modelagem em alguns estudos, com o desenvolvimento de habilidades de outras estratégias e técnicas ensinadas aos usuários. Ainda, os resultados indicam como alguns dos benefícios da modelagem, o impacto positivo nas habilidades de domínio da linguagem pela amplificação do vocabulário-alvo trabalhado com os usuários, além do aumento da frequência de uso de frases simbólicas inseridas em contextos específicos. Conclusão: esta pesquisa explorou quais as estratégias e técnicas utilizadas em programas de formação de CAA para parceiros de comunicação em contexto escolar, de modo a identificar o que tem sido efetivo e pode ser replicado em treinamentos futuros. A amostra evidenciou a oferta de oportunidades comunicativas e a modelagem como recursos bem-sucedidos na capacitação de interlocutores e na maximização da comunicação dos usuários de CAA como consequência.
Apresentação
ID: 8834
Resumo
As práticas integrativas referem-se ao conjunto de conhecimentos, práticas e técnicas baseadas em teorias e experiências tradicionais de diferentes culturas, para manutenção da saúde, prevenção, diagnóstico, melhora ou tratamento de doenças e para autonomia dos sujeitos. No desenvolvimento de políticas e programas na área da saúde, o mundo vem implementando as práticas integrativas na busca por estratégias e tecnologias menos invasivas, vitalistas e que promovam a integralidade do cuidado, desempenhando função importante na atenção primária à saúde e na saúde mental. A terapia ocupacional já utiliza de práticas integrativas desde suas origens profissionais. Este estudo objetivou conhecer, caracterizar e sistematizar as experiências com práticas integrativas desenvolvidas atualmente por profissionais terapeutas ocupacionais da Atenção Básica em Saúde e da Saúde Mental do Município de São Carlos (SP) em seus cotidianos de trabalho. Pesquisa de caráter qualitativo, com uso da metodologia de sistematização de experiências, com análise por triangulação de dados, prevendo a construção de narrativas por terapeutas ocupacionais e observação participante. Em decorrência da epidemia SARS-CoV-2, a observação participante foi substituída por revisão sistemática de bibliografia das práticas: Reiki, Auriculoterapia, Yoga e Shantala. Nos resultados, evidencia-se os benefícios observados e mensurados com a utilização das PICs, mostrando-se uma potente abordagem e tecnologia para os terapeutas ocupacionais, contribuindo para o exercício da autonomia, aumento do poder contratual dos indivíduos, participação social e qualidade de vida.
Apresentação
ID: 8971
Resumo
INTRODUÇÃO: O campo da saúde mental possui caráter fortemente interdisciplinar. A prática em terapia ocupacional é alinhada ao campo psicossocial, dificultando a identificação de seu núcleo profissional, demandando maior clareza dos procedimentos que lhe são específicos. A prática em terapia ocupacional é realizada por meio de procedimentos - ações intencionais do terapeuta, guiadas pelas necessidades do sujeito. As intervenções não ocorrem em um processo linear com etapas preestabelecidas, pois a prática profissional possui uma complexidade que ultrapassa o uso da racionalidade técnica (baseada exclusivamente na aplicação de teorias e técnicas). Os problemas de real relevância são complexos e singulares e necessitam de um conhecimento tácito e implícito que agregue o valor da experiência e da experimentação prática para serem solucionados, e a ação é a principal precursora desse conhecimento prático. Os procedimentos da prática profissional no campo da saúde mental são poucos explicitados e relatados nos trabalhos acadêmicos da área, em parte, pela dificuldade de descrever os saberes tácitos de uma prática narrativa, criativa e centrada na singularidade dos casos. Desse modo, foi realizada uma revisão de escopo buscando identificar publicações no campo da terapia ocupacional em saúde mental, com discussão de experiências práticas, para elucidar os procedimentos utilizados nas intervenções. OBJETIVO: Identificar os procedimentos de terapeutas ocupacionais presentes nas publicações nacionais entre 2010 e 2019 na terapia ocupacional no campo da saúde mental com a população adulta. METODOLOGIA: Foram utilizados os descritores “terapia ocupacional” e “saúde mental”, especificando Brasil, como país/região, em duas bibliotecas virtuais: Biblioteca Virtual de Saúde e Portal de Periódicos da CAPES; houve complementação dos dados, com estudos selecionados em revisão mais ampla do Laboratório de Terapia Ocupacional e Saúde Mental da UFSCar, que utilizou as bases Scopus, MedLine e PsychoInfo. Foram incluídos artigos: 1) sobre a realidade brasileira, 2) que abordassem ações práticas de terapeutas ocupacionais na saúde mental do adulto, 3) no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2019. Os dados numéricos foram analisados com estatística descritiva simples. Para a análise qualitativa, utilizou-se a identificação de verbos de ação presentes nos relatos de experiência, no contexto da ação; identificação da intenção da ação; agrupamento dos verbos com intenções de ação semelhantes; análise temática para a compreensão de categorias de procedimentos. RESULTADOS: Dos 164 artigos identificados, 14 foram incluídos nesta revisão. Foram identificadas seis grandes categorias de verbos ligados aos procedimentos de terapeutas ocupacionais: 1) Planejar (a intervenção); 2) Oferecer (convidar, sugerir); 3) Observar (reconhecer, analisar) ; 4) Intervir (aplicar, fazer) ; 5) Realizar atividades conjuntamente (construir, combinar); 6) Conversar (dizer; compartilhar). CONCLUSÃO: A partir da análise das ações, explicitadas nos verbos, conseguimos reunir alguns procedimentos das práticas de terapeutas ocupacionais imersos no campo da saúde mental do adulto. Não se pretende afirmar que os procedimentos identificados respondem à questão de como os terapeutas atuam no campo da saúde mental, mas sim, que eles estimulem o debate no campo de modo a produzir avanços sobre as ações específicas de terapia ocupacional. Esperamos que o mapeamento identificado possa instigar outras investigações no tema.
Apresentação
ID: 9314
Resumo
TRAJETÓRIA DA TERAPIA OCUPACIONAL NO DESPORTO E PARADESPORTO: HISTÓRIA ORAL DE UMA MULHER PIONEIRA
Giovanna Castello R. Leite; Thayla Caroline da Silva; Alessandra Rossi Paolillo
Introdução: A profissão da terapia ocupacional estuda a ocupação humana e intervêm no desempenho das habilidades do sujeito, engajando-o na participação das atividades de seu cotidiano. O esporte vem ganhando grande visibilidade nesta profissão, resultando no seu reconhecimento pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO). Conhecer a história oral de uma pioneira se torna fundamental para trilhar uma linha do tempo de acontecimentos que culminaram no seu reconhecimento por parte do conselho profissional desta categoria. Objetivo: (1) Identificar ações da Terapia Ocupacional no desporto e paradesporto ao longo do tempo; (2) Transcrever a história Oral de uma Pioneira e (3) Elencar as práticas terapêuticas ocupacionais no desporto e paradesporto. Metodologia: O presente estudo, tem caráter descritivo e exploratório e adota uma abordagem qualitativa da pesquisa com o método de história oral. Resultados e discussão: Constatou-se que a terapia ocupacional faz uso do esporte como recurso. A profissão está estritamente ligada ao processo de criação e o desenvolvimento do esporte adaptado, e atualmente, na intervenção do esporte em geral. A pioneira nesta atuação afirma ser um campo essencial na prática esportiva. Sua intervenção permite prevenções de lesões, fortalecimento das estruturas motoras e reabilitação quando necessário, além de conseguir trazer o atleta mais cedo para as competições quando estiver lesionado. Os recursos terapêuticos ocupacionais, fazem com que o atleta mantenha sua performance e retorne mais cedo para a temporada ou jogo importante, respeitando os protocolos criados por uma equipe multiprofissional. Conclusão: Apesar de ser uma categoria reconhecida recentemente, a terapia ocupacional no esporte e paradesporto vem sendo trilhada há anos, contudo, apresenta uma escassez de estudos. Também, a partir deste trabalho, a entrevistada deixa um legado registrado, sobre uma versão da história da terapia ocupacional.
Apresentação
ID: 9125
Resumo
Introdução: O brincar é essencial para o desenvolvimento infantil, já que através dele a criança desenvolve suas habilidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais [1]. Desse modo, é de suma importância que profissionais de saúde, inclusive terapeutas ocupacionais, tenham conhecimento suficiente para analisar o desenvolvimento infantil em todos seus aspectos [2]. A Escala Lúdica Pré-escolar de Knox (ELPK) é uma avaliação padronizada, eficaz e capaz de avaliar as habilidades presentes durante o brincar de crianças pré-escolares de maneira a abordar o máximo dos aspectos possíveis do desenvolvimento e os marcos esperados em cada fase [3]. A ELPK descreve a evolução típica do brincar em quatro domínios: domínio espacial, domínio material, faz de conta e participação, em períodos de 6 meses dos 0 aos 3 anos de idade e em períodos anuais até os 6 anos de idade [4]. Esta escala já passou pelo processo de adaptação cultural [5], e validação para a população brasileira [6]. Objetivo: Examinar, mapear, quantificar e identificar lacunas em estudos existentes que utilizam a Escala Lúdica Pré-escolar de Knox. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica, do tipo Escopo (scoping review) utilizando as seguintes bases de dados: Capes, Scopus, Lilacs, BDENF, Embase, Cochrane, Medline, PubMed, CINAHL, Web of Science, PsycINFO, Scielo, Google Scholar, Dedalus, BDTD e PROQUEST, a estratégia de busca incluiu os descritores: “Escala Lúdica Pré-escolar de Knox” OR “Knox Preschool Play Scale”. Resultados: Foram identificados 33 estudos publicados entre 2003 e 2019 em 13 países, com participação de 1029 crianças com idade entre 0 a 72 meses e 7 a 10 anos com desenvolvimento típico e atípico. Conclusões: Em relação às análises qualitativas de conteúdo dos estudos, nota-se a necessidade de haver maior produção de estudos randomizados. Os estudos analisados podem comprovar a utilidade da ELPK na prática clínica. Os estudos realizados por terapeutas ocupacionais representam 91% das publicações, podendo indicar que a ELPK é pouco popular entre os demais profissionais. É indispensável que pesquisas futuras sejam publicadas em periódicos genéricos, garantindo a difusão do uso da escala e da importância da avaliação do brincar entre os diversos profissionais de saúde e educação. O Brasil é o país que tem mais publicações utilizando a escala (n=12). Além disso, os estudos sobre a utilização da ELPK possibilitam o seu uso seguro na prática clínica de terapeutas ocupacionais e outros profissionais que atuam com essa população, por meio de resultados que proporcionam evidências confiáveis e embasamento científico.
Apresentação